Mostre-me um exemplo TRIBUNA DE URUGUAIANA: outubro 2018

25 de out. de 2018

Lá e cá - crônica de Valéria del Cueto


Lá e cá

Texto e foto de Valéria del Cueto
Depois de um texto burilado e trabalhado em referências, como o da última crônica “Na luta é que a gente se encontra”, a vontade é de só falar de banalidades para quebrar a linha de raciocínio. E, claro, por saber que é muito difícil ir mais longe na excelência do produto.

Só que ainda me lembro do compromisso que talvez você, leitor, não se recorde: continuar viajando pela fronteira de Mato Grosso do Sul e, quando dá, cruzar para o lado de lá, o Paraguay... Então convido você a seguir pela Ruta 5, em direção a Bella Vista, na província de Amambay, ao norte do país vizinho.

Saindo de Cerro Cora seguimos para a Hacienda Ñe´a. Uma pena que com a pressa (queríamos chegar com a luz da tarde), não deu para ir fazendo paradas para fotografar o relevo que desenha o perfil das paisagens que passaram voando pelas janelas. Um tereré circulava entre as passageiras da aventura: Adriana, Rosanie, Dora e Natália, todas da família Nuñez.

A sede da hacienda é protegida por uma cadeia de montes. Adriana até sugeriu um passeio a cavalo para explorarmos a região, mas declinei. Estava satisfeita com as construções que avistei em volta da linda casa principal. Fora isso, é claro, tive o bom senso de evitar as dores que, certamente, sentiria nos dias seguintes. Não monto há anos!

Quer saber? Para esgotar as possibilidades fotográficas da Ñe´a preciso de muito mais tempo do que a tarde que por lá passamos. Pelo que vi imagino as nuances da luz em diferentes períodos do dia, como o amanhecer e o anoitecer, e as variadas cores da vegetação do entorno conforme mudam as estações do ano. É material para muitas idas e passeios. O visual ainda estava marcado pela estiagem comum nesse período. Isso dava à morraria, especialmente no cair da tarde, tons dourados que contrastavam com a vegetação que renascia.

Ao lado da casa principal uma pequena represa compõe a visão bucólica e serve para banhos refrescantes nas épocas mais quentes do ano. O que chamou a atenção foi a “passarela” de tábuas de madeira usada para as lavadeiras baterem as roupas no curso d´água. Cena típica de tempos e práticas de antigamente.

Depois de mais uma rodada de tereré na varanda da casa principal era hora de um giro pelos galpões, oficinas e a área das moradias dos peões. Trabalhando com o contraste das sombras que se alongavam com o cair da luz fui fotografando a vizinhança.

A câmera atraiu a atenção das crianças que brincavam entre os varais de roupas que secavam ao vento. Uma se aproximou cheia de curiosidade perguntando o que eu fazia. Expliquei que fotografava a hacienda. Outras  foram chegando e pediram para que as fotografasse, o que, é claro, aceitei prontamente. Agora, era um grupinho que fazia pose e me intimava para ver no visor o resultado. Um dos meninos foi buscar uma bola. E dá-lhe clique! Outro, dava ideia de subirem na cerca da mangueira. Aí, a “direção” da brincadeira já não era da fotógrafa...

Nem prestei atenção ao sol que caía rapidamente e produzia uma luz quase frontal perfeita para os registros. Fui andando a procura do ponto ideal para pegar o pôr-do-sol, mas não resisti ao chamando da criançada que dava a dica de outro cenário. Dessa vez na varanda do galpão do estábulo, com arreios e tralhas ao fundo. Arrumei os assistentes perfeitos. Melhor “frente de locação” impossível... Foram eles que me contaram onde as imagens ficariam melhores.  Me despedi dos “eres” explicando que achava que voltaria logo trazendo as fotos impressas.

É o que, creio, acontecerá em breve. É nessa região que pedirei asilo depois dos resultados do segundo turno das eleições. Será a rota de fuga mais adequada para me dirigir nos próximos meses. Vai ser difícil aturar o juiz que, provavelmente, fará dobradinha com o bispo no Rio de Janeiro e a dupla de milicos em posições invertidas que avança sobre a democracia brasileira.

Mas espere, caro leitor, não é agora! Antes cairei no samba num verão carioca inesquecível que terá seu ponto alto no desfile da Sapucaí. Será um carnaval temperado por enredos como “Xangô”, do Salgueiro, e “História pra ninar gente grande”, da verde e rosa. Esse contará ao Brasil e ao mundo quem são os verdadeiros heróis populares do país que não está no retrato ritmado pelo surdo de primeira que marcará os 60 anos da Bateria da Mangueira! E eu? Estarei lá...

