Mostre-me um exemplo TRIBUNA DE URUGUAIANA: 09/03/09

3 de set. de 2009

CDL - 45 ANOS.

Café da manhã marcou o aniversário da entidade.

Bruna Estivalet agora é do SBT

A jornalista Bruna Estivalet, depois de uma série de assédios, se transferiu da BAND para o SBT. A exemplar profissional vai atuar ao lado de Carlos Nascimento e Roberto Cabrini. Uma dupla de respeito do telejornalismo, agora com a cobertura de uma excelente produtora. Natural de Uruguaiana,Bruna é filha de Marli e Paulo Estivalet.

Muito Obrigado!

Chegamos aos 60.000 acessos.
É com muito orgulho que informamos que o Tribuna de Uruguaiana, em sua versão virtual, bateu as 60.000 visualizações.

O blog foi criado no dia 16 de fevereiro deste ano e a média de acessos tem aumentado dia a dia.

A equipe do jornal agradece aos e-leitores que nos prestigiam e que fizeram e fazem o sucesso do Tribuna. Muito obrigado! Sua participação é importante!

Coluna Dito e Feito, por Valéria Del Cueto

A onda que leva, traz
Segunda feira, 2 da tarde. Estou na Ponta. Ainda. Usando o meu biquíni mais antigo. Aquele que de top de linha de alguns anos atrás virou diário, até ser substituído por outros que vinham na fila. Verdade seja dita, fui em busca desta peça antiga por razões totalmente justificáveis.Quero me sentir em casa. No meu canto. Íntima. Usual, contumaz, tipo mobiliário permanente. Mesmo que, vez por outra, como agora, precise me ausentar.
A raposa que me habita palpita. “É, está ficando mais frio, o inverno está chegando”, me diz, tentando o quase impossível: transformar essa luz perfeita, este espaço aberto e o murmúrio do mar nas uvas verdes de La Fontaine.
Não cola. Quando estou quase convencida o barulho das bandeiras dos clubes, penduradas nas armações de lona dos barraqueiros, acrescenta um novo elemento aos sons - que penso conhecer de cor e salteado - da minha ponta de mundo. Se junta ao bater das asas de alguns pombos que se esforçam para alçar voo, embalados pelo mesmo vento que cutuca as bandeiras.
Lá vai minha concentração - e quase concordância - no argumento do lado raposa, esmagada pela paisagem que me circula e o gemido do mar, acrescido dos elementos sonoros acima expostos.
Tá muito mar. Alto, mexido, cheio de valas e correntezas. Um surfista solitário espreita além da linha de espuma suja por causa da maré, trazida do outro lado da Pedra do Leme. Isso não é novidade. Novidade vai ser o que a moça a minha frente vai sentir, quando descobrir, provavelmente num quarto de hotel, o estado lastimável das suas costas. Antes, branquinhas, agora, rosadas e mais tarde, num tom definitivamente vermelho.
Assim é a vida, uma troca de pele constante. Às vezes traumática, como é o caso da moça. Outras, nem sequer sentimos. Mas elas, nossas camadas epiteliais, de uma forma ou de outra, se vão.
Eu prefiro fazer minhas trocas de uma maneira intermediária, sem muito sofrimento, mas não de maneira que eu não note essa renovação. Chico Amorim, um tipo de sábio pós-moderno cuiabano, me ensinou a reconhecer o tempo da seca em Cuiabá observando nossas mãos descascar, sempre na mesma época do ano. Depois, a secura piorava castigando nossa nova epiderme e deixando ela no ponto para o tempo das águas, o tal do inverno matogrossense.
Tudo isso, pra dizer que estou de partida. Outra vez. Um pouco mais tarde esse ano, porém, o tempo de ir apresentou-se.
E é de biquíni velho e alma lavada pela gratidão de aqui estar, que saboreio esse momento (que se repete muitas vezes na minha vida muito tempo), aquele em que digo a mim e a minha raposa: “A melhor coisa de ir, é poder voltar”.

