IGNORÂNCIA SINCERA E DEMOCRACIA
Jeremyas Machado Silva
Historiador,
doutorando em História. E-mail: jeremyass@gmail.com
A democracia delega a “organização” sociopolítica e administrativa
ao Estado. No campo social, discute-se a “disposição” sociopolítica e
administrativa. Isto é política. Ser político é dialogar. A importância do
diálogo está para a política como a democracia está para a sociedade. O
processo mediador destas relações deve impetrar a Ética. Do contrário,
governará a ideologia autoritária da velha moral antiquada e desprovida de
benevolência. Aqueles que se adornam da velha moral retrógrada e arrogante
apenas reproduzem discursos fechados que ferem com golpes de adaga qualquer pensamento
reflexivo ou cortam com o fio de uma gladia, qualquer prática filosófica que
acometa o seu império. O seu Fascismo pós-moderno. A sua barbárie.
A Moral é formada pelo conjunto de valores e tradições
existentes em uma sociedade. A Ética realiza a revisão criteriosa da Moral. Por
isso, a Moral pode ser antiquada e discursiva. A Ética, aberta e dialógica. Cabe
aqui, um comentário sobre a prática dialógica. Está não precisa mudar a opinião
daqueles que dialogam. Prática dialógica não é prática dialética. Ou seja,
durante um diálogo, os indivíduos colocam em prática os seus pensamentos
críticos-reflexivos e após o diálogo podem não ter uma nova opinião, uma nova
síntese, apenas refletiram. Portanto, dialogar com os “diferentes” se faz
necessário em nossa sociedade extremista.
Retomando a opinião
acerca da ideia de Estado e democracia. É preciso reinventar-se a compreensão
destes conceitos no Brasil. Quem sabe, aquiescer-se da ideia “iluminista” em
que o Estado é do povo. Tudo precisa ser harmonizado para dar certo. Além
disso, no caso da educação, oportunizado. O viés mais criterioso para
perceberem-se quaisquer mudanças é a educação. A educação liberta, mas o
processo é doloroso. Libertar-se por meio do saber significa estudar muito.
Ler, entender e tornar-se crítico. Foi dito por Martin Luther King: “Nada no
mundo é mais perigoso que a ignorância sincera”. Assim, se a ignorância
continuar sincera, adeus democracia.
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