Alma de quem dorme,
carne de quem vive
a Xico Stockinger
Se andares na sombra,
ninguém te encontra.
Põe em teus ombros
só peso das pétalas.
Deixa a dor do mundo
ao largo da esrada.
Então voarás com as aves,
o longo caminho da esperança.
A amada será tua espera,
no coração de uma mulher..
E renascerás nos domínios de Deus.
Ele te dará o viver
e todas as folhas
perdidas do outono.
Ele será teu dono
e te dará o dom
dos limites infinitos do espírito.
Depois, anos depois, as azaléias
do adeus dormirão contigo.
Depois dormirás frente ao mar,
com teu cavalo e teu cão.
E ambos serão luzes
que não terminam,
presas ao secreto rumor do amor,
que palpita sempre na alma de quem dorme,
que palpita sempre na carne de quem vive.
Porto Alegre, noite de 12 de novembro de 1997
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