Mostre-me um exemplo TRIBUNA DE URUGUAIANA: E agora? Por Gabriel Novis Neves

27 de mar. de 2015

E agora? Por Gabriel Novis Neves


E agora? 
Após a divulgação dos nomes que integram a primeira lista dos políticos envolvidos no megaescândalo de corrupção na nossa Petrobras, foi anunciado que uma segunda está em gestação. 
Essa primeira atingiu “apenas” 10% dos senadores e  uma sacola de deputados federais, todos da base de sustentação política do governo - só do PP são 21. 
Cinco dos nossos maiores partidos políticos contribuíram para essa coleta de abnegados representantes do povo. 
Até o PSDB contribuiu com um senador... 
Para os próximos dias teremos a relação da lista de governadores envolvidos. Os nomes de dois deles vazaram para a imprensa. Como sempre, um é do PT e outro do PMDB. 
Uma ex-governadora teve o privilégio de ser contemplada já na primeira lista, assim como ex-ministros de Estado, dando-nos uma dimensão do trabalho de limpeza da Operação Lava-Jato. 
Depois que o líder das “Caras Pintadas” do Collor, agora senador, foi apanhado pela justiça como integrante da quadrilha que saqueou a então nossa maior empresa, o que esperar com relação ao nosso futuro? 
A corrupção existe desde tempos remotos. Aqui no Brasil foi iniciada por Pero Vaz de Caminha. 
Durante séculos ficou em estado latente, até conseguir, recentemente, a sua institucionalização. 
A diferença entre roubar em outros países e roubar no Brasil é simplesmente uma questão de punição.  
Enquanto certas nações prendem suas mais altas autoridades sem nenhuma regalia, temos, para os de “colarinho branco”, o tal “foro privilegiado”. 
Em alguns casos no exterior o castigo é a prisão perpétua, e até a pena de morte. 
Mas, em terras tupiniquins, nossos criminosos são tratados como heróis nacionais. Por alguns dias são recolhidos em presídios em celas especiais, depois acontece uma progressão rápida da pena para a prisão domiciliar e, finalmente, ganham a liberdade plena, comemorada com uma polpuda aposentadoria e, às vezes, até com indenizações generosas. 
Somos mesmo um país diferente: do carnaval, do futebol e do roubo do patrimônio público. 
Como ser otimista em relação ao nosso futuro se as classes dominantes não têm o mínimo interesse em mudar esse “status quo”? 
O desencanto e a certeza de dias piores tomou conta da nação. Teremos meses de blá-blá-blá, e tudo acabará como sempre em uma enorme pizza do Planalto. 
Aproveitando a fraqueza da nossa economia e a incrível desvalorização da nossa moeda, investidores estrangeiros para cá virão comprar o que sobrou do governo populista bolivariano.

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