Novas Pílulas do Fred 29/08 a 04/09

Quando pega fogo no quartel, haverá quem apague chamas ou ao grupo sossegue?

Com tudo e por tudo. Confirmada a composição da nova executiva do Tucanato – ficará escancarada uma característica sem precedente. O presidente será o próprio prefeito Felice. O vice – o sempre vice Luiz Schneider. O secretário – vereador Rafael Alves e, no cofre, o cristão novo, Barão de Maratá.

Com tudo e por tudo II. O prefeito assumir também a presidência do partido é uma novidade. Nem mesmo o Coronel, o indesgrudável, que tudo podia quando tudo queria, acumulou tantos galardões.

Com tudo e por tudo III. A nominata deixa claro também que o tradicional tucaneiro (Robalo, Nelsinho, Orvandil, Montardo, Foster, Trojan, Josefina, entre outros) não está com aquele cacife todo ou o mínimo que fosse.

Cauzão. O antigo prédio da CAUL, comprado pela Prefeitura, deverá se transformar no "merendão". Uma central de preparo de merenda escolar pa-ra o alunado do município. Agora, escola, escola, talvez uma de porte razoável e com muitas adaptações. O local está longe de fechar as exigências do MEC.

Duas rodas. Em 72 horas houve duas mortes de motociclistas na pacata Uruguaiana. Domingo 23/08 – Dionatan Dias. Na terça-feira 25/08 – Bruno Dora. É muita perda prá pouco tempo e cidade pequena.

Casa de ferreiro…o médico Gilberto Verdum está comunicando aos pacientes e amigos que em razão de um problema no joelho direito apenas retornará ao consultório a partir do dia oito de setembro. Também, no jogo que ele anda enfrentando, da medalhinha pra baixo tudo é bola.


Porta-voz.
A jornalista e empresária Letícia Segabinazzi, feliz com o nascimento do filho Tony, faz questão de agradecer a equipe da Santa Casa de Caridade pelo atendimento carinhoso e eficiente recebido pela família durante a estada na maternidade. O Hospital é modelar sob a batuta de Ana Maria del Litto Sturmhoebel, sem dúvida.

Telemaníacos. Pesquisa aponta que os "hermanos" assistem, em média, mil e quinhentas horas de TV por ano. O volume representa 62,5 dias diretos de olhos arregalados na telinha. No Brasil, a proporção deve ser maior – a Vênus platinada se encarrega de farras e fadas.

Nem A, nem B. Os senhores Orlando Ribas Carvalho (presidente) e Ivoné Emílio Colpo (líder e Conselheiro do MTG) organizam a Semana Farroupilha/2009. A gripe que não se faça de engraçadinha – que o relho pega. Dia 20/09, domingo, às 9h, encontro marcado com a gauchada na Presidente Vargas.

Parece absurdo, mas não é. Com a formatura, neste sábado, da primeira e única turma de Educação Especial (UFMS), os cursos da área estão aos poucos terminando. No andar da carruagem, carruagem? não haverá professores de Letras, Matemática, História, Geografia, Pedagogia e correlatos. Assim, vamos precisar importar " professores" das cidades vizinhas, em breve. Saudade da FAFIUR, antes da mania de grandeza de ser PUC.


Maravilhas com leite moça.
Pesquisa publicada na ZH de 23/08, mostra que Uruguaiana ocupa o 320º. lugar entre os 496 municípios gaúchos. A pesquisa que adota o Índice Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) de Desenvolvimento Municipal (IFDM), mede renda, emprego, saúde e ensino nas comunas. A liderança cabe a Caxias do Sul, seguida de Porto Alegre, Lajeado, Santa Maria, Nova Pádua, Nova Bassano, Carlos Barbosa, Farroupilha, Marau e Bento Gonçalves.

