Come chocolate...
“Come chocolates, pequena; Come chocolates! Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates”. Os versos proféticos do poema Tabacaria, do poeta português Fernando Pessoa, podem traduzir, em parte, em que se transformou para muitas pessoas a Páscoa, nos últimos anos.
Pessach, termo hebraico que originou a palavra Páscoa e que significa passagem, é um evento religioso cristão, normalmente considerado a maior e a mais importante festa da cristandade. Nele, os cristãos celebram a Ressurreição de Jesus Cristo, depois da sua morte por crucificação (na Sexta-Feira Santa) que teria ocorrido entre os anos 30 ou 33 d.C. O termo pode referir-se também ao período do ano canônico que dura cerca de dois meses a partir desta data até ao Pentecostes. Os eventos da Páscoa teriam ocorrido durante o Pessach, data em que os judeus comemoram a libertação e fuga de seu povo escravizado no Egito. A palavra Páscoa advém, exatamente do nome em hebraico da festa judaica à qual a Páscoa cristã está intimamente ligada, não só pelo sentido simbólico de “passagem”, comum às celebrações pagãs (passagem do inverno para a primavera) e judaicas (da escravatura no Egito para a liberdade na Terra prometida), mas também pela posição da Páscoa no calendário. A última ceia partilhada por Jesus e pelos discípulos é considerada, geralmente, um “seder do pesach” – a refeição ritual que acompanha a festividade judaica, se nos atermos à cronologia proposta pelos Evangelhos. O Evangelho de João propõe uma cronologia distinta, ao situar a morte de Cristo por altura da hecatombe dos cordeiros do Pesach. Assim, a última ceia teria ocorrido um pouco antes desta festividade. Neste sentido, cabe refletir sobre o rito da passagem, a ressurreição e a vida nesta data tão especial.
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