Mostre-me um exemplo TRIBUNA DE URUGUAIANA: 12/03/14

3 de dez. de 2014

38a Califórnia começa na sexta. #programação


38a Califórnia da Canção Nativa do RS inicia sexta- feira em Uruguaiana
Luiz Carlos Borges, João de Almeida Neto e Victor Hugo são atrações na Califórnia.

Venda de ingressos permanentes das 9h às 12h e das 14h às 19h noTeatro Rosalina Pandolfo (Rua XV de Novembro, 1844)
Valores:
Setor Timbaúva (lugares numerados) - R$ 100,00
Setor Lago (lugares numerados) - R$ 80,00
Setor Floresta (ocupação por ordem de chegada) - R$ 60,00.
Idosos, estudantes e portadores de necessidades especiais têm descontos.

Programação - 21h
Sexta-feira, 05/12
Abertura - Victor Hugo - “Músicas de Uruguaiana”
Eliminatória - 9 concorrentes
Assoviando a milonga
Digitais de identidade
Florzita de campo aberto
O homem dentro do espelho
Pepe Caravana
Piratas de chalana
Rebanho de luz
Saci Pererê
Terrinha
Intervalo - Quarteto Coração de Potro, de Lajes/SC
Encerramento  -  anúncio 6 classificadas

Sábado, 6/10
Abertura - João de Almeida Neto - "Especial Uruguaiana”,
Eliminatória - 9 concorrentes
Água Benta
Amorável
De prosa com seu Maneco
Esses cavalos de Prado
Nas munhecas da Catala
Tô de volta chamarrita
Um outro negrinho
Vem que trem
Xote do tempo perdido
Intervalo -  Mauro Moraes, “Com o violão na Guarupa”
Encerramento - anúncio 6 classificadas.

Domingo, 07/10
Abertura - Felipe Azevedo & Trio  - “Tamburilhando Canções”
Final - 12 classificadas
Intervalo - Luiz Carlos Borges
Encerramento  - premiação
O grande vencedor receberá o Troféu Calhandra de Ouro.

O evento é organizado pelo CTG Sinuelo do Pago e Fato Singular Projetos Culturais e Eventos, com apoio da Prefeitura Municipal de Uruguaiana.
*foto de Valéria del Cueto

