Mostre-me um exemplo TRIBUNA DE URUGUAIANA: Palavras ao vento, por Gabriel Novis Neves

20 de mar. de 2015

Palavras ao vento, por Gabriel Novis Neves

Palavras ao vento
Certas pessoas são especialistas em proferir palavras ao vento, e desconhecem que a palavra empenhada é um compromisso moral. 
Em época de vacas magras para a ética, esses fatos passam despercebidos para a maioria da população e são considerados até normais. 
Os jovens, na sua maioria, consideram que palavra empenhada é coisa de velhos, e que na modernidade os valores devem ser tão dinâmicos quanto as condições que os impõem. 
Não posso crer que um grupo, composto por seres tão antagônicos e motivados por puros interesses pessoais, possa desfrutar de um mesmo ninho. 
É justamente a falta de credibilidade, especialmente dos nossos homens públicos, a raiz de um dos maiores males deste país, que é a corrupção. 
Recomendo o uso de “Florais” aos corajosos que acompanham pelas mídias o dia a dia dos acontecimentos políticos. 
Só a terapêutica chinesa para nos fazer suportar tanta hipocrisia. 
Se o poder é afrodisíaco, como afirmam alguns, a falta de honradez causa desencanto e frustração aos nossos mais nobres sentimentos. 
Viver nesse mar de mentiras leva ao enfraquecimento do nosso sistema imunológico, fazendo-nos presa fácil das doenças funcionais, principalmente.
Os exemplos a serem seguidos tornaram-se escassos nos lares e na sociedade, muito menos encontramos nos veículos de comunicação de massa. 
Estranhamos quando em canal de televisão fechado (pago) nos deparamos com verdadeiros heróis anônimos, provando ser possível a existência de uma instituição pública de saúde que presta atendimento a todas as classes sociais, ser modelo pela qualidade dos seus serviços e elogiado por todos. 
Pena que a velha palavra empenhada continue com o seu prazo de validade em dia apenas nos países desenvolvidos. 
Por estas bandas a palavra não vale um tostão furado e, como consequência, nós tropeçamos em obras inacabadas, quando não, mal feitas. 
Sentimos falta de escolas, postos de saúde, hospitais, estradas transitáveis. 
A praga da corrupção reina soberana, juntamente com a impunidade. 
Rui Barbosa, em 1914, fez um discurso no Senado em que destaco este trecho, muito conhecido por todos. Dizia: "De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto”. 
Cumprir com a palavra é ato de honestidade!

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