Na vitrola do Tribuna...
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22 de set. de 2009
Frederico: nas adversidades conhecemos os amigos (entrevista exclusiva)
Em Uruguaiana, no último final de semana, o deputado estadual Frederico Antunes, entre compromissos oficiais, falou a equipe Tribuna sobre educação, transporte internacional, segurança e o momento político.
Frederico afirma que tem total interesse em esclarecer tudo a todos o mais rápido possível. “Tenho meu nome dentro de um processo aberto. Não posso me atrever a fazer projeções sem ter os fatos esclarecidos e ninguém tem maior interesse em vê-los esclarecidos do que eu".
Quanto as investigações, Frederico diz que a grande lição recebida foi de que hoje sabe quem são seus verdadeiros amigos.
Enquanto busca na Justiça sua inocência, declara que, novamente, concorrerá ao cargo de deputado estadual, permanecendo próximo das bases e da família. “Em 13 anos, viajei muito e fiquei distante de meus filhos, quero acompanhar o crescimento deles. Fui um pai distante, agora quero ser um pai presente”.
Educação: Frederico assegura que falta apenas o Executivo enviar o projeto de lei de criação do Colégio Agrícola à Câmara, e com sua aprovação, está articulada a implantação em parceria com a Secretaria de Ciência e Tecnologia, Emater, Embrapa, Fepagro, Prefeitura e Irga. Emenda do Deputado Frederico, já aprovada, destina R$ 500 mil ao Colégio. Antunes destaca a importância da Unipampa, do ensino superior público e gratuito, porém, determinação e paciência são os pilares para consolidação da nossa Universidade Federal. Por outro lado, chama a atenção que a PUC não está cumprindo o compromisso de manter os cursos de Direito e Administração. Frederico lembra, que este foi um dos ítens que permitiram a transferência, pelo Estado, da área física da PUC para Unipampa.
Economia: O Deputado evidencia a importância do Comércio Exterior, que hoje, representa 60% do PIB de Uruguaiana; lutando por nova ponte sobre o rio Ibicuí na divisa Uruguaiana/Itaqui, dotação de pessoal aos órgãos intervenientes (Receita Federal, Ministério da Agricultura e da Saúde, Anvisa, entre outros); e atitudes como a instalação de posto policial no Porto Seco, proporcionando maior segurança aos operadores do Comex.
Médico do Município demitido por justa causa
Instituído pela Portaria nº. 171/2009, foi concluído o Inquérito Administrativo que recomendou a demissão por justa causa do médico Gilberto Verdum, em razão de 163 faltas não justificadas. O prefeito municipal, Sanchotene Felice, acolheu a proposição final da Comissão, determinando a dispensa por justa causa.
Luta jurídica por medicamentos
Pelo menos uma ação judicial na área da saúde é iniciada diariamente contra o Estado ou Município por meio da Defensoria Pública do Rio Grande do Sul em Uruguaiana, é o que afirma a defensora pública, Suzana Velo.
Atualmente 30% das ações movidas no local são relacionadas a solicitações de medicamentos, cirurgias fora da cidade ou aparelhos específicos, como próteses auditivas, por pessoas que não têm condições de pagar pelo valor dos remédios quando não os encontram no Sistema Único de Saúde (SUS).
A responsável técnica da farmácia da Secretaria da Saúde de Uruguaiana, Giovana Sartori, afirma que a farmácia localizada no local e os postos de saúde do município oferecem todos os medicamentos listados por lei para serem distribuídos gratuitamente pelo município, e quando falta algum, manda manipular fazendo uso de verba específica. Giovana ressalta que é dever do município distribuir gratuitamente somente medicamentos básicos, outros, vêm de verbas anuais do Estado e União. No início do ano, foram investidos 800 mil reais em medicamentos para Uruguaiana, por licitação. O único problema, segundo Giovana, é que a compra é realizada somente uma vez ao ano devido aos trâmites burocráticos.
Na Defensoria, as ações são, em sua maioria, contra o Estado. “Um dos maiores problemas é que a lista de medicamentos que o mesmo deve distribuir à população não está atualizada”, assinala Suzana. Há um caso de uma moça que enfrenta duas dificuldades: os remédios para o tratamento de sua doença custam 31 mil mensais. Um deles, o remicadi, não está na lista dos disponibilizados gratuitamente pelo SUS. Ela venceu a causa e é tratada em Alegrete por meio de verbas estaduais. “O artigo 196 da Constituição Federal fala do direito à saúde, e o artigo 1º, da dignidade humana. Sentir dor e não ter medicamento fere a dignidade humana, por isso, ganhamos 99% das causas”, celebra a defensora.
