Dia
2 de abril marcou os 30 anos do início da Guerra das Malvinas. Entre os
ex-combatentes que vivem na vizinha cidade de Paso de los Libres, há amargura
por estarem sendo esquecidos e o orgulho de terem combatido pela manutenção do
território que asseguram ser deles.
O
sargento Alejandro Rolin, 56 anos, casado, sete filhos, deixou a esposa grávida
para chegar a Ilha em nove de abril de 1982 e somente sair de lá, depois de
preso, em 20 de junho, quatro dias após a rendição. Integrante do Regimento de
Infantaria 05 Rolin salienta que um ano antes do início das operações o grupo
já estava sendo treinado. “Tínhamos noção do que seria lutar contra o exército
britânico, mas não contra uma OTAN”, referindo-se ao apoio norte-americano aos
ingleses. Disse ainda que a maioria dos que hoje criticam o conflito estava ao
lado da decisão do então presidente Leopoldo Galtieri.
O
sargento Ricardo Moya, 58 anos, do Regimento de Infantaria 25 – integrante da
tropa de desembarque, acredita que desde 1983 tem havido um processo de
desmalvinização. “Apenas os soldados têm espaço nas festividades. Os militares
de quadro, de cabo aos superiores, nem mesmo convidados aos atos cívico são”,
diz magoado. E esclarece que apenas estavam cumprindo a verticalidade militar.
Moya defende os objetivos de 82 que era de lembrar as nações de que as Malvinas
são argentinas, pois se caísse no esquecimento o arquipélago passaria em
definitivo aos britânicos sem contestação. Eles acreditam que naquele momento o
exército saia dos livros de história para ser protagonista de novos capítulos
que estavam por ser escritos.
O mesmo sentimento é compartido por Juan Ramón Acunha,
56 anos, também sargento que relata a indiferença com que são tratados: “nem
mesmo o RI 05, nosso regimento de origem, felicita os ex-combatentes com
patente”. Cada província argentina mantém uma política própria para lidar com o
grupo que é discriminado e desvalorizado parecendo que o Governo de Buenos
Aires espera que morramos todos para sepultarem de vez o episódio Malvinas. Em
Paso de los Libres, às 18h, na praça Independência, em frente à Intendência,
houve cerimônia cívico-militar lembrando a data e a reafirmação da soberania
das Ilhas Malvinas. (Matéria exclusiva
jornal TRIBUNA).
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Um comentário:
parabens fred e valeria honram o jornalismo teus mestres e nos teus leitores!vivemos e perdemos entequeridos nesta guerra desigual e mal contada!a historia mostrara o quanto foram herois os correntinos!
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