Maravilhas II. Na Fronteira, a liderança cabe a Alegrete (95ª. colocada), São Gabriel (109), São Borja (187), Bagé (202), Candiota (245), Maçambará (277), Vila Nova do Sul (294), Dom Pedrito (300) e Uruguaiana (320).

Maravilhas III. Na Saúde, dos 496 municípios gaúchos Uruguaiana está no 424º. lugar, e tudo está no seu lugar. Graças a deus...

Sob nova direção. Já que o engenheiro Osmar Saldanha decidiu deixar a direção da Comissão do Carnaval, resta ao cargo o braço forte e mão amiga do general José Alberto Leal para conduzir a matéria. Coisa linda: confetes e serpentina nos olhos da menina.

E por falar em uniforme e estrelas.
O presidente Jango Goulart, aquele morto em exílio, no ano de 1962, por meio Lei Federal, foi quem conferiu o título a Duque de Caxias de Patrono Oficial do Exército. Mas, os uniformes não mencionam o fato.

Alguns generais que fazem sucesso. General Eletric (G & E), General da Banda, General do Exécito da Salvação, General (jogo de dados) e ...

Muxoxo, bicudo, cara de poucos amigos, tudo por pensar ser o Lambido - mas, nem Lambido ele é na real. Tome café no café e não queira ser o que não é. Para ser o próprio, requer talento…

Coluna de Jayme del Cueto, dia 29/08.