Remédios para diabetes são os mais procurados
De acordo com a responsável técnica da farmácia localizada na Secretaria de Saúde, Giovana Sartori, os remédios para diabetes e hipertensão são os mais solicitados pelos cidadãos que frequentam o local. A defensora Suzana Velo afirma que na Defensoria Pública os mais solicitados por meio das ações judiciais são Spiriva (para quem sofre de enfisema pulmonar), Puran T4 (lúpus) e Insulina Lantus (diabetes). Na Secretaria da Saúde de Uruguaiana são distribuídos diariamente, em média, mais de 500 medicamentos. O local funciona de segunda à sexta-feira, das 7h30min às 12h e das 13h30min às 21h. Para retirar remédios na farmácia da Secretaria da Saúde, é necessário apresentar a receita médica e a carteira do SUS.
Instituto de Cardiologia desembarca em Uruguaiana
O Instituto de Cardiologia de Uruguaiana está há dois meses de abrir suas portas na Santa Casa de Caridade. O médico, especialista em cardiologia intervencionista, Fábio Mota veio este ano de Porto Alegre, onde atuava desde 2004 no Instituto de Cardiologia do RS, especialmente para dirigir a área de hemodinâmica do novo empreendimento em Uruguaiana. O Tribuna conversou nesta semana com Fábio Mota, para saber tudo sobre o que o próprio doutor denomina de futuro pólo de cardiologia da Fronteira Oeste.
Entrevista
Tribuna – Como está o processo de implantação do Instituto de Cardiologia de Uruguaiana?
Fábio Mota - A área física está nos processos finais de conclusão, será junto à Santa Casa, ao lado do Banco de Sangue. Os equipamentos estão sendo comprados, tem o equipamento de hemodinâmica para fazer o cateterismo que está vindo do Japão. A sala de cirurgia cardíaca está toda pronta e será ao lado da hemodinâ-mica. Todos os equipamentos necessários para a cirurgia estão em processo licitatório. Além disso, a UTI cardíaca está sendo construída, para que possam ir para uma UTI especializada, ao lado da já existente. Profissionais uruguaianenses e de fora estão sendo treinados no Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul.
Tribuna - Que tipos de equipamentos estão chegando?
Mota - São 10 monitores, 10 ventiladores para ventilação mecânica de alto desempenho, três aparelhos de hemodinâmica, dois carros de anestesia especializada em cirurgia cardíaca, entre outros. São mais de 30 equipamentos.
Mota - São 10 monitores, 10 ventiladores para ventilação mecânica de alto desempenho, três aparelhos de hemodinâmica, dois carros de anestesia especializada em cirurgia cardíaca, entre outros. São mais de 30 equipamentos.
Tribuna – Qual o investimento da Prefeitura e do Instituto de Cardiologia? Mota - A Prefeitura entrou com a área física e o Instituto com a parte de hemodinâmica. O Hospital vai administrar a UTI Cardíaca e a cirurgia cardíaca e os demais serviços. A Prefeitura investiu R$ 2 milhões e o Instituto R$ 1,5 milhão.
Tribuna - Vai ser a primeira vez que Uruguaiana irá realizar a cirurgia cardiovascular?
Mota - Na verdade, existem relatos de que uma cirurgia foi feita há bastante tempo por um cirurgião que morou em Uruguaiana. Dizem que ele teria feito um tratamento de uma estenose da válvula mitral. Não posso dizer ao certo, é apenas um relato, não sei se o paciente viveu ou não, como o trataram.
Mota - Na verdade, existem relatos de que uma cirurgia foi feita há bastante tempo por um cirurgião que morou em Uruguaiana. Dizem que ele teria feito um tratamento de uma estenose da válvula mitral. Não posso dizer ao certo, é apenas um relato, não sei se o paciente viveu ou não, como o trataram.
Tribuna - O senhor realizará as cirurgias?
Mota - Quem vai fazer as cirurgias é o Dr. Lucas Martins. Eu faço cateterismo e angioplastia.
Mota - Quem vai fazer as cirurgias é o Dr. Lucas Martins. Eu faço cateterismo e angioplastia.
Tribuna - Qual será o horário de funcionamento?
Mota – Para a cirurgia e hemodinâmica, nós teremos uma cobertura de 24 horas. Já estamos nos preparando para isso.
Mota – Para a cirurgia e hemodinâmica, nós teremos uma cobertura de 24 horas. Já estamos nos preparando para isso.
Tribuna – Quando pretendem abrir as portas do Instituto?
Mota - Acredito que no início de novembro. Estávamos com a intenção de abrir antes, mas não deu. É demorado mesmo.
Mota - Acredito que no início de novembro. Estávamos com a intenção de abrir antes, mas não deu. É demorado mesmo.
Tribuna – Qual é sua expectativa em relação ao Instituto?
Mota - É muito boa, vai ser um serviço que vai mudar a rotina da cardiologia da fronteira. Penso que daqui dois anos acontecerá o grande boom. Irá atrair mais profissionais, inclusive de outras áreas, isso vai desenvolver o município. Toda a fronteira nunca teve nada parecido. Quem tem um infarto aqui hoje está ferrado, só ganha medicação pra tomar. O tratamento é feito de uma forma conservadora, pois não tem outros meios de tratar. O fato de ter UTI especializada em Uruguaiana vai trazer muito paciente de fora para tratamento de infarto agudo. Para fazer um cateterismo hoje as pessoas vão a Rio Grande, Porto Alegre ou Passo Fundo.
