Mostre-me um exemplo TRIBUNA DE URUGUAIANA: 03/31/09

31 de mar. de 2009

Incrível - homem se atira do 3º. andar do Hospital e se salva

Um homem, de aproximadamente 46 anos, internado há três dias na UTI da Santa Casa de Caridade de Uruguaiana, após ser transferido à enfermária do 3º. andar do Hospital, no final da tarde desta terça-feira, por já ter superado o quadro agudo de sua doença - pensando que seria enviado de volta à Quaraí, cidade de origem do paciente, atirou-se pela janela - caindo no pátio da instituição. Milagrosamente sofreu apenas uma fratura e algumas escoriações, mas sobreviveu. Logicamente, retornou à UTI.
Na manhã desta quarta-feira a direção da SCC levantará os motivos que levaram o cidadão a praticar ato extremo dessa natureza.

Da série Admiráveis encontros 1

Ao longo dos tempos, em situações completamente prosaicas, sem nenhuma preparação ou arrumação, mantive inopinados encontros com pessoas, que considero estelares. Algumas que sempre admirei, outras pelas quais sempre tive uma certa queda, e ainda, uma ou outra que gostaria não ter encontrado.

Bom, foi assim:

Era 1979, um dia comum, meio da semana, nada de excepcional. Morava em um pequeno apartamento na Rua Barão de Ipanema em Copacabana, primeiro apartamento de um mineiro no Rio de Janeiro. Solteiro, claro. Vivia cercado de fotos e livros, movido à música e a miojo, argh! Coma miojo durante um ano e depois me diga se não é argh!
Meu vizinho de porta era um cara absolutamente legal, simpático, boa gente, na época caricaturista da coluna do Swam, no jornal O Globo. Assinava Jimmy Scott. Se não me falha a memória o nome verdadeiro é Arturo. Demorei muito tempo a me entrosar com ele, pois não entendia quase nada do que falava. Era chileno dos bons, que se exilou por aqui depois da queda do Allende em 1973. Quando consegui sacar que não precisava entender tudo que ele dizia, que bastava ficar atento a intenção da frase e a preposição que usava para respirar ou pensar, algo como êtê, relaxei e ficamos amigos. Uma das boas coisas que Jimmy me ensinou foi beber “pisco” *, uma deliciosa bebida chilena.
Fiquei amigo da família e gostava de ver a filha do casal, Lorena, simpaticamente séria, ajudando o pai com a língua.
Um dia me casei e Jimmy fez o convite, uma charge em que eu aparecia como Tarzan, carregando minha Jane no colo. Muito engraçado. Em agradecimento dei a ele toda a coleção de revistinhas de sacanagem do Zéfiro, que juntei a vida toda. Não eram poucas.
Pois bem, voltemos ao que interessa: naquele dia comum, voltei da praia no meio da tarde, era estudante, e estava preparando um belo miojo com frango de padaria, quando a campainha foi tocada. Gritei para a porta que ia já. Pequenos apartamentos têm essa vantagem. Me dei conta que estava apenas de sunga, mas já aprendera que no Rio de Janeiro isso era uma roupa como outra qualquer, e ainda pensei: deve ser o porteiro ou o Jimmy, tudo bem. De sunga e com o pano de prato jogado no ombro, abri a porta.
Ali parado, me olhando com olhinhos muito vivos, envergando um surrado terno com gravata, estava ninguém menos do que Carlos Drummond de Andrade. Por um instante, que depois me pareceu rápido demais, ficamos admirados com o que víamos.
- Pois não, consegui dizer idiotamente.
- Boa tarde, disse o poeta com sua voz característica de mineiro distante, é aqui que mora o senhor Jimmy Scott? E sorriu com meia boca.
- Não, infelizmente não. Consegui dizer recuperando minha presença de espírito.
- Ah, que pena. O porteiro me disse que podia subir, o interfone está quebrado...
- Não, quer dizer sim, é aqui. Ele franziu a testa, provavelmente já imaginando que encontrara um maluco. Quer dizer, ele mora aí, disse apontando a porta atrás dele. É meu vizinho, acrescentei com orgulho.
Imediatamente toquei a campainha, ao alcance da mão. Ficamos aguardando. O poeta virou-se de frente para a porta vizinha, e eu pude contemplar, por um tempo curto, o verdadeiro perfil de um poeta. A porta foi aberta e apareceu Jimmy com seu sorriso, dizendo êtê...
E eles entraram. Meu amigo chileno riu para mim e deu passagem ao grande Drummond, que antes de desaparecer casa adentro, se voltou e me disse um obrigado repleto de poesia.
Pra matar a curiosidade e mostrar a generosidade do Poeta, conto que lá foi ele agradecer pessoalmente ao artista, uma caricatura publicada na coluna do jornal.
Soube depois que adorou o “pisco”.