O piloto
Na televisão, sempre que se pretende lançar um novo programa é usual que se faça um piloto. Piloto, para quem não conhece o termo, é um teste, um episódio para que se aquilate a reação do público à novidade. E, mesmo que ela seja favorável, não é improvável que se abandone o projeto. Esse preâmbulo todo é só para informar aos leitores que estarão sendo testados para a remota possibilidade de algum dia eu vir a cometer minhas
Memórias Descompromissadas:
A noite havia sido longa e ansiosa como todas as noites que antecedem a uma viagem rumo ao desconhecido, e põe desconhecido nisso. O guri nunca havia ido mais longe do que Porto Alegre onde estudara nos últimos dois anos e mesmo aí já se sentia desenraizado da sua cidade natal lá fronteira oeste do seu estado onde moravam seus pais e ficaram todos seus amigos da infância, da adolescência e suas primeiras tentativas de namoro. Namoro? Não era bem isso. Às namoradinhas de sua idade preferia as mulheres do meretrício que frequentava desde cedo numa rotina seguida por quase todos os amigos de sua turma: Aos sábados à noite era dia se mandar pro chinaredo, tomar um pilequinho com as percantas e, com sorte ganhar um amorzinho. Sempre de graça, que isso de pagar mulher é coisa pra velho, afinal, segundo seu avô, um ‘viejo’ espanhol: “Gigolô es la única profesion digna de um hombre”. E desde os quinze anos ele tentava seguir à risca o ensinamento do velho, de quem quase não lembrava, já que morrera quando nosso herói ainda usava calças curtas e cabelo cortado no estilo pajem. Isso mesmo, cabelo pajem era a suprema elegância que as mães do inicio dos anos trinta impunham aos seus rebentos. Assim é a mais longínqua lembrança que lhe vem quando escarafuncha os meandros mais profundos de sua memória: Um menino com o cabelo pajem, a camisa branca com jabô e as calças curtas de veludo azul-marinho correndo pela calçada da praça principal tendo debaixo do braço o jornal da capital, recém chegado pelo trem das vinte e quarenta e cinco, com um pequeno atraso de uma hora, que seu pai acabara de receber e ele fingia anunciar aos transeuntes. Os amigos do seu pai também fingiam comprar e menino pegava o dinheiro, mas não lhes entregava o jornal. Muito precoce...
Na vida parece que se está indo sempre ao encontro do desconhecido... Anos, muitos anos mais tarde ele estará numa estação ferroviária com um violão em baixo do braço indo para a fronteira do Paraguai sentindo, como agora, o mesmo frio na barriga fruto de sua insegurança.
Para chegar até àquela madrugada muita coisa havia mudado na sua adolescência recém finda passada quase que inteiramente numa modorrenta cidade às margens do rio Uruguai. Mesmo assim uma saudade antecipada e angustiada apertava seu peito fazendo aumentar a expectativa sobre o que lhe trariam os próximos dias. Como chegara até ali lhe parecia algo meio inexplicável pelo desenrolar dos acontecimentos.
Há somente três anos viera morar na casa de seus avós em Porto Alegre para estudar num estabelecimento símbolo do ensino no estado – o “Julinho”- designação carinhosa do Colégio Estadual Júlio de Castilhos e lá sua trajetória não fora das mais gloriosas. Repetira o primeiro ano do curso cientifico e, diante da ameaça de não ser aprovado também no segundo, decidira-se por prestar exames para a Escola Preparatória de Cadetes onde, com enorme surpresa sua, fora aprovado. Para isso havia trancado sua matricula no Julinho e passara a estudar num cursinho preparatório junto com alguns colegas que moravam numa república onde, com a desculpa de estudar em grupo, tomava pileques de samba em Berlim, o drinque da moda: cachaça com Coca-Cola. No grupo havia um mais responsável que, já tendo tentado aprovação em exames anteriores, procurava sem sucesso impor alguma ordem naquela bagunça. Eram cinco candidatos e, para surpresa de todos os, o único aprovado foi nosso piá da fronteira. Mas, como nada na vida é perfeito, não conseguira vaga na escola de Porto Alegre. Por isso ali estava agora ali, tresnoitado, naquela madrugada de março em que embarcaria para Fortaleza, capital do Ceará, localidade difusa na sua geografia pessoal, distante, naquele tempo, dois dias de vôo da capital dos pampas. Essa perspectiva é que lhe causava aquela sensação de insegurança: a distância e o fato de nunca haver viajado de avião já que nas idas e vindas de sua cidade, sempre usara o trem. Hoje, décadas depois, dessa madrugada o trem, aquele trem, é uma saudade teimosa encravada em sua lembrança, inexplicavelmente preterido pelo progresso, com suas antigas estações abandonadas em paradas e cidades decadentes. Foi-se com ele uma maneira civilizada de viajar tranquila e comodamente. Hoje, só se chega àquele rincão da fronteira oeste gaúcha de ônibus por uma estrada o mais das vezes esburacada e, como tal, perigosa. Acabaram-se as aprazíveis e românticas viagens da velha maria-fumaça quando os passageiros ainda tinham tempo para um convívio mais demorado onde tantas vezes se fizeram novas, e por vezes duráveis amizades...
... TCHAN, TCHAN, TCHAN! Aguardo sua opinião.

Coluna de Benhur Bortolotto, dia 29/08.

