Mostre-me um exemplo TRIBUNA DE URUGUAIANA: Mentira, por Gabriel Novis Neves

26 de dez. de 2014

Mentira, por Gabriel Novis Neves

Com a expansão da delação premiada a mentira voltou a ser o assunto do dia. Seu “Santo Padroeiro” aqui no Brasil prega o “eu não sabia”. 
Aposentou, inclusive, uma antiga expressão de grande prestígio na época da “Inquisição”, que era “jurar de pés juntos que não fui eu”. 
O ser humano mente inúmeras vezes por dia, afirmam os estudiosos em neurologia. 
Muitas mentiras não contêm maldade ou intenção de enganar. 
Citarei apenas uma: a do médico que mente ao seu paciente quanto ao diagnóstico e prognóstico de certas patologias incuráveis pela medicina científica. 
Esta é chamada de mentira humanitária. A mentira médica tentando amenizar as dores do paciente é mais frequente entre os latinos que saxônicos. 
Sou contra a mentira que nunca ajuda e, no caso citado, considero uma traição ao nosso fragilizado semelhante que sabe da gravidade do seu caso e percebe que o doutor está mentindo no seu otimismo para protegê-lo. 
Mentiras inocentes são empregadas para evitar possíveis constrangimentos. 
Mas, há as covardes, criminosas e tantas outras inventadas por esse “bicho” tão difícil de ser compreendido que é o ser humano. 
A situação fica grave quando o mentiroso passa a acreditar nas suas próprias mentiras. 
Entre a mentira e a ficção vivem crianças, adultos e certos profissionais como artistas, escritores e historiadores. 
Entre os mentirosos sinceros estão os sonhadores e utópicos. Na prática suas mentiras não funcionam. 
As pessoas mentem tanto, que a verdade parece um fenômeno exótico, arcaico, ultrapassado. É quase um defeito no mundo atual. 
Nas Operações da Polícia Federal que varrem o território nacional, o objetivo maior dos transgressores das leis é de enganar o povo. 
No momento o “eu não sabia de nada” está vencendo a verdade para o mal desta nação saqueada e dilapidada na sua honra por políticos, agentes públicos e corruptores do capital. 
Até quando a mentira será a moeda deste país? 
A sociedade civil continua como “o cego que não quer ver”. 

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