Mostre-me um exemplo TRIBUNA DE URUGUAIANA: Crianças e idosos, por Gabriel Novis Neves

21 de dez. de 2014

Crianças e idosos, por Gabriel Novis Neves


No início do ciclo vital somos crianças. Os felizardos que conseguem cumprir todas as fases desse ciclo são idosos. 
Nesses dois extremos os seres humanos, por estarem mais vulneráveis, ficam sujeitos às pressões e incompreensões, tanto por parte da sociedade quanto por sua própria família. 
Nesse longo caminho biológico as etapas vão se sucedendo – infância, puberdade, adolescência e maturidade. 
Uma grande parte de pais, mal resolvidos emocionalmente, projetam em seus filhos todas as suas frustrações, não raro tornando-os lesionados para o resto da vida. 
Vi aqui em minha cidade várias crianças fantasiadas com uma criatividade assombrosa comemorando o “Dia das Bruxas”, tradição nitidamente norte-americana. 
Nada a ver com a nossa cultura, a não ser o ranço colonialista de imitar a “Corte”.
Por outro lado, elas são condicionadas a transformar todos os seus dias em festas ou a preenchê-los com atividades desnecessárias para a sua faixa etária, roubando-lhes assim todo tempo que poderiam dispor para o exercício de suas fantasias. 
Infelizmente, como tudo na vida, esse período passa rápido. 
As inúmeras mídias contaminam pais e educadores com valores deturpados e, dessa maneira, mais um sem número de infâncias estará comprometido. 
Os idosos, no outro extremo, já deram à sociedade tudo que ela lhes exigiu. Como não são mais produtivos, perdem o seu valor como cidadãos, passando a imagem de pessoas descartáveis. 
Num país essencialmente de jovens, difícil entender que os idosos podem ser extremamente produtivos, desde que se lhes devolva a sua autoestima. 
Sofrem muitas vezes uma marginalização social e suas atitudes são vistas com reservas. 
Países que não cuidam das suas crianças e de seus idosos, jamais poderão ser considerados civilizados.  

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