Lula tem algo que apela a um sentimento em mim que não sei bem qual é, mas que me faz sorrir; e um sorriso não é uma risada. Me causa sabe-se lá que tipo de ternura, enraizada num alívio fugaz, inocente, e, sejamos razoáveis, tolo. Não um alívio de esperança, que agencia uma vontade ou uma fé de mais e melhor, não este alívio futuro de bonanças vindouras, que já se sente quando se inicia um nem sempre irrefreável movimento de encontro. Lula me dá a impressão de consertar algo, não no presente, não para o futuro, mas no passado, algo que graças a sua imagem contextualizada da forma que a temos nos jornais, nos noticiários, não passa batido. É porque num país saqueado intelectualmente por fardas de ignorâncias deliberadas em que cintilavam méritos de valores e princípios e patriotismos e honras; num país em que os propósitos políticos veiculam a malandragem pretensamente elegante de escroques imortalizados por letras mal escritas e não muito bem lidas; em que a elite econômica espúria não precisou sequer construir lobbys porque construiu uma cultura de inveja e ganância com a qual faz orbitar à sua volta um cardume de interesseiros alienados que pescam com anzóis de promessas e fazem emergir como líderes, e são só os patifes ordinários de sempre; num pais que nos últimos anos construiu esse tipo de política, ser politicamente incorreto, pairando sobre isso tudo sem estar alheio às engrenagens desse mecanismo, e mais que isso, sendo peça fundamental nela, é a radicalização possível de toda ética torta que os estes e os aqueles das direitas e esquerdas alegam sonhar. Há uma honestidade brutal no "Sifu" de Lula, algo que achincalha os "Vossa Excelência" que precedem xingamentos inverossímeis e exaltações comedidas pelo decoro embrionário de senadores engravatados que se gabam de fortunas, jatinhos, morenas e vacas. O "Sifu", talvez inapropriado, soa natural, verdadeiro, ficamos diante de um homem se expressando de acordo com o próprio entendimento; despretensioso, quem sabe, até inebriado por uma crença de força e superioridade que por um momento lhe torne invulnerável a mais pretensão que a de ser o homem simples que preside a república sem estudos, sem etiqueta e sem berço. Se Fernando Henrique Cardoso foi um presidente arrojado, didático, paciente e cauteloso; cartesiano, e viu-se em meio a empresários e comerciantes de erudição fajuta que falam em Hegel sem saber o que dizem, e falam em fome sem saber o que arde e falam em justiça social, aí sim, sabendo muito bem o que custa, Lula chegou ao poder com uma revoada de nietzschianos inconseqüentes que falavam em ética sem responsabilidade e em administração sem experiência e em derrubar as elites estabelecidas - mas só para estabelecerem seu corporativismo perigoso e saqueador. E ambos parecem esperar mais ou menos a mesma coisa para o Brasil, cada qual com sua ingenuidade. Que ingenuidade não é coisa que se diga de um professor universitário que lecionou nas mais prestigiadas universidades do mundo, não é verdade: ou não teria sentado na cadeira do prefeito para aquela foto que lhe causou tanto desconforto, nem teria apostado na terceira via de Blair, na social democracia e na capacidade da sociedade brasileira de assumir responsabilidades que julgava perigosas de se atribuir ao mercado e já impossíveis de se confiar ao Estado; ou de um homem que atravessou escândalos com uma resiliência admirável, desfazendo-se do que lhe poderia carcomer a vitalidade eleitoral e construindo um projeto improvisado - talvez nem tanto - numa mulher competente e sobretudo leal, mas que acredita que é possível, salvando Sarney, garantir o apoio de um partido cujas pretensões estão borrifadas em núcleos tão diferentes, de peixes subversivos, ainda na órbita daquilo que almejam, mas tendo eles próprios motivado o circular de novas órbitas, que são como degraus menores para se atingir os objetivos da gente arrivista que anda por aí se digladiando por ilusões de poder, de espaço e de individualidade, tornando-se todos tão iguais que fariam qualquer espectador mais lúcido e compassivo ter pena. Lula, como FHC, difere-se disso, mas, ao proteger José Sarney, perde uma grande oportunidade de deixar claro que esse componente subversivo de sua personalidade é apenas subversão saudável, torna-se duvidoso, adquire, na sua ingenuidade, uma frieza calculista, e castra esse meu sorriso, que precisa contentar-se apenas com o símbolo infrutífero, mas que não é, pelo menos, indigesto. Talvez à noite, em sua cama, protegido da voz entusiasmada de cidadãos enlouquecidos, possa ouvir o medo, a dúvida, esquecer do que é de fato, e lhe caibam então as outras pretensões; assombre-lhe o pavor do dia em que o homem simples, neste país de improbabilidades sucedidas, novamente não seja nada. E, em segredo, diz-se a si mesmo: Há que enternecer, mas sem jamais perder a dureza.

