Mostre-me um exemplo TRIBUNA DE URUGUAIANA: Samba: patrimônio cultural, paixão nacional - por Valéria del Cueto

4 de dez. de 2024

Samba: patrimônio cultural, paixão nacional - por Valéria del Cueto

As baianas e a alegoria da Mocidade Independente de Padre Miguel

Samba: patrimônio cultural, paixão nacional

Disponíveis nas plataformas as gravações oficiais das escolas de samba do Rio para o carnaval 2025

Texto e fotos de Valéria del Cueto

Saíram as aguardadas gravações do @RioCarnaval dos sambas enredos do Grupo Especial do Rio de Janeiro. Produzidas por Alceu Maia, elas chegaram as plataformas no início das comemorações do Dia Nacional do Samba, promovido pela Liesa, na Cidade do Samba.

A porta-bandeira Rute Alves: imagem da capa do Cd dos sambas do carnaval 2025

Foram 3 dias confraternização da elite das escolas com direito a mini desfiles no final de semana que antecedeu o dia 2 de novembro, data estabelecida no calendário brasileiro pelo projeto de Lei 1713-A, de 2007, de autoria do então deputado federal Índio da Costa. Antes, em 2005, o samba foi o primeiro gênero musical brasileiro declarado Patrimônio Cultural Imaterial pela Unesco.

Em cada noite, 4 escolas se apresentaram na pista interna da área reservada dos barracões. É nesse espaço que se desenvolvem os projetos de construção dos espetáculos que ocuparão a pista da Passarela do Samba, na Marquês de Sapucaí, Centro do Rio de Janeiro, durante o carnaval.

As torcidas animaram a passagem das escolas na pista da Cidade do Samba

Agito na Cidade do Samba

O formato se repete há quatro anos e estabeleceu um novo recorde de público na Cidade do Samba já no primeiro dia da festa. Mais de 30 mil pessoas passaram pelo espaço situado na zona portuária do Rio de Janeiro no final de semana. A entrada foi gratuita, mediante a entrega de um quilo de alimentos não perecíveis.

Atrações como Belo, os grupos Samba da Volta, Terreiro de Crioulo e Xande de Pilares dividiram as atenções do público animadíssimo que pode acompanhar a confraternização das escolas.

A sintonia de mestre Fafá e a rainha de bateria Paolla de Oliveira, da Grande Rio

O evento apresentou os principais segmentos das agremiações como comissão de frente, alegoria de abertura, casais de mestre-sala e porta-bandeira, velha guarda, destaques, musas, passistas, alas e baterias num “compacto” na mesma ordem em que se apresentarão no carnaval que, em 2025, será nos dias 2, 3 e 4 de março.

Marlon Lamar e Squel Jorgea, casal de mestre-sala e porta-bandeira da Portela

O que vem por aí

Depois dessa largada, o próximo encontro dos sambistas cariocas será na Marquês de Sapucaí, nos ensaios técnicos que começam no dia 25 de janeiro.

Até lá, o calendário está recheado de ensaios de rua, nas quadras ensaios de canto, feijoadas e eventos nas comunidades das escolas espalhadas pela região metropolitana do Rio. Vem chegando o verão...

9 dos 12 enredos abordam religiões afro-brasileiras: Oxalá na Imperatriz Leopoldinense

Nas paradas de sucesso

Durante o mês de dezembro, a expectativa está voltada para o desempenho dos sambas enredos da temporada. O timming está coordenado para que eles possam ampliar seu alcance nesse período de festas. As composições foram lançadas a tempo de decolarem rumo as comemorações do final do ano.

Caso de “Pede caju que dá”, interpretado por Zé Paulo Sierra. No último verão a composição Mocidade Independente de Padre Miguel foi o fenômeno que furou a bolha carnavalesca, virando o hit nas paradas do último réveillon carioca, e se difundiu pelo país em 2024.

Claro que algumas composições e enredos começam a se destacar caindo no gosto dos exigentes analistas de carnaval. Caso, por exemplo, dos sambas da Imperatriz Leopoldinense, sobre a viagem de Oxalá ao reino de Xangô, o Cocoriô das pororocas Paranauaras do Pará, da Grande Rio, e o da campeã do último carnaval, a Viradouro e seu Malunguinho - o mensageiro dos três mundos. Esses, já estão na boca do povo e despontam na disputa de audiência.  

Wander Pires, intérprete do belo samba da Viradouro 

Correndo por fora vêm composições como Logun Edé, orixá cantado pela Unidos da Tijuca, com a participação de Anitta, a ode Corpo Fechado do Salgueiro e, surpresa, o “Quanto mais eu rezo, mais assombração me aparece”, brincadeira fantasmagórica da Vila Isabel que corre por fora.

Voa, Neguinho, a despedida da Beija-flor

As homenagens a Milton Nascimento, na Portela, e o lendário Laíla, da Beija-Flor também estão no centro das atenções. No último caso, voltadas para o intérprete de todos os campeonatos da escola de Nilópolis. Neguinho anunciou ser este seu último carnaval comandando o carro de som da Beija-Flor.  

Paixões a parte, os aficionados estão acompanhando os números de acessos nas plataformas de suas músicas preferidas enquanto discutem nas redes sociais a qualidade das composições e o sobe e desce dos rankings musicais.

*Valéria del Cueto é jornalista e fotógrafa. Da série “É carnaval” do SEM FIM ... delcueto.wordpress.com


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