PISCO


* A BEBIDA DOS ANDES.Um destilado de vinho, concentra-se principalmente no Peru, no Chile e na Bolívia. Originou-se exatamente ali, na região andina. Infelizmente, talvez até em razão da disputa de sua paternidade, ele é pouco divulgado no exterior. Enquanto a maioria das bebidas tem uma única procedência reconhecida, a invenção do Pisco, ocorrida no século XVI, é disputada inclusive judicialmente por peruanos e chilenos. Ambos a consideram sua. O mais aceito, porém, é que tenha nascido no Peru. O nome da bebida já era conhecido no país, antes de sua criação. Na linguagem quéchua, falada pelos incas no Peru pré-colonial, pisccu era um pássaro que habitava a região. Ali também se instalou uma tribo que produzia vasilhas de barro chamadas piskos, nas quais se elaborava um fermentado primitivo. Quando os espanhóis trouxeram as vinhas, a palavra pisco passou a identificar o novo produto.O Pisco é um brandy, como o cognac. No Peru, é feito principalmente com uvas da variedade nacional Quebranta, pouco aromática, mas de sabor intenso. Dizem ser mutação genética de uma das uvas trazidas pelos espanhóis. São prensadas no dia da colheita. O vinho fermenta ao ar livre na época do verão. Logo após a vinificação, é destilado em alambiques de cobre até atingir a graduação alcoólica desejada, normalmente ao redor de 43 graus. Não se permite a redução com água. Outras uvas também são aprovadas. Nos estilos mais aromáticos, emprega-se bastante a Moscatel de Alexandria. Tal como nos vinhos, o Pisco pode ser varietal ou blend de diversas uvas, chamados respectivamente de Puro ou Acholado. Já o chileno, elaborado em região demarcada no Vale do Elqui, utiliza principalmente cepas da família Muscat no vinho-base e também é destilado em alambiques de cobre. Mas, ao contrário do peruano, pode receber a adição de água para reduzir o teor alcoólico resultante da destilação. Com isso, existem tipos com baixa graduação alcoólica. Qualquer que seja a origem, o Pisco é límpido como água, exceto se for envelhecido em carvalho, quando ganha cor. No nariz, apresenta-se suave com notas de especiarias. O corpo é médio. O sabor frutado tem ainda toques florais. O final se revela quente e prolongado. Pode ser bebido puro ou como ingrediente de vários coquetéis, a começar pelo antológico Pisco Sour. Eis a receita: numa coqueteleira, adicione 3 partes de Pisco, 1 e 1/2 parte de suco de limão, 1 a 2 colheres de sopa de açúcar e um pouco de clara de ovo pasteurizada para dar cremosidade; bata bem, com algumas pedras de gelo, coe e sirva em copo de coquetel ou flûte. Fica delicioso.
Isso é tudo pessoal...

Interessante

Muito interessante a notícia que postei no PAPO DE BOTECO sobre uma pesquisa que avalia o percentual de regionalização da programação das TVs.

Dê uma olhada aí a direita, nos blogs dos colaboradores.

É só clicar na matéria.