Segundo a Federarroz, é necessária uma diminuição de 250 mil hectares de forma a minimizar problemas de comercialização na safra
A
Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul
(Federarroz) está orientando os produtores de arroz no sentido de
reduzir a área de plantio da cultura para este período. A alegação,
conforme a entidade, se deve aos atuais problemas de seletividade de
crédito e comercialização enfrentados pelos orizicultores e que deverão
ocorrer novamente no próximo ano, especialmente pela alta de custos e
redução de preços pagos ao produtor não só no Brasil, mas também no
Uruguai, no Paraguai e na Argentina. A estimativa da entidade é que para
amenizar a situação dos arrozeiros em todo o Mercosul será necessário
reduzir ao menos cerca de 250 mil hectares de cultivo.
O
presidente da Federarroz, Henrique Dornelles, afirmou que a entidade
está alertando aos produtores de arroz do Brasil e países vizinhos sobre
os problemas a serem enfrentados pelo setor no próximo ano mediante
apresentação de diagnóstico. “A previsão é de preços não remuneradores
no primeiro semestre de 2018 e um segundo semestre tão apertado como o
que estamos vivenciando neste ano, em função de expectativa de aumento
dos estoques de passagem do Mercosul e mercado internacional
relativamente pouco valorizado”, destaca.
A
previsão da Federarroz para caso não seja adotada a medida por parte
dos produtores é a de que o setor entrará em uma espiral muito negativa,
similar aos anos de 2011 e 2012. “O indicativo é que no final da atual
safra 2016/2017, sobrou em estoque 1,4 milhão de toneladas no Brasil.
Caso a área se mantenha, para o próximo período 2017/2018 deverá sobrar o
mesmo volume, podendo resultar em estoque de passagem superior a dois
milhões de toneladas, volume extremamente nocivo ao setor produtivo”,
enfatiza Dornelles.
A Federarroz aconselha
aos produtores que tenham claro e em mente as dificuldades que serão
enfrentadas no próximo período comercial, que poderão ser ainda maiores a
depender do volume da próxima colheita. Segundo Dornelles, a entidade
novamente alerta que agora é o momento de negociar os arrendamentos de
arroz, ou mesmo devolver ao proprietário áreas cujo arrendamento for
superior a 10% do volume líquido da safra, pois o setor não está tendo a
rentabilidade necessária para sequer cobrir os custos de produção.
“Muitas coisas somente competem ao produtor, na busca da rentabilidade
adequada”, salienta.
A Federarroz,
juntamente com a Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul),
devem convocar um encontro para ouvir da base os principais gargalos na
orizicultura gaúcha e brasileira, e a partir deste debate formular
proposta para resolver pendências históricas da lavoura criando uma
política agrícola específica para o setor. As entidades receberam o
apoio do Ministério da Agricultura para a formatação deste plano.
Conforme
o diretor jurídico da Federarroz, Anderson Belloli, o objetivo é
minimizar problemas enfrentados pelos produtores, como o endividamento
do setor, no qual a entidade se propõe a apoiar este pleito dos
arrozeiros e que vem sendo capitaneado por parlamentares em Brasília.
"Enfrentaremos este assunto apoiando incondicionalmente os deputados
federais que se propuseram a levar adiante este assunto", ressalta.
Entre
os pontos destacados para enfrentamento está a alta tributação
enfrentada pelo setor arrozeiro, especialmente na energia e
combustíveis. "A tributação em cima do setor arrozeiro é muito alta.
Temos que enfrentar esta questão como forma de minimizar custos e
potencializar a sustentabilidade financeira do produtor, uma vez que é
fundamental ao desenvolvimento econômico e social do país", afirma
Belloli.
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