Mostre-me um exemplo TRIBUNA DE URUGUAIANA: O Poder e os estados cancerígenos, por Gabriel Novis Neves

29 de mar. de 2015

O Poder e os estados cancerígenos, por Gabriel Novis Neves


O Poder e os estados cancerígenos 

Alarmante o depoimento de um gerente da Petrobrás sobre a complexidade da organização de um sistema de propinas que passaram a fazer parte de contratos firmados entre a empresa e as grandes empreiteiras nos últimos anos.
Segundo ele, a propina existia anteriormente, mas não em níveis  de firma contabilizada, inclusive, por pessoas do poder executivo.
Os detalhes dos procedimentos deixaram a nação estarrecida.
Inquirido sobre os motivos que o levaram à delação, não por acaso chamada de premiada, foram, logicamente, e não somente, a tentativa de uma redução de sua pena, mas também um profundo alívio durante as confissões, já que, segundo ele mesmo sabia, estava trilhando um caminho sem volta.
Conseguiu avaliar os inúmeros estados de espírito pelos quais passou durante tantos anos de delinquência.
Inicialmente havia uma grande euforia com a visualização da vida glamorosa dos grandes milionários, com suas viagens megalômanas, seus jatinhos modernos, enfim, todas as delícias sonhadas por qualquer mortal.
Com o decorrer do tempo esse estado foi se tornando depressivo e tumultuado pelo medo.
Daí, para a instalação da doença, é apenas um passo.
Tal qual na ingestão de substâncias estimulantes, álcool e drogas, por exemplo, o estado de euforia inicial vai sendo substituído por profunda depressão, e até apatia.

Sabemos hoje em dia que estados prolongados de tensão emocional são responsáveis por inúmeros casos de doença cancerosa.
Aliás, isso tem sido muito mais frequente entre políticos famosos durante seus mandatos. Ao que parece, o sistema imunológico não consegue se manter hígido  quando pressionado além de seus limites.
De qualquer forma, mesmo sem a doença cancerosa, é impressionante o desgaste físico e o envelhecimento brusco que afeta alguns líderes políticos nos seus períodos de maior atividade no poder.
Até que ponto o nosso sistema nervoso estaria programado para ter o seu limite de elasticidade desrespeitado?
A entrevista do executivo  me deixou  na dúvida se o poder é afrodisíaco como dizem ou se é um poderoso cancerígeno.

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