Muita calma nessa hora!
Texto e foto de Valéria del Cueto
As palavras saem sem que Pluct, Plact consiga sequer tabular as letrinhas correspondentes. Tipo um mantra milenar a ser repetido a cada declínio dos tantos e inevitáveis ciclos históricos universais.
Repare que aqui não se fala de assuntos mundiais ou planetários. A lei é do universo. Tudo que sobe, desce. Sábios são os poucos que consegue unir “decadance avec elegance”. Normalmente a subida é difícil. E a queda inevitável. Por erro de avaliação e condução, normalmente pulo cego de um precipício. Sem direito a rede de proteção ou cabo de segurança.
Mas quando a gente está lá em cima perde totalmente a noção do perigo e a perspectiva dos fatos. Tal e qual Ícaro, pensamos ser Deus e vamos em frente, acreditando que as asas farão seu papel milagroso na hora do pulo. E não falamos aqui de asas deltas, parapentes, ou similar. O peso do poder não pode ser sustentado pela física.
É por essas e por outras que de alguns antigos apogeus e consequentes declínios pouco ou nada restam de registros, pulverizados que foram pela avalanche da queda.
E é melhor assim permanecerem, no esquecimento!
Isso pode parecer papo de maluco. Mas não é. É letra mandada por um extraterrestre preocupado. Em busca de uma vacina. Precisando de um “media training” para poder chegar com seus argumentos azeitados no próximo encontro com seu fio terra, a cronista ensandecida(?), voluntariamente encarcerada do outro lado do túnel.
“Oi querida amiga. Que saber da última? Donald, não fia, não o pato do Walt Disney, mas o Trump será o próximo presidente dos USA. Ninguém levava fé. Nem ele mesmo. Mas é!” Cai o pano preto da história.
Do céu vem o recado. A esperança é a última que corre. E, quando vai, deixa a porteira aberta que possa voltar das cinzas das terras calcinadas. E renascer, crescer e, como tudo, fenecer novamente.
Qual a reação da cronista? Impossível dizer. Talvez ela sirva de consolo aos olhos estarrecidos de Pluct, Plact que não se chama Teresa e não é da família Batista. Mas, sim, está cansado de guerra.
O que não impede que também saiba que essa é pedra cantada no horizonte e aqui. Bem no nosso quintal...
Essa sensação aumenta quando se lembra que foi numa cena (quase um “dejá vu”) como a dessa semana, no espaço em frente ao prédio histórico da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, a Cidade Maravilhosa, que o ser interplanetário aterrissou e fez seu primeiro registro corporal no planeta terra. Lembra “Pluct, plact Pow”, uma das primeiras Fábulas fabulosas publicadas por aqui? Parece ter acontecido anos luzes atrás.
Lá, a polícia continha na base de “porrada e bomba” os professores que protestavam. Agora, é ela que precisa ser (inutilmente) contida por, ao defender seus direitos, invadir a casa do povo! No seu interior os políticos por eles eleitos se escondiam dos manifestantes. Sem querer recebe-los.
Na pauta, entre outras bondades, a perda de vários direitos para pagar a conta da falta de controle financeiro do governo estadual. Aqui, aí, e em quase todo o Brasil a situação é pré-falimentar. Alguém tem que bancar a ladroagem. Porque o dinheiro certamente não foi para onde deveria ir: saúde, educação, segurança... Detalhes, meros detalhes que empilhados formatam o buraco aos pés do precipício acima citado.
Não... nada será como antes. Mas sempre haverá uma chance de recomeçar. Pelo menos enquanto houver esperança e boa vontade. No mais, por agora, é calma... muita calma nessa hora para calcular o prejuízo e cobrar a conta dos responsáveis pelo descalabro atual.
PS pós publicação: para essa quarta feira, 16 de novembro, quando começa a ser analisado o pacote de bondades do governador Pezão, a cerca ao redor do prédio da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro foi ELETRIFICADA.
*Valéria del Cueto é jornalista, fotógrafa e gestora de carnaval. Texto da série “Fábulas fabulosas” do Sem Fim...
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