Federarroz defendeu no encontro em Brasília, entre outras medidas, a redução na área de plantio no Mercosul
Os custos da lavoura arrozeira foram debatidos em Brasília durante reunião no Ministério da Agricultura (Mapa), com
entidades representativas dos produtores gaúchos de arroz. Também estavam
presentes ao encontro
representantes do Ministério da Fazenda, do Banco do Brasil, Banco Central, Instituto
Riograndense do Arroz (Irga) e da indústria.
A Federação das Associações de Arrozeiros do Estado do Rio Grande do Sul
(Federarroz) ressaltou a importância da presença do Mapa como mediador dos
diversos temas que o setor vem tratando com o objetivo de desonerar o custo de
produção. O economista Antônio da Luz, da Federação da Agricultura do Estado do
Rio Grande do Sul (Farsul), apresentou um comparativo de custos com outros
países, dando exemplo de alguns insumos que são muito mais caros no Brasil do
que no exterior.
O vice-presidente da Federarroz, Alexandre Velho, colocou que a entidade
está defendendo a redução da área de plantio, numa ação de ajuste de oferta. A
iniciativa se deve ao eminente aumento dos estoques de passagem para a próxima
temporada à medida em que todos os países que compõem o bloco do Mercosul são
influenciados pelo mercado brasileiro. Conforme a Federarroz, se o mercado
brasileiro estiver demasiadamente ofertado, certamente os demais países como
Paraguai, Uruguai e Argentina, e mesmo o Brasil Central, sentirão fortemente os
reflexos dos estoques elevados e superoferta, ou seja, preços não
remuneradores.
Com relação à competitividade internacional, Velho sugeriu a criação de
um reintegro que seria uma devolução de impostos pagos, como ICMS, PIS, COFINS.
O custo da energia elétrica também foi abordado pelo dirigente. “É preciso
promover uma ampliação do período denominado horário reservado e retirar
totalmente a influência das bandeiras tarifárias das contas de energia do
produtor rural”, salientou.
Outros pontos colocados pela Federarroz na reunião em Brasília foram a
concorrência do Mercosul e o maior escalonamento no pagamento dos custeios.
Quanto ao Mercosul, Velho disse que não é permitido aos produtores buscarem
insumos e máquinas do outro lado da fronteira, isto os torna muito menos
competitivos em função do valor muito maior do custo de produção
brasileiro.
Na questão dos custeios, falou da necessidade de uma padronização e um
maior alongamento das parcelas, passando os vencimentos de junho a novembro.
“Também no tema do endividamento é importante que se consiga uma securitização,
um prazo maior com juros compatíveis para o produtor que quer pagar as suas
dívidas”, sinalizou Velho. Entretanto, o vice-presidente da Federarroz
foi enfático ao falar que todas essas ações são de longo prazo e que o produtor
de arroz brasileiro deve estar ciente das dificuldades para a próxima temporada.
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