Na sessão ordinária de terça-feira, dia 26 de junho de 2012, a
Câmara Municipal de Uruguaiana rejeitou o projeto-de-lei da então vereadora
Josefina Soares que denominava Leonel de Moura Brizola a Escola
Municipal de Educação Infantil, que está sendo construída na antiga Gavel, na
avenida Presidente Vargas nº. 4400, esquina rua professor Luiz Antônio Lopes. O
projeto foi derrotado pela bancada do PSDB, quando votaram contra os vereadores
Neraí Kaufmann, Rafael Alves, Rogério de Moraes e Valério Echeverria. Os
vereadores Fernando Tarragó e Ronnie Mello se ausentaram do plenário. Os
vereadores Francisco – Kiko – Barbará e Luiz Gilberto Risso não estavam na
sessão. Com a ausência do presidente Kiko, o parlamentar José Clemente assumiu
a presidência dos trabalhos. Na condição de presidente, o vereador Clemente
Corrêa só votaria em caso de empate. Votaram a favor do projeto que
homenagearia o ilustre político gaúcho, apenas os vereadores Adalberto Silva e
Mauro Brum. Com o resultado da votação, o projeto foi arquivado e somente
poderá ser reapresentado no próximo ano.
O engenheiro gaúcho Leonel de Moura Brizola foi o único brasileiro que foi escolhido pelo voto popular para
governar dois estados da federação: o Rio Grande do Sul (1959-1963) e, por dois
mandatos (1983-1987 e 1991-1994, o Rio de Janeiro, e que fez da educação sua
maior luta na vida pública. Ainda, implantou as escolas de dois turnos, os
CIEPs, destinados às crianças carentes. Leonel de Moura Brizola nasceu em Carazinho, em 22 de janeiro de 1922, e
faleceu na cidade do Rio de Janeiro, 21 de junho de 2004. Lançado na vida
pública por Getúlio Vargas, foi o único político eleito pelo povo para governar
dois estados diferentes (Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro) em toda a História
do Brasil. Exerceu também a presidência de honra da Internacional Socialista.
Nascido
no vilarejo de Cruzinha, hoje interior de Carazinho, então pertencente ao
município de Passo Fundo, era filho de camponeses migrados de Sorocaba.
Batizado como Itagiba de Moura Brizola, cedo adotou o nome de um líder maragato da Revolução de 1923, Leonel
Rocha. Foi prefeito de Porto Alegre, deputado estadual e governador do Rio
Grande do Sul, deputado federal pelo Rio Grande do Sul e pelo
extinto estado da Guanabara, e duas vezes governador do Rio de Janeiro. Sua
influência política no Brasil durou aproximadamente cinquenta anos, inclusive
enquanto exilado pelo Golpe de 1964, contra o qual foi um dos líderes da
resistência. Por duas vezes foi candidato a presidente do Brasil pelo PDT,
partido que fundou em 1980, não conseguindo ser eleito. Morreu aos 82 anos de
idade, vitimado por problemas cardíacos. Ingressou na política partidária no antigo Partido Trabalhista
Brasileiro (PTB), na condição de um dos fundadores, junto com quadros como José
Vecchio e outros quadros oriundos do Movimento Queremista. De imediato, Brizola, junto com Fernando Ferrari, Sereno Chaise e Ney Ortiz Borges, fundaria
a primeira agremiação juvenil do PTB, a Ala Moça. Leonel Brizola seria o primeiro presidente da Ala Moça. Suas atividades na
construção de núcleos da Ala Moça e de diretórios municipais do PTB no interior
do Rio Grande do Sul renderia a sua primeira candidatura a cargo eletivo, com o
apoio dos próprios jovens trabalhistas da Ala Moça e com a recomendação pessoal
de Getúlio Vargas – seu padrinho de casamento. Foi eleito deputado estadual às
38ª e 39ª Legislaturas da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, de 1947
a 1955.
Casado com Neusa Goulart, irmã do
ex-presidente João Goulart, com ela teve 3 filhos: Neusa, José Vicente e
Otávio. Exerceu considerável influência política durante o mandato de seu
cunhado. Alguns historiadores citam que Brizola, por muito tempo, pressionava Goulart para ser nomeado Ministro da
Fazenda, e que suas pretensões eleitorais para com uma Reforma Agrária.
Pesquisas eleitorais visando o não realizado pleito presidencial de 1965
apontavam Brizolacomo um dos 3 candidatos com reais chances de vitória, ao
lado de Juscelino Kubitschek e Carlos Lacerda, os dois primeiros não agradando
nem aos Estados Unidos da América nem às oligarquias brasileiras. Brizola era governador do Rio Grande do Sul quando da renúncia do
presidente Jânio Quadros, em agosto de 1961. Foi ele quem comandou a
resistência civil às pretensões golpistas dos militares e segmentos
conservadores e oligárquicos da classe política de impedir a posse do
vice-presidente constitucionalmente reeleito, pelo voto legítimo popular, João
Goulart, ocasião em que corajosamente deflagrou a chamada "Campanha da
Legalidade". Em 1962 Brizola se elege deputado federal pelo extinto estado da Guanabara pela
sigla do PTB. Recebeu a maior votação no país até aquela data, com um total de
269 mil votos. Este é um breve currículo do governador Leonel Brizola.
