Mostre-me um exemplo TRIBUNA DE URUGUAIANA: 10/30/15

30 de out. de 2015

Placar de futebol, por Gabriel Novis Neves


Placar de futebol 
O julgamento das contas da Presidente da República pelo Tribunal de Contas da União (TCU) teve como resultado um placar pior que o do jogo do Brasil contra a Alemanha na última Copa do Mundo - 8X0.  
Todos os ministros votaram com o relator, poupando o Presidente da Corte de se abster e evitar os 9X0. 
Aliás, nesse mesmo dia, mais duas derrotas sofreu o Palácio do Planalto - uma do Supremo Tribunal Federal (STF), que indeferiu o pedido da Presidente da República de trocar o relator da matéria em julgamento já na prorrogação, e outra, ao não conseguir número de deputados federais em plenário para manter os vetos do executivo com relação ao aumento do judiciário e benefícios aos aposentados, o tal fator previdenciário. 
Parece que na prática não deu certo a terceirização do governo para o PMDB, nem a reforma ministerial do toma lá dá cá. 
O tiro saiu pela culatra, aumentando o número de descontentes na base de sustentação do governo.  
Atravessamos crises políticas de grande intensidade, cujos reflexos são sentidos no nosso dia a dia. 
Serviços essenciais, como saúde, quase totalmente sucateados, greves pipocando em todos os setores das nossas atividades, desemprego e alta do custo de vida com a volta da inflação. Violência em níveis de países em guerra e nossa credibilidade bastante chamuscada pelos desmandos administrativos – essas, a tônica do momento. 
A Procuradoria Geral da República (PGR) e a Polícia Federal trabalham vinte e quatro horas por dia, deixando o juiz Sérgio Moro e sua equipe em regime permanente de plantão. 
Se o tumor da corrupção está em Curitiba, suas metástases tomaram conta de todo o território nacional. 
Faltam cadeias para abrigar tantas autoridades, tornando-se prioridade a construção de novos Centros de Ressocialização. 
Existe uma guerra entre o pessoal das comunidades e periferias - esperançosas com os parcos benefícios adquiridos - com a turma do asfalto - insatisfeita com a paralisia financeira que assola o país.  
Em discurso recente, o ex-presidente da República justifica as pedaladas fiscais pré-eleitorais como benéficas à manutenção dos benefícios sociais do governo. Como se os meios justificassem os fins em qualquer tipo de circunstância. 
Motivo: a ausência de políticas públicas favorecendo os menos privilegiados. Foram vinte e seis milhões em pedaladas fiscais, apenas em 2014. 
Não podemos suportar um governo que não respeita as leis do país, jogando-o na desgovernança. 
Quando isso acontece em futebol, muda-se o técnico, e, na política, o que se faz? 
Essa é a indagação indignada do povo brasileiro!