TRIBUNA DE URUGUAIANA: Gatão de Meia Idade - Segundos Turnos
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5 de nov. de 2010
Gatão de Meia Idade - Segundos Turnos
7 comentários:
Anônimo
disse...
-Se de uma hora para outra surgisse do nada, um dinheiro de grandeza monstruosa, verba suficiente para sanar as dívidas, asfaltar toda esta cidade com asfalto de primeira qualidade, investir na saude, emprego e renda, educação... Assim, meu Deus, Uruguaiana venceria!
Dos vinte até os trinta Nossa vida é muito boa A espingarda anda armada E o atirador caçoa Sortimento tá sobrando Muitas veiz atira à toa É só triscar no gatilho Que a língua de fogo avoa
Dos trinta até os quarenta Pode prestar atenção O atirador tem cuidado Arma é de estimação Não atira em qualquer bicho Nem joga chumbo no chão Só atira em caça boa Pra não perder munição
E dos quarenta aos sessenta Arma tem que ser tratada Atira uma vez ou outra Se for bem lubrificada Por cada tiro ela passa Um tempão dependurada Dá um tiro e fáia dez A mola tá relaxada
E dos sessenta em diante Danou com os arrei' pro mato Arma não atira mais E se atirar é boato Espingarda enferrujada Só aponta pro sapato Virou peça de museu Esse mundo é mesmo ingrato
Recomendo a leitura do livro: A Espingarda do meu pai.Mais do que um manifesto politico é o relato, de uma simplicidade desconcertante, da luta permanente do povo curdo para conservar a sua identidade cultural.
É muito interessante, copiei partes do livro, para vocês, vejam:
Chamo-me Azad Shero Selim. Sou o neto de Selim Malay. O meu avô tinha muito humor. Dizia que tinha nascido curdo numa terra livre. Depois chegaram os Otomanos e disseram ao meu avô: tu és otomano. Após a queda do Império Otomano, tornou-se turco. Os turcos foram embora e ele voltou a ser curdo no reino de Cheikh Mahmoud, Rei dos Curdos. Depois chegaram os ingleses e, então, o meu avô tornou-se súbdito de Sua Graciosa Majestade e chegou, até, a aprender algumas palavras em inglês. Os ingleses inventaram o Iraque, o meu avô tornou-se iraquiano, mas nunca chegou a compreender o enigma desta nova palavra, Iraque, e até ao seu derradeiro suspiro não sentiu qualquer espécie de orgulho em ser iraquiano; o seu filho, meu pai, Shero Selim Malay, também não. Mas eu, Azad, era ainda um miúdo.”
7 comentários:
-Se de uma hora para outra surgisse do nada, um dinheiro de grandeza monstruosa, verba suficiente para sanar as dívidas, asfaltar toda esta cidade com asfalto de primeira qualidade, investir na saude, emprego e renda, educação...
Assim, meu Deus, Uruguaiana venceria!
hahahahahahahaahahahaah!!
Muito legal este Miguel Paivva!
Genial!
Dos vinte até os trinta
Nossa vida é muito boa
A espingarda anda armada
E o atirador caçoa
Sortimento tá sobrando
Muitas veiz atira à toa
É só triscar no gatilho
Que a língua de fogo avoa
Dos trinta até os quarenta
Pode prestar atenção
O atirador tem cuidado
Arma é de estimação
Não atira em qualquer bicho
Nem joga chumbo no chão
Só atira em caça boa
Pra não perder munição
E dos quarenta aos sessenta
Arma tem que ser tratada
Atira uma vez ou outra
Se for bem lubrificada
Por cada tiro ela passa
Um tempão dependurada
Dá um tiro e fáia dez
A mola tá relaxada
E dos sessenta em diante
Danou com os arrei' pro mato
Arma não atira mais
E se atirar é boato
Espingarda enferrujada
Só aponta pro sapato
Virou peça de museu
Esse mundo é mesmo ingrato
vc sabe para quê serve uma espingarda de dois canos ?
R: Pra matar dupla sertaneja
-O q , Marujo!!! Estou enganado ou vc está pensando q sairá livre dessa?? Só se na minha espingarda não tivesse nenhuma bala...
kkkkk!
Recomendo a leitura do livro: A Espingarda do meu pai.Mais do que um manifesto politico é o relato, de uma simplicidade desconcertante, da luta permanente do povo curdo para conservar a sua identidade cultural.
É muito interessante, copiei partes do livro, para vocês, vejam:
Chamo-me Azad Shero Selim. Sou o neto de Selim Malay. O meu avô tinha muito humor. Dizia que tinha nascido curdo numa terra livre. Depois chegaram os Otomanos e disseram ao meu avô: tu és otomano. Após a queda do Império Otomano, tornou-se turco. Os turcos foram embora e ele voltou a ser curdo no reino de Cheikh Mahmoud, Rei dos Curdos. Depois chegaram os ingleses e, então, o meu avô tornou-se súbdito de Sua Graciosa Majestade e chegou, até, a aprender algumas palavras em inglês. Os ingleses inventaram o Iraque, o meu avô tornou-se iraquiano, mas nunca chegou a compreender o enigma desta nova palavra, Iraque, e até ao seu derradeiro suspiro não sentiu qualquer espécie de orgulho em ser iraquiano; o seu filho, meu pai, Shero Selim Malay, também não. Mas eu, Azad, era ainda um miúdo.”
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