Mostre-me um exemplo TRIBUNA DE URUGUAIANA: Egoísmo, por Gabriel Novis Neves

8 de out. de 2015

Egoísmo, por Gabriel Novis Neves


Egoísmo
Um dos últimos artigos que publiquei foi “Mesmas noticias” - referência à repetição cansativa de assuntos bombásticos  e escabrosos que assolam nossa nação. 
A crise política, financeira, econômica e ética atingiu de tal maneira o nosso país, que tem ocupado todo o espaço do noticiário, não permitindo a mudança de foco. 
Aqui, na terrinha dos bandeirantes de Sorocaba, como em toda a nação, a fuga do foco da corrupção é para notícias sobre a dança dos políticos mudando de siglas partidárias, criação de novos partidos, abertura de janelas constitucionais para migração em massa daqueles presos pela ainda válida Lei da Fidelidade Partidária, tudo visando, apenas, as próximas eleições. 
O ex-presidente uruguaio, o tupamaro Mujica, que tanto admiro pela sua autenticidade, disse recentemente que partidos não podem funcionar como agências de emprego. 
Num país em crise geral, tanto fez como tanto faz esse troca-troca. Sem recursos, os projetos não saem do papel e as mídias governamentais tentam criar fatos novos para esquecer os dois assuntos que tanto nos preocupa – a crise política (a mais grave) e a financeira. 
Enquanto isso, as operações da Polícia Federal aumentam, cresce o número de sindicâncias, aberturas de comissões de inquérito, demissões e readmissões de novos servidores contratados sem concurso em função comissionada, e outras coisitas mais acontecendo em todo o território da nação do ajuste fiscal. 
Isso sem contar os inúmeros protocolos de intenção assinados e instalação de centenas de grupos de trabalho. 
O governo federal promete repassar recursos para os Estados. Mas a falta de caixa não permite. 
O Estado repete o gesto com os municípios e os serviços essenciais continuam péssimos, não fazendo jus aos extorsivos impostos que pagamos religiosamente. 
A criminalidade nos assusta e a cidade esquece as periferias que estão em luta contra a turma do asfalto. 
Ouço falar em aumento do contingente militar da repressão - uma necessidade - e nada em relação ao aumento dos médicos e professores. 
Estamos vivendo aqui como que por castigo, sempre pensando na possibilidade de uma escapadinha para o exterior. 
A que ponto chegou um país com um território continental e imensas reservas e recursos naturais! 
O egoísmo parece fazer com que as pessoas se esqueçam de que “estamos todos no mesmo barco”. 
Aqui, cada um cuida de si, e Deus por todos...
Isso é egoísmo, manifestação única de uma desvairada sede de poder.

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