Será
apreciado nos próximos dias pelos vereadores de Uruguaiana, o projeto de lei de
autoria da vereadora progressista Josefina Soares, que sugere nome à
escola municipal de educação infantil, localizada na Rua Marechal Setembrino de
Carvalho. Através do projeto, ela sugere que a escola receba o nome do artista
plástico uruguaianense Vasco Prado Gomes da Silva. Ao justificar a sugestão,
Josefina destaca que o renomado artista plástico teve importante atuação no
mundo das artes, contribuindo para a construção da cultura brasileira. “Em
Uruguaiana, não existe nenhum logradouro público com o nome deste importante
artista brasileiro que sempre fez questão de dizer que era nascido no
município. Em 2014, teremos as comemorações aos 100 anos de nascimento de Vasco
Prado e sua cidade natal terá oportunidade, aprovando este projeto, de
eternizá-lo”, disse a vereadora. Vasco Prado nasceu em Uruguaiana, no dia
16 de abril de 1914, e faleceu aos 84 anos de idade, em Porto Alegre, no dia 9
de dezembro de 1998.
Foi um escultor, gravador, ilustrador, desenhista e
professor reconhecido por sua arte e talento. Filho de pai militar, morou com a
família em Minas Gerais e no Rio de Janeiro. Voltou ao Rio Grande do Sul aos 14
anos de idade, quando estudou no Colégio Militar de Porto Alegre, onde concluiu
o curso em 1936. Em 1940, estudou na Escola de Belas Artes de Porto Alegre e,
iniciou pesquisas em escultura como autodidata. Em 1941, construiu seu primeiro
ateliê, sendo assistido pelo pintor Oscar Boeira (1883 - 1943). Estudou em
Paris, entre 1947 e 1948, como bolsista do governo francês. Foi aluno de
Fernand Léger (1881 - 1955) e frequentou o ateliê de gravura da Escola Nacional
Superior de Belas Artes. Em Paris, entrou em contato com o artista mexicano
Leopoldo Mendez (1902 - 1968). Retornou ao Brasil em 1949, e no ano seguinte,
fundou o Clube de Gravura de Porto Alegre, com Carlos Scliar (1920-2001),
Danúbio Gonçalves, Glênio Bianchetti e Glauco Rodrigues, que foi um dos marcos
na história da arte gaúcha, realizando uma obra de cunho social, e em especial
enfocando a temática regionalista do gaúcho em sua vida no campo.
Lecionou
escultura no Ateliê Livre da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, em 1966.
Entre 1968 e 1969 foi convidado pelos governos da Alemanha, Polônia, Espanha e
Portugal para realizar estágios e exposições. Ganhou o concurso para o
Monumento a Villa-Lobos, em Porto Alegre no ano de 1962. É autor do mural da
Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul concluído em 1972.
Participou da Bienal Internacional de São Paulo de 1967 e de várias edições do
Panorama de Arte Brasileira do Museu de Arte Moderna de São Paulo. Em 1991,
ilustrou com suas gravuras a edição especial do "Negrinho do
Pastoreio" de Simões Lopes Neto.
Integrou a equipe de direção do Museu de
Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli - Margs, entre 1987 e 1991. Cidadão do
mundo, Vasco Prado deixou esculturas e murais em praças e edifícios da
Alemanha, Argentina, Brasil, Estados Unidos, França, Japão, Polônia e Uruguai.
Em 1994, é realizada a retrospectiva Vasco Prado, 80 Anos, na Usina do Gasômetro, em
Porto Alegre. Sua residência em Porto Alegre é transformada em memorial, em
2000, com a finalidade de preservar documentos, objetos pessoais e obras do
artista. São publicados livros sobre sua produção, em 1984, pelo Margs, e em
2001, pela editora Animae.
A proposta será votada nos próximos dias.
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