Jeremyas Machado Silva
Mestre em História pela
PUCRS e doutorando em História pela UPF.
E-mail:
jeremyass@gmail.com
Região. Vocábulo polissêmico e
complexo. Na maioria das vezes, para alguns pesquisadores, uma região
representa um espaço geográfico com características naturais próprias, um exemplo,
é o Pampa ou, ainda, particularidades históricas, como, a região das Missões,
ou políticas e econômicas como a região da Fronteira Oeste. Entretanto, uma região
é, sobretudo, um espaço estabelecido simbolicamente pelos indivíduos que nela
vivem. Um “organismo” político, econômico e cultural de relação e interação
(regional/global).
Etimologicamente, a palavra
região origina-se do latim regio: limite,
lugar e regere: dirigir, reger, e pode
ser associada ao expansionismo do Império Romano, administração das suas cidades
e definição das suas fronteiras. Por conseguinte, a região não é uma categoria
real empírica (palpável), é uma representação que vincula um sentido histórico temporário
e inacabado a uma territorialidade a fim de facilitar a compreensão das relações
políticas e econômicas desta mesma territorialidade.
Atualmente, diante de crises
econômicas, crises políticas, crises democráticas, novos processos de imigração
e delimitação de limites, fundamentalismo, extremismo ou xenofobismo, o termo
região tem sido muito utilizado por historiadores, cientistas políticos, sociólogos,
economistas, administradores e, sobretudo, profissionais da área da comunicação.
Visto que, uma região é, essencialmente, um espaço com historicidade. Um
ambiente coletivo.
Precisa
ficar claro ao leitor que uma região é um espaço estabelecido historicamente e
intencionalmente, inacabado, em constante transformação econômica e regulado
por instrumentos de ordem política. Estes instrumentos estabelecem ou orientam
a “cultura regional”. Estando a região inacabada e em mutação a cultura nela
produzida será também inacabada e em mutação.
Pode
ser complexa a utilização do vocábulo região para definir a Fronteira ou qualquer
outro lugar. No entanto, sabe-se que a história pode ser fabricada, do mesmo
modo, uma região. Assim, é importante observar que quando se fabrica uma destas
representações pode-se estar excluindo determinadas culturas ou fatores
históricos relevantes. Inversamente, ações de inclusão e equidade geram novas oportunidades
e estimulam o desenvolvimento regional. Desenvolver a Fronteira é preciso,
entretanto, desenvolver para todos.
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