Mostre-me um exemplo TRIBUNA DE URUGUAIANA: 11/11/14

11 de nov. de 2014

Gatão de Meia idade - antigamente...


Aborto, por Gabriel Novis Neves

Continua sendo tratado como grande tabu social o ato de interromper uma gravidez.
Houve avanços. O maior deles foi a transferência desse assunto das páginas policiais para as da saúde pública.
O Ministério da Saúde, da Defesa da Mulher, o Conselho Federal de Medicina, as Universidades e, principalmente, os médicos que trabalham no SUS, conhecem a gravidade do assunto.
Pelos jornais, redes de televisão, mídias sociais, ficamos escandalizados com o número de mulheres que morrem praticando o aborto, dito clandestino, em clínicas que se prestam a isso.
Essas clínicas só existem porque esse procedimento é proibido, tornando-se um dos mais graves problemas de saúde pública do nosso país.
Outro problema relacionado à sexualidade humana, o casamento entre pessoas do mesmo sexo, já foi resolvido. Esta união já foi aprovada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e é legal perante a lei dos homens.
Homofobia é crime. Homossexuais, transformistas e travestis são aceitos pela sociedade e vistos como um tipo de manifestação do gênero humano.
A questão do aborto é mais complicada de resolver, pois a reivindicação para a sua descriminação não atinge todas as classes sociais, como nos casos anteriores.
As mulheres em boas condições financeiras sempre praticaram o aborto, livres de qualquer risco que coloquem em perigo a sua vida terrestre.
As de pequeno poder aquisitivo, ou mesmo aquelas sem nenhum recurso, ficam sujeitas às “clínicas clandestinas” ou em casa, onde os riscos de complicações fatais são enormes.
Nestas duas últimas décadas o percentual de óbitos maternos em virtude do aborto foi alto, o que acarreta a permanência prolongada em UTIs do SUS, acabando por criar outros tipos de problemas sociais.
Muitos se negam a discutir esse grave problema. E ele existe em função da baixa escolaridade e pela falta de diálogo entre os pais e a escola acerca desse assunto. Gerando, com isso, um dos maiores problemas em saúde publica, envolvendo milhões de reais em inócuas despesas hospitalares.
Não haverá passeatas como a “Parada Gay”, que consegue arregimentar todos os segmentos sociais, inclusive com apoio dos políticos.
As mulheres, especialmente as mais jovens e pobres, continuam morrendo criminosamente, aterrorizando a nossa hipócrita população.
Com um programa continuado de educação, abrangendo pais e escolas, acredito que possamos avançar na solução desse problema que tanto nos incomoda.
Neste momento só a credibilidade e sensibilidade do Papa Francisco poderá minorar nossa dor humana sobre a gravidez não desejada.

Escolhidas as concorrentes da 38 Califórnia da Canção

A Comissão da 38ª Califórnia da Canção Nativa do Rio Grande do Sul, composta por João de Almeida Neto, Lênin Nunez, Felipe Elizalde, Felipe Azevedo e Silvio Genro, selecionou as 19 concorrentes a Calhandra de Ouro. 

Foram inscritas 581 canções, selecionadas nos dias 7, 8 e 9, na sede da Fato Singular Projetos Culturais e Eventos promotora do evento com o CTG Sinuelo do Pago, com apoio da Prefeitura Municipal de Uruguaiana.

A Califórnia será de 5 a 7 de dezembro, no antigo Cine Pampa, hoje Teatro Rosalina Pandolfo Lisboa. 

