Mostre-me um exemplo TRIBUNA DE URUGUAIANA: Isento, por Gabriel Novis Neves

16 de mai. de 2015

Isento, por Gabriel Novis Neves


Isento 

Houaiss, em seu minidicionário da língua portuguesa, definiu o isento como uma pessoa livre, desobrigada, imparcial, desprovida de qualquer compromisso. 
Impossível alguém, ao se deparar com uma determinada situação não trazer a sua história de vida para opinar sobre o assunto em questão. 
Seja um parecer sobre política, uma peça de teatro, um filme premiado, um livro best-seller ou assuntos outros. 
Tenho receio daqueles que se intitulam isentos para proferir a sua opinião, pois essa possibilidade não existe. 
Comentar sobre a situação nacional sem isenção é uma farsa. 
Esconder que vivemos em um país corrupto é, na melhor das hipóteses, um ato de irresponsabilidade. 
Classificar como pequenos delitos crimes praticados nos grandes arrombamentos do Tesouro Nacional é uma imoralidade. 
Infelizmente, falar o que sentimos dentro de um determinado contexto é considerado como forma politicamente errada de se expressar nesta nação democrática. 
Desagradar aos poderosos de plantão é quase um ato suicida, mesmo quando analisamos suas ações, e não, o seu caráter. 
Ainda assim, continuaremos batendo no peito que vivemos em plena democracia em um Estado de direito. 
As desigualdades sociais são tão gritantes entre os cidadãos desta nação, que a vergonha tem de ser colocada debaixo do tapete para não sujar o brilho do autoritarismo, prepotência e vaidade patológica daqueles que, momentaneamente, podem. 
A carneirada tem de obedecer em silêncio aos desmandos cometidos contra a cidadania para não ser sacrificada. 
A isenção é mais uma figura de ficção utilizada no grande teatro deste país chamado Brasil.

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