Mostre-me um exemplo TRIBUNA DE URUGUAIANA: CTG e a gauchada na capital da Bahia

3 de ago. de 2009

CTG e a gauchada na capital da Bahia

O cruz-altense Elmo Diniz emociona-se ao mostrar a faca que recebeu de presente de seu amigo, ganhador da Califórnia da Canção Nativa, com a música Prece ao Minuano, Edson Otto. Elmo, 86 anos mora há mais de 45 anos em Salvador. Desde que foi transferido para a Bahia pela empresa de transporte de cargas que trabalhava em Porto Alegre, o aposentado mantém as tradições gaúchas e carinho pelo Rio Grande do Sul mesmo longe de casa. “Sou filho de tropeiro, já toquei boi pra charqueada. Sou muito apegado às coisas do campo”, revela. No portão do sítio onde Diniz vive com a esposa baiana Eleni, há uma placa que explica seu modo de viver em Salvador, nela está escrito “Sítio Baiúcho”.
Eleni Diniz serve doce de carambola – fruta típica do Nordeste - há poucos metros do pé de erva-mate que Elmo plantou em seu sítio. Na porta do banheiro do galpão próximo à casa do casal, há placas onde diz “Prendas” e “Peões”. Quadros com estampas de cavalos, objetos com estampas do Grêmio e do Inter, além da churrasqueira e de um fogo de chão próximo do galpão onde Elmo joga carta com os amigos, demonstram o valor que das raízes rio-grandenses para o aposentado. Os sotaques baiano e gaudério de Elmo e sua esposa diferem entre si. “Filha, quem é autêntico não muda”, explica o gaúcho servindo água-de-côco.
CTG em Salvador - Elmo fundou, juntamente com 14 amigos gaúchos o Centro Gaúcho da Bahia CTG Rincão da Saudade em 1965. O uruguaianense Acioli Fernandes foi o primeiro presidente do centro. “A cidade que mais mandou presentes ao CTG foi Uruguaiana”, comenta Elmo. Os uruguaianenses Hernani Gutierrez e Jurandir Feijó presidiram posteriormente o local, criado com o objetivo de manter a cultura e tradição gaúchas, do churrasco e do chimarrão.
Atualmente o CTG conta com 230 sócios, segundo o diretor comercial do CTG Rincão da Saudade, Dimar Aragão, 10% deles são baianos. “Primeiro eles são atraídos pela nossa culinária e depois pela música”, assinala o diretor natural de Agudo, que há mais 10 anos participa da diretoria do centro. Todas as quartas-feiras é servido um prato diferentes – ovelha, costelão, massas e galeto. Aos domingos serve-se churrasco com 14 tipos de carne.
O CTG de Salvador é o segundo maior do Nordeste e possui salão social para 500 pessoas, churrasqueira comercial, bolicho com cancha de bocha, galpão “Fogo de Chão” para churrasco na valeta, forno e fogão à lenha, piscina, quatro vestiários e a Escola de Ensino Fundamental Dr. Leonel Brizola que congrega 300 alunos. “As crianças sempre participam das comemorações da Semana Farroupilha e cantam o hino rio-grandense na abertura”, orgulha-se Aragão.
Elmo Diniz conta que ainda frequenta o CTG. Toda última quarta-feira do mês marca presença no local para deliciar-se com a costela. Nas comemorações dos 100 anos do Inter mais de 300 pessoas estiveram presentes no Rincão da Saudade. “Aqui é um ponto de encontro para jogar carta, fazer crochê, bolinho de chuva”, comenta o diretor Dimar Aragão (foto). Segundo ele, vivem na Bahia atualmente mais de 50 mil gaúchos e 10 mil na capital. E completa: “Os baianos admiram! A cultura gaúcha porque é muito familiar e acabam se adaptando a ela. Somos a embaixada dos gaúchos”.
Visite: www.centrogauchodabahia.com.br
Jornalista Priscila de Almeida – Especial de Salvador (Bahia)

Um comentário:

Anônimo disse...

Abraço forte aos gaúchos da Bahia.