Composições selecionadas:

O Homem Dentro do Espelho, Martim César & Pedro Guerra;
Saci- Pererê, Mário Amaral;
Terrinha, Mauro Moraes;
De Prosa com seu Maneco, Tadeu Martins & Rubilar Ferreira;
Vem que Trem, Rafael Ovídio, Fernando Saldanha e Beto Bolo;
Piratas de Chalana, José Luis Vilella & Cleber Soares;
Florzita de Campo Aberto, Sérgio Carvalho Pereira & Kiko Goulart;
Tô de Volta Chamarrita, Rogério Villagran & Kiko Goulart;
Amorável, Jaime Vaz Brasil & Zé Alexandre;
Pepe Caravana, José César M. Pinto & Talo Pereira;
Xote do Tempo Perdido, Fausto Prado;
Digitais de Identidade, Rafael Ovídio, Carlos Omar V. Gomes & Zelito Ramos;
Esses Cavalos de Prado, Mateus Neves da Fontoura & Rodrigo Duarte;
Rebanhos de Luz, Hermeto Silva & Afonso Falcão;
Água Benta, Hermeto Silva & Cleber Soares;
Nas Munhecas da Catala, João Sampaio, Silvestre Araújo & Renato Fagundes;
O Outro Negrinho Armando Vasques, Francisco Alves & Francisco Scherer;
Assobiando a Milonga José Athanásio Borges Pinto.

Suplentes:

Aventurada, Sérgio Napp & Tuny Brum;
O Descobrimento do Rio Grande, Erlon Péricles;
Noturna, João Stimamilio & Mateus Alves;
Caindo Pra Dentro, Vinícius Brum;
Dando Asas à Poesia, Jorge Rodrigues, Júlio Rodrigues & João Chagas Leite;
Cheirando à Primavera, Robson Barenho & Talo Pereira.

Gatão de Meia Idade - antigamente...

Dores à distância, por Gabriel Novis Neves


Dores à distância 
A medicina relata inúmeros casos de fetos gemelares univitelinos - aqueles que são fecundados por um óvulo e um espermatozoide gerados no útero materno em uma única bolsa e placenta. 
Geralmente são do mesmo sexo e apresentam a mesma carga genética. 
Quando adultos são muito parecidos fisicamente e, mesmo à distância, quando um deles é acometido de algum sintoma o outro também apresenta.
É o caso de um jovem nessas condições genéticas morando no Brasil acometido de uma apendicite aguda e seu irmão no exterior também. 
Tudo aconteceu no mesmo ano, dia, mês e hora, embora um não soubesse o que se passava com o seu irmão univitelino. Ambos estavam no centro cirúrgico em terras distantes. 
Assim, como no fato descrito, conhecemos milhares de outros semelhantes em que as dores são sentidas à distância. 
A medicina, não sendo uma ciência exata, acredita na genética para justificar esses casos. Tudo bem. 
E como explicar dores outras que acometem pessoas sem nenhum laço de parentesco, que não foram criadas juntas, moradoras de cidades diferentes e separadas por milhares de quilômetros, que se conheceram tardiamente, terem essa reciprocidade de aflições? 
Nesses casos a genética não explica, pois sentimento não é doença, mas uma sensação subjetiva de alegria, dor, paixão, medo etc. 
É, antes de tudo, vontade incontrolável de sentir tristeza e dor que atormenta seu parceiro à distância. 
Os espiritualistas têm suas explicações. Deixarei de discuti-las por se tratar de religião e que deve ser respeitada. 
Os neurocientistas, tão valorizados hoje no mercado de trabalho, com certeza, têm as suas análises que, infelizmente, desconheço. 
Que é estranha essa manifestação de sentimento, isto é. 
Não é solidariedade, que é mais um sentido moral de vínculo e ajuda mútua. Ou será? 
Creio que seja a incorporação das aflições momentâneas de alguém que estimamos muito e que sabemos preocupados e sofrendo com situações vivenciais passageiras. 
O amigo receptador passa a “incorporar” esses problemas como se seus fossem, sofrendo na mesma intensidade. 
Em psiquiatria aprendi que certos psicóticos leem o pensamento alheio, o que não acontece nesta narrativa. 
“O médico que só sabe de Medicina, nem de Medicina sabe”. Tozatti 
Fica o esclarecimento para a ciência: “que é ficção científica onde a única fronteira para a imaginação é a realidade”. Goran Hellekant