O
uruguaianense Carlos Frederico Ceccon Lanes, 29 anos, retornou da Noruega, onde
concluiu seu doutorado em
Aquicultura. Lanes relatou sua experiência de vida na cidade
de Bogo/ Noruega. Em 2008 após concluir seu mestrado no mês de fevereiro,
recebeu um e-mail do seu coorientador, onde oferecia uma vaga para doutorado.
Interessado, Carlos buscou informações, realizou entrevistas e foi convidado a
fazer o estudo com tudo pago. Após ser selecionado, conversou com seus
familiares, que lhe incentivaram aos estudos no estrangeiro.
Durante
quatro anos estudou aquicultura e trabalhou com bacalhau. A adaptação foi
complicada no inicio para o Aquicultor, “os noruegueses são frios, eu cheguei
na terça-feira, e na sexta-feira fui convidado para me reunir com o pessoal,
passou a semana e ninguém falou comigo, e nem perguntaram como eu estava, só
falavam em norueguês, passou mais algumas semanas e ninguém falava
comigo, então eu decidi não ir mais almoçar com eles, comecei a almoçar
no meu escritório” contou. O clima e os horários também são diferentes, no
verão faz sol 24h, não existe a noite, todos trabalham e estudam geralmente das
8h às 15h, e o jantar é servido às 16h. No inverno o sol só aparece das 10h às
14h, e o resto do tempo é noite, muitas pessoas ficam depressivas, e alguns até
compram luminárias que imitam o sol para passar algumas horas em frente. A culinária
chamou atenção do uruguaianense, pela primeira vez comeu baleia, um mamífero
que é bastante protegido no Brasil, o povo da Noruega aprecia muito a baleia,
segundo ele, “o que mais senti falta foi o churrasco” expressou. O custo de
vida é alto comparado ao do Brasil, mas o salário é compensador. Muitos
momentos bons ainda estão na memória de Carlos, agora ele possui uma grande
bagagem profissional, cultural e de vida.
Conheceu
pessoas do mundo todo, o que é ótimo para sua área de pesquisa. Atribuiu todo o
seu empenho no estrangeiro a sua família e amigos. O aquicultor nos conta fatos
engraçados que aconteceram, “pedi a um casal de polonês que estavam comigo um
durex, porque queria dar de presente uma cuia e uma bomba para eles. Mas o
polonês me dizia, “tu quer agora? Vai usar agora?” e eu respondia que sim, e
ele nunca trazia o durex. Passou um tempo e eu falei “vai trazer o
durex?” Então ele respondeu, “que tamanho tu quer?” Respondi que o tamanho não
importava. Ele foi até o carro e trouxe um monte de camisinhas, Durex para eles
era uma marca de camisinha” conta ele sorrindo. O que o motivou a realizar o
curso foi sua convivência com seu avô, desde pequeno sempre esteve envolvido
com pescaria, como toda família. Iniciou a faculdade de Oceanologia e anos
depois enquanto fazia uma disciplina de aquicultura, descobriu sua vocação.
Para 2013 o doutor já tem objetivos, pretende buscar
seu diploma na Noruega e irá trabalhar na cidade de Rio Grande/RS. Antes de ir,
o jovem gostaria de palestrar sobre sua experiência de vida com os alunos de
aquicultura da Unipampa. “Valeu a pena, não me arrependo de nada, uma grande
experiência, um sonho realizado. Vou sentir saudade dos amigos que deixei lá,
mas sentia também dos amigos daqui, da namorada e da família”, concluiu.
Siga @jtribuna10
Nenhum comentário:
Postar um comentário