Gatão de Meia Idade - os amores de Sandrão


Qualidade de vida, por Gabriel Novis Neves

Quanto mais estudo ciências sociais, mais me sinto frustrado. Estamos caminhando há séculos por estradas vicinais ao desenvolvimento humano. 
Enquanto nações pobres conseguem nos ultrapassar em qualidade de vida pela estrada da correta educação, permanecemos em estado de verdadeira letargia, mentindo para nós mesmos. 
De acordo com os últimos dados sociais e econômicos divulgados pelos organismos competentes, tenho a nítida impressão de que estamos a caminho do empobrecimento, sobre todos os aspectos. 
O cidadão brasileiro não conhece os seus direitos, logo, não vivemos em uma democracia que expresse a opinião nacional.
Na hora de votar cada eleitor está pensando em sua sobrevivência.
Quem define o resultado das eleições são as nossas necessidades, e isso tem um preço altíssimo.
Nosso maior vexame continua sendo a péssima qualidade do ensino.
Apenas o ensino fundamental que está, equivocadamente, universalizado. O pior é que a nossa escola não ensina cidadania às crianças.
Há oferta de uma infinidade de disciplinas que não “abrem a cabeça do aluno”, afastando-o do aprendizado. É um crime contra a pátria.
Sabemos que quem decide eleições em países como o nosso, considerado em desenvolvimento, são aqueles maiores de dezesseis anos, que não tiveram oportunidade de acesso a uma boa escolaridade.
A nossa atual escola cria, em sua maioria, desigualdades sociais, e hoje carregamos esse troféu no grupo dos países marginalizados do desenvolvimento social e econômico.
Esse é o nosso presente, onde ainda estão vivos na nossa memória fatos como a saída do Collor do governo, o mensalão e, recentemente, o assalto à Petrobrás.
Recordamos com emoções extremamente penosas esses momentos que ainda, de muito recentes, não passaram à nossa história. 
A opinião pública não elege presidentes. Quem tem bolsa família vai se incomodar com a corrupção ao votar?
Mais sensíveis aos assaltos cometidos por agentes públicos contra o erário público e sobre o comportamento aético dos nossos políticos e governantes, são os pertencentes à classe média, os profissionais liberais, enfim, todos muito sobrecarregados com os altos impostos pagos.
Com a população educada, informada, independente das bolsas para sobrevier, nasce a opinião pública capaz de mexer no tabuleiro do xadrez político alterando seus resultados. 
O governo, porém, nega este instrumento à nossa gente, com o propósito único de se perpetuar no poder.
O Brasil precisa criar uma identidade. Precisamos urgentemente do surgimento de figuras modelares para se tornarem heróis nacionais.
Consta que temos apenas um herói nacional – Tiradentes.
Outros que aparecem nos livros escolares são contestados.
Mitos povoam nossa imaginação, a começar por aquele que diz que o povo brasileiro é cordial.
Acreditamos viver em uma República Democrática. República é virtude, bom governo. Democracia é inclusão social. 
Avançamos um pouco no terreno democrático. No entanto, na república, não progredimos muito, e os escândalos de corrupção estão aí para comprovar.
Conquistamos o direito ao voto para elegermos nossos representantes. Mas, todos sabem que não é bem assim.
Não é um direito, é uma obrigação – um convite à corrupção. 
Obrigatório deveria ser o ensino e a cidadania, caminhos únicos para alcançarmos a qualidade de vida para todos. 

Escutatória, de Gabriel Novis Neves

Escutatória 
Na primeira semana de aula na Faculdade Nacional de Medicina da Praia Vermelha, no Rio de Janeiro, uma comissão do Diretório Acadêmico solicitou permissão ao professor de embriologia, que ministrava aula, para uma comunicação importante. 
O enorme salão, repleto de calouros de cabeça raspada com máquina zero, atentamente ouviu o colega mais adiantado nos estudos informar que na semana vindoura estariam abertas as inscrições para o Curso de Oratória. 
Todos os “burros”, como eram tratados os novos estudantes durante um período de carência onde os “trotes” aconteciam, estavam convidados. Tinham de pagar uma pequena taxa de inscrição. 
Para evitar represálias de mais “trotes”, o salão do curso ficou repleto dos carecas de boina azul. 
O nosso Rubem Alves recomendava o curso de “escutatória” para os futuros médicos. 
Justificava dizendo que o médico, além de falar bem para ser entendido pelos seus clientes, precisava escutá-los atentamente para serem eficientes na sua profissão. 
O saudoso professor defendia a criação do Curso de Escutatória. 
Nada há de mais moderno em terapêutica médica que ouvir seus pacientes. Infelizmente essa ferramenta pertence hoje à história da medicina. 
Quantas “curas” poderiam ser realizadas pelo simples aperto de mãos nos pacientes, chamá-los pelo seu nome e ouvi-los atentamente!
Nosso organismo é finito, porém, fatores externos podem encurtar o seu prazo de validade. 
O aumento do conhecimento científico fez proliferar as especialidades médicas, e agora existem as microespecialidades. 
O paciente perdeu o seu antigo médico de família e tem um catálogo de especialistas para queixas focais. Deixou de ser visto como um todo. É visto agora por segmentos. 
Temos de voltar a escutar os nossos pacientes. Bons médicos são aqueles que, além de uma consistente formação acadêmica, sabem escutar e auscultar. 
Com a implantação da medicina de alta tecnologia, a escutatória tornou-se inviável, pois, a linguagem das máquinas obedece a outros comandos. 
O grande perdedor nessa história toda são aqueles que necessitam de um bom atendimento médico.