Mostre-me um exemplo TRIBUNA DE URUGUAIANA: Sociopatas? por Gabriel Novis Neves

21 de jan. de 2016

Sociopatas? por Gabriel Novis Neves

Sociopatas?
Curioso saber através das mídias como estão se comportando no sistema penal essas figuras ricas e famosas presas na Operação Lava Jato. 
Realmente, a capacidade de adaptação do ser humano é algo digno de estudo. 
Sim, porque não estamos falando de bandidos comuns que passam a vida nesse entra e sai do submundo. 
Estamos falando de pessoas cultas, sofisticadas e que, dado o grande poder aquisitivo, jamais poderiam imaginar tamanha rebordosa em suas vidas.  
Nosso país até então era conhecido como o paraíso da impunidade. 
Como explicar comportamentos de superação em que essas pessoas, mesmo em celas mínimas, continuam com a sua rotina de exercícios matinais, dietas conservadas, bom equilíbrio emocional? 
Não esquecer que todas elas levavam vidas milionárias, cercadas de todos os requintes de luxo, com tudo que a sociedade de consumo tem a oferecer aos poderosos. 
O que me fascina é essa tremenda capacidade interna que todos temos e que só se manifesta em situações muito adversas. 
Segundo a imprensa, o maior empreiteiro brasileiro, dono de uma fortuna avantajada, preso há mais ou menos seis meses na Operação Lava Jato, apresenta excelente estado físico e mental, dividindo sua pequena cela com dois outros colegas de infortúnio.
Consta que trocam entre si informações, livros, alimentação trazida diariamente pelos advogados dos mesmos, material para a rotina fitness do dia e, quem sabe, principalmente, o consolo mútuo pela falta de liberdade, a meu ver, o maior entrave para a continuidade do funcionamento de um bom sistema nervoso. 
Com todo esse mar de lama que assola a política, e literalmente o país, seria interessante fazer um estudo neurocientífico desses personagens que, distantes de todos os seus privilégios, ainda encontram forças para seguimento de suas rotinas, mesmo com ameaça de longos anos de reclusão. 
Confesso ser desmedida a minha curiosidade quanto a esses “novos bandidos tão corajosos, não só para infringir as leis, mas também no enfrentamento das consequências daí advindas”. 
Serão eles todos sociopatas ou apenas pessoas que se julgavam acima do bem e do mal na terrinha das impunidades? 
A psiquiatria está perdendo nesse momento um farto material para estudo.

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