Mostre-me um exemplo TRIBUNA DE URUGUAIANA: Loucura moderna, por Gabriel Novis Neves

6 de ago. de 2015

Loucura moderna, por Gabriel Novis Neves

Loucura moderna 
O mau uso das redes sociais é a maior prova de que o mundo moderno anda em crise - e das grandes. 
Quanto mais subdesenvolvido um povo, mais rapidamente ele adere aos comportamentos de massa. 
Nesse sentido, como não poderia deixar de ser, dado o nosso baixíssimo nível cultural, somos os campeões em: histeria futebolística; número de procedimentos estéticos que transformam  os velhos em figuras bizarras; cirurgias plásticas realizadas; número de academias promissoras de corpos esculturais e de juventude eterna; número de selfies  tiradas - e todo e qualquer outro modismo que possa nos tirar da pobreza mental da qual somos vítimas. 
Tudo sem falar no alto consumo de drogas ilícitas e das lícitas, tais como o álcool e as medicamentosas, livremente vendidas, e até mesmo propagandeadas. 
Sou muito assediado, até por pessoas de bom nível intelectual, para entrar nesse mundo das redes. 
Não consigo entender como pessoas medianamente equilibradas queiram adquirir seguidores ditos “amigos”. 
Levamos uma vida para consolidar uma amizade e, mesmo assim, algumas vezes, nos decepcionamos. 
Perder meu precioso tempo postando o que almocei, o que bebi, com quem estava e em que lugar, enfim, toda essa parafernália exibicionista, parece, a mim, e a quem recebe, extremamente deprimente, de uma carência absurda. 
A minha privacidade só diz respeito a mim mesmo e a um pequeníssimo número de amigos verdadeiros. 
Os milhões de amigos que os internautas dizem fazer estão apenas na imaginação deles, e que, também pela mesma carência, se declaram seus seguidores. 
Mas, afinal, que mundo é esse em que abundam a pobreza espiritual e as falsidades de conceitos? 
Que importa os carros, as piscinas, as viagens, as festas, os eventos daqueles cuja única motivação de vida é esfregar aos olhos alheios a sensação de uma felicidade perene, sinônima da oligofrenia? 
Depois de darmos telefone, endereço, fotos de amigos, de familiares e até de animais de estimação às pessoas que nem conhecemos, ainda temos o desplante de dizer-lhes à queima roupa que os “amamos”. 
Essas pessoas precisam sim de seguidores, de preferência policiais ou psiquiatras, tamanho o grau de sua doença. 
Por favor, desculpe-me a insanidade coletiva, mas fico mais feliz com meus três ou quatro amigos verdadeiros, estes sim, de fé, presentes nas horas boas e, principalmente, nas ruins. 
Continuo recusando esse lado imbecilizado do mundo digital, entretanto reconhecendo nele, a maior conquista da humanidade no mundo atual, quando usado para os fins pertinentes. 
Não esquecer que toda tecnologia está em função da obtenção de altos lucros e, nesse sentido, os mais descolados acumulam grandes fortunas nesse imediatismo que só um gênio poderia inventar.

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