Arrozeiros que tiverem vencimentos em julho e agosto com poderão pagar nos meses de setembro e outubro
O
governo federal atendeu pedido da Federação das Associações de
Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) em relação ao alongamento
dos custeios com vencimento nos meses de julho e agosto aos produtores
de arroz do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Com isso, os
produtores que acessaram crédito pelo Banco do Brasil, que engloba
parcela considerável dos orizicultores, poderão pagar os vencimentos nos
meses de setembro e outubro. Caso o mercado não melhore liquidez, há a
possibilidade de ocorrer novo alongamento.
Na
avaliação do presidente da entidade, Henrique Dornelles, o alongamento
vem em boa hora, em tempo dos produtores se reorganizarem para
realizarem o faturamento mais tarde e assim poderem desfrutar de maior
demanda e cotações mais valorizadas. "Isto deverá dar um alívio aos
produtores que poderão faturar seu produto a preços remuneradores no
mesmo momento em que indústrias de fora do Rio Grande do Sul passam a
buscar arroz aqui no Estado aumentando a demanda", ressalta.
Na
última semana, o vice-presidente da Federarroz, Alexandre Velho, fez a
defesa da medida junto à Câmara de Crédito, Seguro e Comercialização,
organizada pelo Ministério da Agricultura, mostrando a necessidade de
uma medida urgente para os produtores que estão com a situação de risco.
Informou que o custo de produção chegava a R$ 44,00 e preços médios de
R$ 40,21, segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia
Aplicada (Cepea), e que os arrozeiros não poderiam pagar os vencimentos
com os patamares abaixo do custo de produção.
A
Federarroz recomenda que se em 30 dias o mercado ganhar liquidez, os
produtores realizem os seus faturamentos. “O objetivo é evitar o acúmulo
de prestações em setembro e outubro e com isso ocorrer uma frustração,
ou seja, está nas mãos dos produtores a melhora e a manutenção da
liquidez, ofertando o produto à medida que for propício o faturamento e
fazendo o pagamento aos bancos. Está nas mãos dos produtores a melhora e
a manutenção da liquidez”, explica Dornelles.
O
presidente da Federarroz ressaltou o trabalho do secretário de Política
Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, e sua equipe, e do
ministro Blairo Maggi, que estenderam a mão para a orizicultura
entendendo que estes produtores estão com dificuldades de
comercialização e de atingirem preços remuneradores. O Ministério da
Agricultura fez uma peregrinação junto aos órgãos competentes com o
objetivo de atender ao pleito da Federarroz. O deputado federal Luiz
Carlos Heinze também trabalhou e foi personagem determinante. "Hoje
existe uma responsabilidade fiscal muito forte no Brasil, instalada pelo
atual governo, acerca do Ministério da Fazenda, Banco Central e do
próprio Ministério da Agricultura, na busca de justificativas plausíveis
na tomada de decisão, avaliações consistentes para se tomar atitude
correta e responsável, nesse caso, pelo alongamento dos custeios",
salienta.
A Federarroz seguirá trabalhando com
outros bancos para que tenham a mesma atitude do Banco do Brasil para
retirar esta pressão da oferta, originada na colheita e que ainda faz
efeito no mercado. Dornelles enfatiza que a entidade ainda argumenta que
para os produtores somente é um alívio, que pensem bem o planejamento
para a próxima safra. "Tudo indica que teremos uma próxima safra ainda
com dificuldades, pela seletividade de crédito que deverá prosseguir,
grandes indústrias estocadas pelo denominado financiamento safra e
também pela recessão que o país vive", explica.
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