Mostre-me um exemplo TRIBUNA DE URUGUAIANA: Desinteresse, por Gabriel Novis Neves

3 de out. de 2014

Desinteresse, por Gabriel Novis Neves


Nunca vi tanto desinteresse da sociedade por um assunto tão sério para o nosso futuro como as próximas eleições. 
Nas ruas o único movimento que presenciamos é a dos cabos eleitorais profissionais. 
Como a grana arrecadada pelos candidatos que representam poderosos conglomerados econômicos é alta, estão segurando esse “tutu” para comprar votos no dia das eleições. 
Teremos uma verdadeira chuva de moedas acumuladas e descobertas pelas várias operações que estão sendo investigadas pela Polícia Federal. 
O valor do produto do roubo é incalculável para um trabalhador ético. 
Seus mentores estão “escondidos” e, em seu lugar, ficam os chamados “laranjas”, muito bem recompensados para exercerem esse papel. 
É uma vergonha a nossa democracia-republicana! 
Sem cidadania é impossível evitar tanta hipocrisia na “escolha já escolhida” daqueles que deveriam ser nossos representantes. 
Este “fenômeno” acontece em todo o Brasil com a mesma virulência. Aqui em nosso Estado um partido que tem uma candidata competitiva à Presidência da República não a apoia! 
Percorrendo a cidade verificamos que alguns automóveis com cartazes de candidatos não majoritários desse micropartido fazem campanha presidencial para outros candidatos. 
É preciso ter espírito de pesquisador para descobrir um cartaz ou adesivo com a candidata afrodescendente.
Claro que isso acontece com a conivência desse partido em nosso Estado. 
“O político adora a traição, mas o eleitor não perdoa o traidor”. 
Lamentável essa constatação, no entanto, como é fato recente envolvendo emoção, pertence à nossa memória. 
Não chega a ser um fato histórico, e o tempo classificará seus dirigentes autores dessa barbárie eleitoral. 
Por ser esta uma eleição onde apenas interesses de grupos econômicos dominantes estão em jogo, o eleitor, na sua imensa maioria sem escolaridade, cumpre com o seu dever de receber migalhas eleitorais em moeda corrente em troca da sua liberdade, que lhe é negada. 
O circo passa melancolicamente, e todos sabem que estamos participando de uma farsa política. 
Triste país que um dia seu único herói - Tiradentes - morreu enforcado por defender a “Liberdade, Igualdade, Fraternidade”. 
O desinteresse pelas eleições é o sentimento que domina nossa gente de norte a sul, de leste a oeste. 
A eleição direta conquistada com lutas e perdas de vidas preciosas tornou-se um negócio onde participam banqueiros, grandes firmas de construção e homens de negócios, distantes das preocupações com o nosso desenvolvimento social. 
Continuaremos na periferia do mundo civilizado. 

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