* Valéria del Cueto é jornalista, fotógrafa e gestora de carnaval. Das séries “Fronteira Oeste do Sul” e “É Carnaval”, do SEM FIM... delcueto.wordpress.com

Studio na Colab55

19 de out. de 2018

A TIM BRUDIR Telefonia & Comunicação é a novidade em celulares e planos em Uruguaiana - confira as instalações e converse com a equipe de Dirceu Oliveira!



                                     Não fique com ciúmes vem para TIM você também!


                                           Equipe qualificada para atendimento personalizado



                        TIM BRUDIR a ligação direta entre você e a melhor telefonia celular


                                         Ligou falou - TIM BRUDIR - equipe Dirceu Oliveira!


últimos lançamentos em aparelhos celulares 


                                          Telefonia nacional e internacional


                                         Instalações confortáveis - ambiente climatizado


Domingos de Almeida nº 1730 - ao lado da RBSTV - planos, aparelhos celulares, suplementos & ampla linha de produtos. Fones: 55 3402-8886 ou  98111.5694


OUÇA TODAS AS VANTAGENS DE SER TIM VOCÊ TAMBÉM 

5 de out. de 2018

Na luta é que a gente se encontra - crônica de Valéria del Cueto

Na luta é que a gente se encontra

Texto e foto de Valéria del Cueto para o Alexandre...

Dias antes do incêndio do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, estive num lugar que, por analogia, me fez sentir ainda mais o desastre imensurável para a história, a cultura e a ciência brasileira.

Cerro Corá fica perto Pedro Juan Caballero, a 41 km de Ponta Porã, Mato Grosso do Sul, fronteira com o Brasil. Ali, as tropas brasileiras da Guerra do Paraguay, conduzidas pelo General Câmara sob o comando do Conde D´Eu, (marido da Princesa Isabel, A Redentora, que libertou os negros da escravidão, segundo a história oficial brasileira), encontraram o que restava do exército em fuga do  Mariscal Solano Lopéz.

No riacho Aquidaban Nigui o cabo Chico Diabo golpeou “El Supremo” e entrou para a história. A nossa, que não nos conta que Elisa Lynch, a poderosa amante do presidente, enterrou com a ajuda de sua filha, usando uma lança, não apenas os restos mortais do Mariscal, mas de seu filho de 16 anos, o Coronel Juán Francisco López. “Panchito” também se recusou a se entregar aos inimigos.

Estudo essa história desde a adolescência quando meu pai serviu em Bela Vista e virei rata da biblioteca do médico paraguaio, o Dr. Caito. Lá comprovei, lendo em espanhol os relatos que contam o outro lado dessa incrível saga sul americana, que a verdade pode até querer ser uma só, mas tem sempre várias versões.

Minha memória se colore com a panapanã que encantou a primeira vez que visitei Cerro Corá, ainda criança. O local em que os combatentes caíram estava “tapado” por uma nuvem de borboletas amarelas, como as que reencontrei na Macondo, de Gabriel Garcia Marques.

Agora, ali é o Parque Nacional Cerro Corá, com mais de 5500 hectares. O marco, na Ruta 5, e um pórtico estilizado indicam sua entrada. Um pouco recuada fica cancela de identificação e a portaria com a simpática guarda florestal fazendo a recepção e apresentando o minimuseu. O lugar também é um sítio arqueológico.

Seguindo se alcança o mirante que marca o local onde aconteceu o último embate entre as tropas, em 1 de março de 1870. O visual é deslumbrante, com o Cerro Corá dominando o cenário. Bustos dos comandantes que ali sucumbiram vigiam o território paraguaio.

Mas ainda não era isso que estava procurando. Dalí, uma alameda cercada de palmeiras leva à grande cruz que marca onde estiveram enterrados os heróis paraguaios. Ao lado, um nicho formado por guerreiros de pedra, adornados com elmos e lanças de metal estilizados, indica onde Madame Lynch enterrou Solano Lopéz e Panchito. Ainda é necessário fazer um caminho por pequenas trilhas para chegar, no Aquidaban Nigui, ao passo onde o líder paraguaio sucumbiu.

O que mais me impressionou foi a proposta do parque.  Não há uma invasão visual. Tudo integra os acontecimentos aos locais. Dá para notar a imponência das linhas do monumento no local da batalha e da cruz, de tempos mais antigos, e a linda proteção dos guardiões, homenagem do ex-presidente Fernando Lugo. As equipes trabalhando e a conservação dos jardins, alamedas e trilhas, mostram o zelo com o espaço.

