Mostre-me um exemplo TRIBUNA DE URUGUAIANA: Mais escolas, por Gabriel Novis Neves

31 de out. de 2014

Mais escolas, por Gabriel Novis Neves


Calma minha gente! Não irei escrever que o Ministério da Educação autorizou a criação de mais escolas para o Ensino Fundamental em tempo integral nos municípios brasileiros. 
A notícia em foco se refere à liberação de mais trinta e nove cursos de Ensino Médico. Na espera de um parecer favorável do Ministério da Educação, mais cento e trinta e seis pedidos de novas escolas de medicina. 
O curioso é que, dos trinta e nove cursos aptos a funcionar agora, catorze estão sediados em cidades do Estado de São Paulo. 
O maior Estado brasileiro em número de eleitores também é onde a candidata da continuidade está muito mal colocada nas pesquisas, e o seu candidato a governador, o ex-ministro da Saúde, pai do Programa Mais Médicos, não consegue chegar a dois dígitos das intenções de votos. 
Até parece que com mais escolas de medicina particulares, onde a mensalidade está em torno de sete mil reais, resolveremos o problema da reeleição da presidente e do seu governador em São Paulo. 
Um aluno de medicina ao concluir o seu curso de graduação em escola privada deixa a escola com uma dívida de mais ou menos quinhentos mil reais, que deverá ser pago ao Governo Federal. 
Este financiou os seus estudos pagando as escolas, que não são públicas. 
A qualidade dessas faculdades nem iremos discutir! O número de escolas médicas no Brasil é mais que o dobro das existentes nos Estados Unidos da América do Norte. 
Nosso grande problema de falta de médicos no interior desta imensa Nação são ausências de políticas públicas visando a fixação dos mesmos nas áreas mais necessitadas e distantes dos grandes centros urbanos. 
A principal medida a ser tomada é aprovar o projeto criando a carreira de médico para a Atenção Básica de Saúde, que há doze anos está encalhado no Congresso Nacional, onde o governo tem maioria, mas, não vontade política. 
Enquanto isso os governantes vão inventando, irresponsavelmente, mais escolas médicas, agravando, não só o problema social, mas, principalmente, o de saúde do nosso país.

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