Uruguaiana: SIMERS alerta para a falta de plantonistas no PS

O Sindicato Médico do RS (SIMERS) denuncia que faltam médicos para dar conta da grande demanda de pacientes no Pronto Socorro Municipal. A entidade aguarda resposta da direção da Santa Casa de Uruguaiana sobre pedido de melhores condições de trabalho aos dez plantonistas que atuam na unidade, à qual recorrem diariamente mais de 200 pessoas. No dia 14 de outubro, o SIMERS entregou ofício à administração com as reivindicações dos profissionais, que incluem ainda contratação de mais colegas para atender adequadamente a população. A atual equipe mal preenche as escalas de plantões de 12 horas. Na área de obstetrícia da instituição, os partos serão suspensos a partir da zero hora de domingo (veja abaixo) diante de impasse no valor da remuneração. “Pedimos um prazo de 15 dias para uma posição da Santa Casa. Mas até agora não fomos contatados”, destaca o representante do Sindicato, Edson Machado. Há cerca de um mês o SIMERS ouviu os plantonistas do PS, que relataram as dificuldades enfrentadas na área amarela da unidade, que recebe pacientes menos graves. Sem profissionais suficientes para atender moradores da cidade e de localidades vizinhas, muitas vezes um médico responde sozinho por diversas especialidades, como clínica médica, ginecologia e obstetrícia e pediatria. “Os profissionais chegam a atender um paciente a cada oito minutos. Muitos casos poderiam ser resolvidos nos postos de saúde”, alerta Machado.

O dirigente reforça: “As pessoas procuram o Pronto Socorro em busca de uma solução rápida. Os médicos não se negam a atender, mas acabam tendo menos tempo para dar atenção aos casos realmente graves”, ressalta. A falta de médicos também tem gerado casos de agressões verbais aos plantonistas, que acabam sendo responsabilizados pela precariedade da assistência. “O ambiente é de insegurança para o exercício da Medicina”, adverte Machado. Segundo o representante do SIMERS, “a demora no atendimento se deve a falhas nas escalas, e os pacientes acabam descontando em quem também é vítima”. Na pauta das reivindicações dos plantonistas, estão ainda correção do valor da hora pago pela instituição e limite de seis pacientes por hora.
OBSTETRÍCIA
Outro impasse também coloca em risco o atendimento na Santa Casa de Uruguaiana. Está previsto para a meia-noite deste sábado, 13, o último dia de funcionamento do plantão obstétrico pelo SUS no hospital, caso não haja negociações sobre a continuidade do pagamento aos médicos por produção (volume de atendimento). A comunicação sobre o prazo já foi feito em nota pública pelo SIMERS. Desde 14 de outubro, o Sindicato busca uma solução para o problema. Atualmente, são realizados mais de 160 partos por mês, que incluem gestantes vindas da Argentina. O município mais próximo com estrutura hospitalar é Alegrete, a 150 quilômetros.

*Jornalistas Viviane Dreher e Patrícia Comunello