Mostre-me um exemplo TRIBUNA DE URUGUAIANA: SOS CONTRA A AIDS , por Gabriel Novis Neves

11 de dez. de 2014

SOS CONTRA A AIDS , por Gabriel Novis Neves

É alarmante a desinformação em nosso país no que se refere à educação sexual, matéria que deveria fazer parte de todos os currículos escolares. 
Desde 1981, quando surgiram as primeiras mortes ocasionadas pelo vírus HIV, nenhuma outra campanha intensa de conscientização no tocante à profilaxia da doença foi feita. 
Os jovens atuais, com a onipotência própria da idade, não se sentem ameaçados pela gravidade dessa doença, já que não foram testemunhas dessas mortes e por já estarem convivendo com a possibilidade de tratamento eficaz de controle sintomático. 
O que precisa ser dito é que esse controle promove apenas uma boa qualidade de vida por mais tempo, não tendo, entretanto, efeito curativo. 
Em consequência da AIDS cerca de 12.000 mortes anuais ocorrem no Brasil. 
É gravíssimo o aumento do número de novos casos. Nos últimos dois anos foram 42.000. 
Atualmente já é fornecida pelo nosso serviço de saúde, gratuitamente, medicação preventiva que, se usada até 72 horas após uma relação considerada de risco, poderá impedir o aparecimento de um soropositivo. 
Trata-se de uma substância que faz parte da composição do cocktail controlador da AIDS e que se mostra extremamente eficaz nessas primeiras horas de possibilidade de contaminação. 
Isso sem falar nos preservativos, sem os quais os prazeres da carne podem se transformar em pesadelos futuros. 
Os enormes preconceitos, que seguem firmes através dos tempos, também fazem com que o indivíduo HIV positivo continue sendo extremamente discriminado, o que só faz agravar a disseminação da doença. 
Triste imaginar que a faixa etária mais atingida é dos 19 aos 25 anos, justo quando os arroubos sexuais ocorrem com mais intensidade e que a crença na invulnerabilidade é total. 
É preciso que se divulgue que a AIDS foi apenas controlada através de medicação, mas que continua uma doença incurável uma vez estabelecida. 
Somente a profilaxia poderá formar uma juventude saudável num momento em que conseguimos a tão sonhada liberdade sexual. 
Persiste, lamentavelmente, o tabu em relação ao sexo, palavra proibida em todos os ambientes, inclusive os escolares, que seriam os mais apropriados ao esclarecimento franco e sem barreiras. 
Ao contrário, vivemos numa sociedade em que a alta tecnologia não foi acompanhada pela abertura das ideias que continuam arcaicas e hipócritas. 

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