Mostre-me um exemplo TRIBUNA DE URUGUAIANA: Pega se correr, come se ficar, por Valéria del Cueto

30 de set. de 2016

Pega se correr, come se ficar, por Valéria del Cueto

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Texto e foto de Valéria del Cueto
Se eu conseguir sentar e fazer na carreirinha, a crônica dessa semana... sai.

Igualzinho a campanha política desse ano, meio nas coxas, na correria, mas com consequências imprevisíveis.

Já é tarde e não dá para escrever um texto na véspera das eleições para prefeitos e vereadores em todos os municípios do país sem  sentir a pulsação do último debate na televisão.

Conclusão? Alguém vai pagar por isso e, não sei porque, tenho a péssima impressão de que será o povo.

Até procurei pra ver se descobria quem era responsável pelo conjunto primoroso da obra do texto da lei que regulamentou o pleito de 2017.

Ela reduziu o tempo de campanha de 90 para 45 dias, o período eleitoral no rádio e na TV de 45 para 35 dias (já foram 90), os programas para 2 blocos de 10 minutos, eram 30 minutos.

Também aumentou o número de inserções nos intervalos da programação. Ou seja: diminuiu a lógica e fragmentou ainda mais a informação, dificultando a apresentação dos postulantes aos cargos no pleito eleitoral à população, àquela posteriormente responsabilizada pelas mazelas públicas.

Aliás, entre outras peculiaridades, camuflou a desinformação e o despreparo dos candidatos, já tolhidos nos meios disponíveis para se apresentarem.

Tudo isso no meio do esforço olímpico e da enxurrada de denuncias que não pararam de brotar das entranhas do combalido tecido político empresarial do país.

Serão as eleições da ignorância, no sentido de ignorar, não dispor das informações necessárias para (re)conhecer os melhores candidatos.

O que, por si só já é um problemão. Muita gente dos “esquemas” sem querer largar o osso. Outro tanto despreparado para as tarefas de conduzir os destinos dos munícipes.

Faltam quadros competentes! Num momento em que os horizontes do futuro econômico nas macro e micro regiões brasileiras andam para lá de complicados.

Afinal, o que faz alguém querer passar 4 anos apagando incêndios, segurando buchas e ouvindo reclamações e demandas? Tá bom que tem os puxa-sacos de plantão, mas essa sensação de poder é suficiente?

Tem que ter algum atrativo muito poderoso!

São esses, interessados nessa missão quase impossível, que disputam nosso voto no domingo. Serão decisões difíceis. Ainda mais agora que sabemos que o que sempre ouvimos dizer, sim, não passa da mais vergonhosa e indigna realidade.

Estamos sendo roubados, espoliados e vilipendiados em nossos direitos básicos de cidadãos. O dinheiro de saúde, educação e demais melhorias que deveriam ser pagas com nossos impostos está sendo sistematicamente desviado para sustentar esquemas espúrios e criminosos.

Seu voto dá a eles o aval para executar e fiscalizar o dinheiro arrecadado. Escolha da melhor maneira possível seus candidatos.

Sim, vai ser mais difícil. Não, você não deve fugir da sua responsabilidade de dizer francamente o que está pensado nas urnas. E seja o que Deus quiser.

Querer um futuro promissor e todas as ferramentas para alcança-lo? Agora está complicado. O bicho papão da crise ameaça morder nossos calcanhares!

Enquanto isso, a vida passa...

PS. No debate do Rio, a vida imita a arte. Marcelo Freixo, candidato do PSOL, para Cidinha Campos, vice de Pedro Paulo, do PMDB,  conhecido pela acusação de bater na mulher: “ Você não gosta de mim, mas sua neta gosta”, como na música de Chico Buarque...

Valéria del Cueto é jornalista, fotógrafa e gestora de carnaval. Crônica da série “Arpoador do Sem Fim...
Studio na Colab55

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