Roubo de cargas é recorde no Estado de São Paulo
O número de roubos de carga bateu novo recorde no primeiro semestre do ano. Houve 23% mais ocorrências entre janeiro e junho do que no mesmo período de 2008. Em valores, o crescimento percentual foi semelhante e chegou a R$ 134,2 milhões em cargas roubadas neste ano no Estado de São Paulo.
De acordo com a Fenaseg (Federação Nacional dos Seguros Gerais), o percentual de sinistros sobre as cargas seguradas (roubadas) atingiu 90% de janeiro a maio. A situação é tão grave que algumas seguradoras têm saído da área, ou se recusado a fazer apólices de empresas transportadoras de produtos como eletroeletrônicos, celulares e medicamentos.
Os dados sobre o aumento no roubo a carga são do Setcesp (Sindicato das Empresas de Trans-portes de Carga de São Paulo), baseados em números da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo. Pelo Estado circulam 53% das cargas transportadas no país, porém apenas a secretaria paulista fornece às entidades do setor in-formações sobre os roubos para análise.
Seguradoras têm se recusado a fazer apólices de determinadas cargas. “Não aceitamos determinados riscos, alguns, só sob restrições, e, no caso de eletrônicos, as condições têm de ser especialíssimas”, diz um empresário do setor de seguros, “As empresas têm participação obrigatória, não indenizamos 100% do valor, e tem de haver sistemas redundantes de segurança.”
Rastreadores e sistemas de proteção, já não são mais suficientes, pois são desarmados com outras ferramentas tecnológicas, que são facilmente encontradas na cidade. “Na semana passada, demos uma batida atrás de um caminhão roubado e, quando chegamos ao galpão, havia apenas o equipamento de localização”, diz Itagiba Franco, delegado da Divecar (Divisão de Investigações sobre Furtos e Roubos de Veículos e Cargas). “A carga e o caminhão não estavam lá.”
Segundo Paulo Roberto de Souza, coronel reformado do Exército e assessor de segurança da federação e da associação nacional de trans-portes, os custos com seguros e medidas de gerenciamento de risco das empresas giram entre 12% e 15% com relação ao faturamento anual, em média. “Mas conheço empresas de grande porte nas quais o valor chega a 17% do total”, diz Souza.
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