Mostre-me um exemplo TRIBUNA DE URUGUAIANA: 10/18/15

18 de out. de 2015

Amor aos porcos, por Gabriel Novis Neves

Amor aos porcos 
Através de uma entrevista com pessoas que criam porcos como animais de estimação, cresceu a minha simpatia por esses bichinhos muito estigmatizados pela sociedade.  
Por exalarem um cheiro forte através de glândulas que possuem em seu corpo, têm a sua imagem ligada à sujeira, embora, ao contrário, sejam extremamente limpos. 
Alimentam-se basicamente de verduras, legumes e grãos. 
Quando em bando, são chamados de vara. Evoluíram dos javalis, domesticados há milhares de anos pelo homem. 
Atualmente o porco é muito usado como companhia por alguns seres humanos mais carentes. 
Sua cabeça de forma triangular e seu focinho cartilaginoso, com seus quarenta e quatro dentes, confere-lhe um ar gracioso que encanta crianças e adultos. 
Tem um período de gestação de cento e doze dias, findos os quais pode parir de seis a doze leitões ou bácoros, e a grande maioria é destinada ao abate, sendo sua carne muito apreciada nos quatro cantos do mundo. 
Livres na natureza os porcos conseguem viver de quinze a vinte anos.
Aprendi, por exemplo, que em contato constante com o ser humano, tornam-se extremamente dóceis e carinhosos, num nível bastante parecido ao dos cães. 
Sua pele reage como a nossa aos raios UV e, após exposição solar prolongada, podem sofrer queimaduras extensas. Com uma visão deficitária, vale-se do olfato apurado, razão pela qual se afeiçoam rapidamente aos seus cuidadores. 
Interessante imaginar que até nas preferências por companhias animais o homem tem mudado tanto, e tão rapidamente.
Impossível pensar numa entrevista como essa há cinquenta anos! 

Carinho e amor não chegam com bússola e podem se direcionar a qualquer ser vivo, seja ele da espécie que for. 
Afinal, somos todos feitos da mesma matéria. 
Realmente, o porquinho “Joãozinho” mostrado na entrevista, além de muito bem tratado, era elegantemente carinhoso com o seu cuidador, mostrando também uma timidez encantadora com os circunstantes. 
Nós sim, cruéis predadores, ainda temos muito que aprender com os nossos irmãos do universo.