Hoje (02) é celebrado o Dia
Mundial da Asma para alertar a população mundial sobre a doença e reforçar a
importância de seu tratamento. A data coincide, no Brasil, país no qual a asma
é a quarta causa de internação hospitalar, com o outono, em que termômetros
registram temperaturas mais baixas e o período de seca começa. A pouca umidade
e o ar mais denso favorecem a menor dispersão de poluentes e a irritação das
vias aéreas. Além disso, com a chegada das temperaturas mais amenas, as pessoas
tendem a se aglomerar em locais com pouca ventilação, como transporte público e
escritórios com janelas fechadas, o que propicia a maior proliferação das
bactérias que causam gripes e resfriados. Nessa estação, pacientes portadores
de doenças crônicas, como asma e DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica), por
conta desses motivos, podem apresentar crises de exacerbação, isto é, um
agravamento nos sintomas.
O Dr. Mauro Gomes, diretor da
Comissão de Infecções Respiratórias da Sociedade Paulista de Pneumologia e
Tisiologia, comenta sobre a importância de observar os sinais do corpo.
“Sintomas como cansaço excessivo, falta de ar e tosse frequente podem ser
indícios de DPOC, doença que associa duas condições que causam a obstrução
crônica das vias aéreas dentro dos pulmões: a bronquite e o enfisema pulmonar”.
A doença é causada principalmente pelo tabagismo e tem diagnóstico difícil,
pois seus sintomas podem ser facilmente confundidos com sinais de
envelhecimento. Dados do Ministério da Saúde estimam que a DPOC afete mais de 7
milhões de pessoas no Brasil e seja responsável pela morte de 40 mil
brasileiros todos os anos.
É nessa temporada também que
as internações por asma têm seu maior pico, pois é quando começam a ocorrer as
primeiras frentes frias, promovendo mudanças bruscas de temperatura que irritam
as vias aéreas. A asma é caracterizada pela inflamação crônica dos brônquios e
leva à falta de ar e chiado no peito. Dados recentes do DATASUS mostram que
três pessoas, com idades entre 5 e 64 anos, morrem a cada dia por asma no
Brasil.
Dr. Mauro explica porque isso
ocorre: “Apesar de ser uma doença muito conhecida, ainda há muita falta de informação.
Embora 91% dos asmáticos considerem a doença como controlada, 72% relatam
perceber consequências da doença no dia a dia. Isso mostra que as pessoas ainda
acham que é normal que indivíduos com asma tenham limitações, como falta de ar.
Na verdade, com a doença controlada por meio da medicação de uso contínuo, o
asmático deve levar uma vida normal com grande qualidade de vida”. A asma,
quando não controlada, causa sintomas diurnos mais de duas vezes por semana,
despertares noturnos, uso de medicamento de alívio (bombinha) mais de duas
vezes na semana e qualquer limitação de atividade, como ausência na escola ou
trabalho e impedimento na prática de atividades físicas.
Gripes e resfriados podem ser
mais perigosos para pessoas que apresentam doenças crônicas, causando piora dos
sintomas. Por isso, a vacinação antigripal também é uma importante ferramenta
de prevenção do agravamento e internações. Neste ano, a campanha nacional de
vacinação contra a gripe começa no mês de abril. É importante destacar que, em
portadores de DPOC, a vacinação reduz em cerca de 70% a mortalidade. “Por ser
uma doença que afeta principalmente pessoas idosas, é importante a recomendação
da vacinação que previne gripe e pneumonia. Esse cuidado evita complicações
oportunistas e, juntamente com tratamento medicamentoso contínuo, é fundamental
para diminuir as crises e internações”, argumenta o especialista.
Para a prevenção das crises de
ambas doenças os pacientes devem ter atenção nos cuidados necessários. O Dr.
Gomes afirma que a continuidade do uso rotineiro e correto das medicações é um
dos pontos principais para o controle de possíveis anormalidades. “Indivíduos
que apresentam doenças crônicas devem estar atentos aos sinais de piora e
realizar tratamento contínuo para que mantenham a condição sobre controle e
tenham mais qualidade de vida. Além disso, deve-se evitar a exposição a
mudanças de temperatura e o contato com fumaça, poluição e outros fatores
agravantes”, finaliza o especialista.
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