Mostre-me um exemplo TRIBUNA DE URUGUAIANA: 01/17/16

17 de jan. de 2016

Tratado, por Gabriel Novis Neves

Tratado
Logo que foi divulgado o Tratado Transpacífico fiquei indignado com relação à posição do Brasil, optando por não pertencer ao grupo  do qual fazem parte Canadá, Estados Unidos, México, Peru e Chile, no continente americano.  
Como a moeda tem duas caras, estou lendo que “esse acordo regulará, por exemplo, o comércio de remédios, permitindo a expansão dos monopólios de medicamentos patenteados, o que acabaria com os genéricos”. 
Aquilo que parecia ser o maior acordo de comércio e investimento regional da história, não é o que parece. 
Esse tratado para o “livre comércio”, na verdade,  é um acordo para administrar as relações comerciais e os investimentos dos seus membros em nome dos grupos de pressão empresariais mais poderosos de cada país. Tática, aliás, muito usadas pelo sistema. 
É evidente que o Tratado Transpacífico não tem nada a ver com o “livre comércio”. 
Ainda fazem parte desse tratado, o Japão, Vietnam, Brunei, Nova Zelândia, Singapura, Malásia e Austrália. 
A Nova Zelândia ameaçou se retirar do acordo pela maneira como o Canadá e os Estados Unidos querem controlar o comércio de produtos lácteos. 
A Austrália não está contente com a forma que os Estados Unidos e o México pretendem regular o comércio de açúcar. 
Por sua vez os Estados Unidos não concordam com a forma estabelecida para o comércio de arroz com o Japão.
Esses desencontros comerciais são apenas a ponta do iceberg de um problema muito mais profundo que com um simples tratado poderá ser resolvido. 
Na verdade, o que parece estar ocorrendo é a imposição de uma agenda contra o “livre comércio”, ampliando assim os direitos da propriedade intelectual das grandes companhias farmacêuticas. 
Ao que tudo indica essas companhias, às vezes, por tempo indefinido, teriam a expansão dos seus monopólios sobre os medicamentos patenteados.  
“A exclusão de medicamentos genéricos mais baratos ainda proíbe que os concorrentes “biossimilares” lancem novos medicamentos durante anos”. 
Devido ao sigilo que envolve as negociações do Tratado, não deve surpreender a ninguém que os acordos internacionais dos Estados Unidos regulem o comércio em vez de liberá-lo. 
Isto costuma acontecer quando o processo de decisão sobre políticas públicas se torna exclusivo aos interesses empresariais e restritos aos representantes eleitos pelo povo no congresso dos países de economia preponderante. 
Olho vivo pessoal! Como dizia um falecido cronista social brasileiro, "cavalo não desce escada”.

Cartão de Natal, por Gabriel Novis Neves

Cartão de Natal 
Há poucos anos o Cartão de Natal impresso era um dos símbolos mais fortes do Natal e Ano Novo.
Com a evolução acelerada da tecnologia, principalmente da informática, o velho e querido cartão de papel está com seus dias contados.
Hoje as redes sociais estão tomando tranquilamente seu lugar. Dentre elas: Facebook, Instagram, WhatsApp, Linkedin, YouTube e Twitter.
Os brasileiros, assim como o resto da população mundial, participam ativamente dessa imensa comunidade social virtual.
Elas são as responsáveis pela mudança de comportamento das pessoas, e nem poderia deixar de ser. É o progresso.
No nosso dia a dia as redes sociais estão presentes com toda força, isto é fato. E com isso surgiu a nova maneira de se cumprimentar os amigos e parentes pelo Natal e Ano Novo. Vai-se embora o velho e entra o novo.
Mas, como era gostoso receber de amigos distantes cartões de natal com a sua mensagem escrita de próprio punho! Até mesmo de vizinhos recebíamos o pequeno e singelo brinde!
Com a globalização estamos todos conectados, e de todas as partes do planeta Terra, e em linguagem própria, recebemos os afagos. 
Recebi poucos cartões tradicionais este ano, sendo que o primeiro sempre vem dos meus queridos compadres Noemi e Sávinho. Ela é uma competente professora universitária em Brasília. Ele é escritor e cronista.
Ideologicamente se recusaram a ficar escravo da máquina, e são superantenados sem o uso dessa ferramenta.
Em compensação, o meu celular não para de fazer aquele barulhinho indicando novas mensagens de final do ano.
Tenho receio de que em breve teremos pouca coisa impressa para ler. Até livros famosos da literatura nacional e internacional estão à disposição na Internet. Filme também se assiste em casa, assim como ouvir música.
Muitos acham a Internet invasiva, lesionando a intimidade das pessoas e sua tranquilidade.
Porém, o mundo moderno caminha a passos apressados. As novas conquistas, muitas vezes, são inimagináveis para os idosos.
Para quem trouxe para Cuiabá o primeiro computador e o implantou na nossa UFMT, tudo que acontece é um sonho.
Era uma máquina IBM 11.30 da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro, doação do equipamento ainda em pleno uso acadêmico.
Tivemos de construir um prédio especial para alojar aquela relíquia de equipamento.
Jamais pensei que passados mais de trinta anos um pequeno computador, com muito mais resolução e eficiência, pudesse ser transportado no bolso de uma camisa.
Vitória da tecnologia e recordações de uma linda história da UFMT!