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11 comentários:
Não sou brizolista mas respeito sua trajetória. Covardia e preconceito contra um homem que teve uma vida pública exemplar e uma grande biografia. A rejeição mostra a mentalidade obscura da bancada tucana e do vereador do PP que "se ausentou" do plenário.
aprovado
Rejeitaram por medo de quê ou de quem?????
por mim podem até deixar sem nome.
se nome fosse importante as pessoas seriam bem atendidas nas filas do INSS, Dos hospitais, dos consultórios nos postinhos de saude onde se amontoam pessoas que não podem pagar uma consulta particular ou não tem um bom convenio de saude.
se o nome da escola fosse importante os professores não ganhariam menos do que qualquer militante partidário que exerce CARGOS EM COMISSÃO (cc), ou, os professores não ganhariam menos do que um soldado, menos dod que um brigadiano, menos do que um policial civvil federal/estadual, menos do que qualquer oficial de kjustiça que só faz entregar cartinhas.
Uma vergonha esse gesto dos vereadores do PSDB e o do PP que se ausentou. Concordo com o anônimo das 09:00 horas. Preconceito e covardia. Mas essa rejeição revela também profunda ignorância. Uruguaiana deve sentir-se envergonhada por ter na Câmara de Vereadores representantes tão mesquinhos.
CARTA ABERTA À CÂMARA DE VEREADORES DE URUGUAIANA
A tal da sabedoria
Não é uma erva daninha
Que sem aviso se aninha
E invade qualquer lugar;
Não é fumaça no ar
Bailando ao sabor do vento,
E às vezes falta momento
Pra dita cuja chegar.
A tal da sabedoria
Por vezes faz tanta falta,
Pois é a virtude mais alta
Que guia o legislador;
Quando vejo um vereador
Negar honra a quem merece
Eu tomo forma de prece
E clamo ao Nosso Senhor!
Negar ao adversário
Sua grandeza na história
É a solução mais simplória
Que habita a vala comum;
Não chega a lugar algum
Essa visão distorcida
De ignorar quem, na vida,
Foi bem mais que só mais um.
Pra tal da sabedoria
A maior das odisseias
É, na guerra das ideias,
Demonstrar luz e respeito;
É trazer dentro do peito
O filtro mais que sagrado:
Pode haver rival honrado
E companheiro suspeito!
Pois esse homem de honra
Merece louros e glórias...
Reverência à trajetória
De quem amou seu país;
De quem firmou a raiz
Deste solo consagrado
Mas acabou pisoteado
Na votação dos edis!
Negar a esse personagem
Simples nome de uma escola
É negar Leonel Brizola
Como vulto e referência;
É ignorar a existência
De um brado forte da história...
Deem a mão à palmatória,
Botem ela na consciência!
O tempo passa ligeiro
E todos nós passaremos...
Os grandes trunfos que temos
São as lições que deixamos.
Os atos bons que semeamos,
Voz de justiça e verdade
Pois o sol da eternidade
Dura mais que quatro anos!
Reconhecer os valores
Muito além da ideologia
É certeza e garantia
Que a honra não está morta;
Revisem suas linhas tortas
E reescrevam seus dias,
Que a tal da sabedoria
Está batendo na porta!
E o meu verso é simplesmente ignorado? A única manifestação expontanea e assinada sobre o assunto...Se essa é a filosofia deste jornal, sei bem como proceder.Estamos na mesma trincheira e este jornal simplesmente ignora o que manifestei.Quero resposta concreta sobre isso. Cordialmente.
Quando vi que meus versos não haviam sido aceitos como comentário neste artigo do blog, fiquei surpreendido e frustrado, pois estou peleando na mesma trincheira que vocês com relação a essa questão. Achei que não tinham dado bola pra o que escrevi e acabei sendo precipitado e indelicado, atitude que de qualquer forma não se justifica. Por tal motivo, peço desculpas pela minha má atitude. Acho que a tal da sabedoria demorou a bater na minha porta neste caso. Mas bateu. Errando é que se aprende a acertar. Mil desculpas novamente.Obrigado pela valorização. Abraço.
Prezado poeta e amigo Carlos Omar Villela Gomes, não tínhamos publicado (liberado) seus versos porque queríamos publicá-los no mesmo dia em que sai a edição impressa do Tribuna. Neste sábado, seus versos, que nos emocionaram, foram até chamada de capa. Entendemos mas não aceitamos a injustiça e o preconceito perpetrado contra um grande cidadão brasileiro, o bravo Leonel Brizola. A inveja, o preconceito e o ódio aos que triunfam é uma constante numa sociedade medíocre, com muita gente despreparada e covarde no exercício da atividade política-pública. Nossos agradecimentos por sua valiosa colaboração.
a culpa é da administração municipal. ele manda em tudo e em todos. certamente ele não gostou dos teus vesos. talvez tenha entendido como ofensivos.
aqui em uruguaiana tudo que acontece sempre tem a infiltração do cara.
quanta falsidade.
carlos omar aqui em uruguaiana a dupla DA DITADURA TEM ATE alemao lacaio!muito triste mAS VAI PASSAR
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