Mostre-me um exemplo TRIBUNA DE URUGUAIANA: Boff desiludido, por Gabriel Novis Neves

6 de set. de 2015

Boff desiludido, por Gabriel Novis Neves

Boff desiludido 
Em recente reunião com representantes da Igreja Católica e dos movimentos sociais, frei Leonardo Boff, um dos ideólogos do Partido dos Trabalhadores (PT), e que sempre votou em seus candidatos à presidência da República, inclusive duas vezes na atual, fez severas críticas à Presidente da República, à oposição e à imprensa. 
Como cientista, o teólogo só defendeu o ex-presidente (ausente da reunião) e disse que o “PT entrou no vício do poder”. 
Justificou a sua posição dizendo que o poder para se manter precisa sempre de mais poder. Acumulando mais poder ele se torna ditatorial, ou se alia a outros partidos e segmentos sociais para ser sempre poderoso. 
Com humildade o frei acha que o seu partido entrou nesse “vício do poder”. 
Como teólogo, lembra que: “onde há poder não há amor e desaparece a misericórdia”. 
Ele ainda afirmou que esse “vício do poder” não deveria ser o caminho do PT. 
Com a coragem que lhe é peculiar disse à plateia de cem pessoas que há uma articulação dos três grandes jornais brasileiros para derrubar a atual Presidente da República. 
Deixou bem explícito a necessidade de uma redefinição do projeto econômico e considerou o Ministro da Fazenda um representante do grande capital mundial. 
Sobre o encontro que teve no fim do ano passado com a Presidente, quando, ao lado do frei Betto, entregou 16 demandas, Boff comentou: “Ela é gentil, mas não fez nada do que a gente pediu”. 
Frisou ainda que o PT precisa assumir que existe uma crise econômica no país, e criticou a maneira como se faz oposição. 
Boff propôs como solução o retorno do PT às suas origens. 
Finalizando, criticou a Lava Jato e o juiz federal do Paraná. 
Por se tratar de um dos mais lúcidos pensadores da atualidade, procurei socializar as suas ideias, embora discordando de algumas delas, especialmente quando “absolveu” o ex-presidente e colocou-se contra a operação Lava Jato e o Juiz Federal que investiga a corrupção e a impunidade neste país. 
Omitiu, para frustração de muitos, a relação das 16 demandas entregues à Presidente. 
Frei Boff é uma referência, e suas ideias merecem de todos nós uma profunda reflexão neste momento difícil que vivemos.

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