Vivi tudo isso com as lágrimas nos olhos do meu sonho colorido de infância dias antes de, estarrecida, ver arder (há exatos um mês) nossa memória – e, inclusive, desconfio, objetos ligados a essa história - na Quinta da Boa Vista.

Quando voltei ao Rio, caí dentro do registro da Bateria da Mangueira na escolha do samba que cantará na avenida o enredo do carnavalesco Leandro Vieira, “História para ninar gente grande”. Ele fala da “história que a história não conta, o avesso do mesmo lugar”. Cito trecho de uma das parcerias, a de Deivid Domenico, que concorre na final, dia 13 de outubro, no Palácio do Samba, a quadra da Mangueira.

Não costumo me manifestar durante essa etapa do processo carnavalesco, a escolha dos sambas, que acontece até meados de outubro. Mas, confesso, torço para cantar na Sapucaí “tem sangue retinto, pisado, atrás do herói emoldurado” e meu nome, Maria, junto com as “Mahins, Marielles, Malês”, “Lecis, Jamelões”. Quero muito dar nome aos nossos heróis que, diga-se de passagem, nem sempre precisaram matar para assim serem considerados. Eles e tantos outros anônimos elementos catalizadores do que nosso país tem de melhor.



Pense nisso na hora de exercer seu voto nesse domingo. Na base de seus representantes. Se escolher seu presidente é complicado, mais difícil é ter critério e consciência ao escolher senadores, deputados federais e estaduais. Caberá a eles representá-lo nas difíceis decisões que virão pela frente. Afinal, “na luta é que a gente se encontra...

* Este é o link para clip do samba mencionado: https://youtu.be/s91TcNhfYtY e, aqui, seu feito na torcida verde e rosa https://youtu.be/asc92FJmwYQ
** Valéria del Cueto é jornalista, fotógrafa e gestora de carnaval. Das séries “Fronteira oeste do Sul” e “É Carnaval”, do SEM FIM...delcueto.wordpress.com


Studio na Colab55

3 de out. de 2018

Mangueira carnaval 2019 – semifinal da escolha do samba enredo



A semifinal da escolha de samba enredo para o carnaval 2019 da GRES Estação Primeira de Mangueira aconteceu na noite de sábado, 29 de setembro de 2018.

A festa da escola  começou por volta das 22 horas, com a formação da roda no centro da quadra do Palácio do Samba logo após a abertura com o grupo Só Damas e da Bateria da Mangueira fazer sua apresentação. Os diretores de Harmonia conduziram os componentes de segmentos tradicionais da escola, como a Velha Guarda, as Baianas, o Departamento Feminino e alas.

Clique AQUI para acessar o álbum fotográfico Mangueira carnaval 2019 – semifinal da escolha do samba enredo


A entrada do grupo de passistas esquentou o ambiente e antecedeu a participação do grupo de Passistas Mirins, trabalho desenvolvido pela Rainha de Bateria Evelyn Bastos.

Depois dos três casais de mestre e sala e porta bandeira trazerem para o centro da roda seus pavilhões, mostrarem suas coreografias e saudarem o público presente começou a disputa entre os quatro concorrentes.



No final da noite foi anunciada a eliminação do samba da parceria de Tantinho seguindo, portanto, para a final os sambas dos parceiros de Deivid Domenico, Lequinho e Helio Turco na disputa pela escolha do hino verde e rosa, carnaval de 2019, baseada no enredo desenvolvido pelo carnavalesco Leandro Vieira “História para ninar gente grande“.

A final está marcada para o dia 13 de outubro de 2019.
#quemsambasabe

Ensaio fotográfico  de (C)2018 Valéria del Cueto, all rights reserved
@no_rumo do Sem Fim… delcueto.wordpress.com
@delcueto para CarnevaleRio.com

O grupo Gres Estação Primeira de Mangueira, no FLICKR é o acesso para a coleção de registros da verde e rosa da fotógrafa. Curta nossa página no Facebook e faça sua inscrição no Canal del Cueto no Youtube, desde 2008 registrando momentos do carnaval carioca.
Quer ver o que tem por lá? Dá play.


Aqui tem mais pra você:

Já seguiu “No rumo do Sem Fim”?
Experimenta! Lá você encontrará o conteúdo produzido por Valéria del Cueto e também links para objetos e desejos produzidos no Studio@delcueto!
Ideias e design disponíveis nas plataformas:

Colab55
Redbubble
Siga os instagrans
@valeriadelcueto
@delcueto.studio

Já se inscreveu no canal delcueto no youtube? Corra!
Studio na Colab55

Studio na Colab55