Mota - É muito boa, vai ser um serviço que vai mudar a rotina da cardiologia da fronteira. Penso que daqui dois anos acontecerá o grande boom. Irá atrair mais profissionais, inclusive de outras áreas, isso vai desenvolver o município. Toda a fronteira nunca teve nada parecido. Quem tem um infarto aqui hoje está ferrado, só ganha medicação pra tomar. O tratamento é feito de uma forma conservadora, pois não tem outros meios de tratar. O fato de ter UTI especializada em Uruguaiana vai trazer muito paciente de fora para tratamento de infarto agudo. Para fazer um cateterismo hoje as pessoas vão a Rio Grande, Porto Alegre ou Passo Fundo.
O mais próximo é cerca de 500 quilômetros. Não é de admirar que a fronteira leste da Argentina e Uruguai também se beneficie, pois eles não têm nada disso por perto e existe um acordo de cooperação entre estes países e o Brasil. Queremos que aqui seja um pólo do setor, queremos alcançar a alta complexidade em cardiologia. Porém, isso dependerá muito de influência política.
Tribuna - Por que influência política?
Mota - Porque quem dá o credenciamento é Brasília. E o credenciamento é um passo muito importante. Por isso, demandará força política, senão eles não darão o credenciamento. Sem o credenciamento, o SUS fica desassistido, ou seja, a maioria da população. A Prefeitura está visando o credenciamento de alta complexidade cardiovascular no SUS. Mas para pleitear temos que estar com a estrutura pronta e depois, encaminhar todos os processos, que levará de três a seis meses para acontecer. Até lá, tem meios de atendermos à população de forma mais contida. A autorização da alta complexidade de procedimentos pelo SUS, depende de Brasília.
Mota - Porque quem dá o credenciamento é Brasília. E o credenciamento é um passo muito importante. Por isso, demandará força política, senão eles não darão o credenciamento. Sem o credenciamento, o SUS fica desassistido, ou seja, a maioria da população. A Prefeitura está visando o credenciamento de alta complexidade cardiovascular no SUS. Mas para pleitear temos que estar com a estrutura pronta e depois, encaminhar todos os processos, que levará de três a seis meses para acontecer. Até lá, tem meios de atendermos à população de forma mais contida. A autorização da alta complexidade de procedimentos pelo SUS, depende de Brasília.
Pra aquietar: o Olhar e o Ver
Prefeitura e AES Sul fecham acordo
Dia 18/09, sexta-feira, às 11h, no Salão Nobre do Palácio Rio Branco, o prefeito Sanchotene Felice, representando o Município de Uruguaiana, firmou acordo com a empresa AES Sul Distribuidora Gaúcha de Energia S/A, e seus representantes, Giovani Cruz, diretor-comercial; Julio Hofer, gerente clientes corporativos; José Azambuja, gerente comercial fronteira; Elielton Silva, gerente administrativo da fronteira; João Antônio dos Santos, procurador-jurídico; Vivian Moreira, assistente comercial, Cássio Kaab, coordenador técnico; e o advogado da AES em Uruguaiana, Paulo Ricardo Magirena.
Este acordo foi intermediado pelo promotor público, Cláudio Ari Mello, com auxílio da OAB, representada pelo advogado Eduardo Velo Pereira. A reunião de trabalho aconteceu na quinta-feira, dia 17/09, das 14h15min às 17h45min, na sede do Ministério Público Estadual, na Esplanada da Justiça.
A dívida inicialmente cobrada do Município era de R$ 21,5 milhões, sendo R$ 5 milhões em precatórios, restando R$ 16,5 milhões. Destes R$ 16,5 milhões, a Prefeitura Municipal de Uruguaiana conseguiu uma redução de R$ 6,5 milhões, fechando acordo por R$ 10 milhões que serão pagos em 120 parcelas mensais.
Ainda dentro destes R$ 10 milhões, pelo acordo, a AES Sul deverá investir R$ 2,5 milhões em projetos culturais, tais como o Teatro Municipal Rosalina Pandolfo Lisboa e o Centro Cultural da Esplanada, que será construído na antiga Estação da Rede Ferroviária Federal.
Compõe estes R$ 10 milhões, a quantia de R$ 8.223.805,56 referente a consumo de energia elétrica, e R$ 1.776.194,44 de correção monetária. Destaca o procurador-geral do Município, Caciano Sgorla Ferreira que “ao firmar o acordo o Governo Municipal não abriu mão e segue discutindo os R$ 5 milhões em precatórios, onde já obteve decisão favorável no Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília.
Este acordo deverá ser aprovado pela Câmara Municipal de Uruguaiana e ser homologado pelo Poder Judiciário.
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