Em apenas cinco meses de atividade, o presidente da Academia Uruguaianense de Letras, Ricardo Pereira Duarte provocou indignação entre os membros da entidade ao alterar o estatuto da mesma. Ofereceu aos acadêmicos que vivem longe da cidade, a opção de serem membros honorários, já que como efetivos devem participar de pelo menos cinco reuniões anuais. Nesta semana, Duarte foi ouvido pelo Jornal Tribuna. Autor de nove obras literárias ao longo de 20 anos, o presidente da AUL garante não ter vivido anteriormente novela como essa em suas gestões anteriores (Califórnia 1982 e Sindicato Rural de Uruguaia-na - 1987).
Tribuna – O senhor realizou mudanças no estatuto da entidade que acarretaram em descontentamentos por parte de alguns membros. Quais foram estas alterações?
Ricardo Duarte – A Academia tem membros efetivos, beneméritos (no caso do prefeito Sanchotene Felice), membros honorários e correspondentes. O membro correspondente é uma pessoa que tem ligação conosco. Os honorários são pessoas que têm mérito suficiente e que já tenham publicado obras e bem relacionados com a AUL, mas não precisam pagar anuidade e nem frequentar reuniões. São uruguaianenses que moram fora. E foi oferecida a estas pessoas que não residem aqui, a possibilidade deles dizerem em qual categoria se enquadrariam, podendo permanecer como efetivos. No caso do Carlos Omar Vilella Gomes, que não mora em Uruguaiana, fez questão de permanecer como membro efetivo. Virá à cidade para frequentar as reuniões. Outros, sem a possibilidade de deslocamento, optaram por serem membros honorários, como Cícero Lopes, Tabajara Ruas e José Édil de Lima Alves.
Tribuna - Como o senhor analisa a saída de três membros da entidade após estas mudanças?
Ricardo Duarte - Não consigo entender muito bem porquê estas pessoas se acharam deslocadas, ou talvez, serem consideradas membros efetivos é tão significativo, que na impossibilidade de assim o ser, tenha causado grande desconforto. Na verdade, creio que a reação não foi muito lúcida. Nós não tínhamos como beneficiar estes, sem prejudicar os outros. Em democracia, a vontade da maioria é primordial. Não sei por quê essas pessoas aceitariam viver numa situação de desorganização, sem regras. Pode ser confortável para eles, mas não para a diretoria, porque é impossível administrar qualquer instituição sem regras. Se a gente não obedece às regras, qualquer ação da diretoria pode ser criticada.
Tribuna – Qual era o seu principal objetivo ao alterar o estatuto?
Ricardo Duarte - Sou um organizador, não consigo trabalhar sem organização. Quando fui eleito, as pessoas que me levaram à presidência me conheciam, e me conhecendo, deveriam saber que tenho esta característica. Realmente, a Academia estava precisando de organização. Onde chego, procuro saber se existe estatuto, regra ou conjunto de normas, e a gente tem de se adequar a elas. No caso da Academia era completamente impossível organizar e administrar com o estatuto existente, porque não tinha condições de formar quórum para decisões importantes, pois a maioria morava fora de Uruguaiana. Foi uma medida inteligente da Assembléia-Geral. Não foi uma medida da diretoria nem do Ricardo. Penso que foi uma medida administrativa saudável, permitindo que todos tivessem condições de participar.
Tribuna – Passados os contratempos, quais os planos da Academia para este ano?
Ricardo Duarte - O principal objetivo é tentar descobrir novos talentos. Queremos fazer com que as obras dos atuais acadêmicos sejam conhecidas. Para isso, já pedimos que os membros apresentem um currículo atualizado e relação do conjunto de suas obras. Pretendemos colocar todas as obras uruguaianenses na Biblioteca Prado Veppo e disponibilizar estante de livros de autores uruguaianenses em todos os hotéis da cidade. A nossa participação na Feira do Livro tem que ser mais efetiva. Promoveremos saraus e oficinas literárias. Recebemos do município uma sala no Centro Cultural, onde será nosso endereço. Lá, pretendemos organizar o acervo cultural e a galeria dos autores uruguaianenses. Queremos transformar a Academia em órgão de utilidade pública. Temos diversos projetos para a nossa gestão, na medida em que nos deixarem trabalhar em paz (risos), fazendo diversas atividades em prol das letras.
2 comentários:
Bóta faceiro no presidente da Academia URG. de letras.
Outro dia lendo comentários no BLOG sobre os membros da AUL, recordei que havia lido num dos tantos jornais que circulam na cidade , um artigo escrito pelo imortal Carlos FonTTes. Ele se referia a uma reunião em que havia participado em Alegrete, e que "todas as monções apresentadas por ele haviam sido aprovadas". Vai terminar se afogando em tanta agua.
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