Mostre-me um exemplo TRIBUNA DE URUGUAIANA: Luiz de Miranda deixa a Academia

10 de jul. de 2009

Luiz de Miranda deixa a Academia

A Academia Uruguaianense de Letras nasceu da meritória iniciativa do prefeito Sanchotene Felice, e eu logo o ajudei, enviando o Estatuto da Academia Rio-Grandense de Letras. Em reunião do dia 27 de abril de 2009, a atual Diretoria modificou seus Estatutos, obrigando a frequência de 60 por cento dos seus membros.
Diante dessa qualificação, me demite da Entidade, pois ela fora criada como me falou o Prefeito, para aglutinar os escritores da terra, e não dispensá-los, por estarem longe dos pagos, e agora vira um clubinho de literatos da terra. É difícil encontrar em Uruguaiana 40 escritores para compor o quadro acadêmico. Assim, estão fora da Academia os mais importantes: Tabajara Ruas, Nei Duclós, Cícero Galeno, Newton Alvim. Muito escrevi por causa da minha terra, ela está em centenas de versos, ao longo dos meus 28 livros, considerada a obra poética mais extensa do mundo, 2.703 páginas publicadas, em segundo lugar fica Pablo Neruda com 2.080. E já tenho quatro originais na gaveta, mais de mil páginas: "Velas de Portugal", "Salve a Argentina"," Rio de Janeiro, Canto de Amor e Esperança", Vozes do Sul Mundo", e estou trabalhando num novo livro:"Vendaval da Vida Inteira", e tenho para sair "Melhores Poemas de Luiz de Miranda", Editora Global, SP, uma coleção que reúne poetas como Fernando Pessoa e Castro Alves. Canto as ruas largas e calçadas amplas, como a Rua Aquidaban (Flores da Cunha), naquela casa preta de barro onde a enchente do rio Uruguai chegava no pátio de casa, este Rio é um dos versos mais longos da minha Poesia. Lembro os times de futebol onde joguei, no campeonato varzeano: Andradas e Bangu, e nos profissionais do Sá Viana, em 1963. Clube que me homenageou no meu aniversário de 60 anos comemorados no Brasil, Argentina e Paraguai, colocando na entrada do Estádio um busto de bronze feito pelo austríaco Xico Stockinger, um dos maiores escultores do mundo atual. Isto virou notícia mundial, por ser o único poeta com busto em estádio de futebol no planeta. Canto o bairro do Riacho (Marduque) e sua Escola de Samba vitoriosa, a Praça da Rendição onde desde menino admirava o busto de Alceu Wamosy, o grupo escolar Júlio de Castilhos e Romaguera Correa, além do Ginásio Estadual Dom Hermeto onde conclui meus estudos médios, e a Faculdade de Zootecnia, onde iniciei na primeira turma do Brasil, depois em 1966 mudei-me pra São Paulo, e me perdi no mundo.
Pertenço à Academia Rio-Grandense de Letras desde 1987, onde entrei na vaga do magistral Dyonélio Machado. Esta casa das Letras do Rio Grande, fundada em 1901, não exige presença obrigatória. No ano 2000, fui eleito para a Academia Sul-Brasileira de Letras que congrega os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, com sede em Pelotas, e tenho como patrono Carlos Drummond de Andrade. Ela também não exige presença obrigatória em suas reuniões. Ganhei o Grande Prêmio 2001 da Academia Brasileira de Letras, que também não exige presença obrigatória em reuniões. Sempre que vou ao Rio, tomo Chá com os Acadêmicos às quintas feiras. Conheço seus 40 membros e sou amigo deles. Agora estou indo para a Argentina, na primeira semana de agosto para receber o Prêmio 2009 do Instituto Literário e Cultural Hispânico, com sede na Califórnia (USA), que já foi recebido por Autores mundialmente reconhecidos, como Augusto Roa Bastos e Mario Benedetti. As Academias passam, mas a Poesia fica.

3 comentários:

Anônimo disse...

Bravo, Miranda, nosso herói do Sá Vianna, está Academia só server para veleidades e vaidades pessoais e nem tem chá das cinco. Blofff!

Anônimo disse...

eu nao conheço os imortais..nem o escreveram...mas e descabido excluirem quem produz e tem qualidade..por favor..a cultura em nossa cidade esta as moscas..e um absudo

ESCRITORA VERA SALBEGO disse...

Parabéns poeta Miranda faço minhas tuas palavras.Realmente Uruguaiana minha terra onde nasci e muitas vezes vou por lá por ainda ter familiares e pessoas amigas e velo que tem uma meia duzia de pessoas que se consideram donos dessa Academia.Faço partes de inumeras Academias espalhadas pelo Brasil e como Academica Correspondente nao preciso freguentar as mesmas.Vejo que isso é bem a cara da Cultura de Uruguaiana.Um grande abraço.Vera Salbego