Coluna de Priscila Alves de Almeida

De fraldas

Neste mês de setembro faço aniversário, mais precisamente, 25 anos. Quando tinha meus dez anos de idade, ficava pensando como eu seria quando completasse meus 25 anos. Imaginava como uma mulher poderosa, segura, inteligente, que saberia o que é ser gente grande e que lidaria bem com qualquer situação. No entanto, a menos de um mês para completar um quarto de século, percebo que não sei muito da vida e que tenho medo de um bocado de coisa e que tenho muitíssimo ainda a aprender sobre tudo.
Estava assistindo o filme “O Curioso caso de Benjamin Button”, e me chamou a atenção na parte em que Daisy está grávida de Benjamin e ele fica angustiado pelo fato de ser uma pessoa anormal, que ao invés de envelhecer, rejuvenesce, ou seja, nasce velho e morre bebê. Benjamin sabe que não poderá acompanhar a juventude de seu filho, já que ele será uma criança quando o filho for uma criança também. Diz a sua esposa que ela não merece cuidar de duas crianças ao mesmo tempo. Ao que a mesma responde algo como:
- Não se preocupe afinal somos todos, no fundo, crianças com fraldas.
Em uma entrevista realizada no início do ano pela Protec – Sociedade Brasileira Pró-Inovação Tecnológica, com a AEB - Associação de Comércio Exterior do Brasil, o presidente da AEB, José Augusto de Castro afirma que 65% do que o Brasil exporta são commodities e que a China exporta hoje 93% de produtos manufaturados, ou seja, ela tem uma política de exportação voltada para produtos de maior valor agregado. A Índia exporta cerca de 80% de produtos manufaturados.
Quanta gente não pensava que o Brasil, com seus mais de cinco séculos de trajetória, ainda seria um país com muitas características coloniais, exportando matéria-prima. “Quem exporta este tipo de produto não tem nenhum controle sobre o preço da mercadoria, nem sobre a quantidade que vai ser exportada. O preço das commodities é definido pelo mercado internacional, através de bolsa de mercadorias ou da lei da oferta e demanda. Ou seja, o Brasil é totalmente dependente do mercado externo”, diz Castro. E eu diria a ele sobre o nosso país:
- Não se preocupe afinal somos, no fundo, um país com fraldas.

Coluna Diálogo Interior, por Emílio Jacques.

Recordam o último texto? Na edição de nº. 56, (15/08), citei algumas interrogações que fazemos a nós mesmos. Deixemos lá, pois assim lembraremos, vez ou outra, que elas existem. Como diz o comercial da tv, “não são as respostas que movem o mundo, mas sim as perguntas.” É mais ou menos por aí, sem querer parafrasear. O fato é que quando achamos que sabemos todas as respostas, vem a vida e troca todas as perguntas.
Aqueles por quês são seus. Dependerá única e exclusivamente das suas ações cada resposta que chegar até você. Tudo interligado com situações que te propiciarão alguma espécie de aprendizado, desde que saiba “ver” por esse lado. Muitas coisas, frutos daquilo que você mesmo plantou, ou permitiu que fosse plantado, nesta dimensão ou em “outra”. Tanto faz, é assim que “acontece” nossa jornada.
É bem assim que levamos nossa vida. E para que mais depressa passe – pois afinal de contas, é uma perfeita droga, a julgar pelo modo como a maioria vive, encobrimos questões não resolvidas, tais como amor, ódio, receio, mágoa e perdão.
Sempre foi mais fácil e prático olhar a sujeira do quintal do vizinho. Outros elogiam (ou invejam) a bela grama da casa em frente, como que buscando uma explicação para a ausência dos pássaros no seu próprio jardim. Ora, a quem estamos tentando enganar? Que “raios” o outro me fez que eu não consigo parar de me preocupar com sua vida? Mesmo imóvel, sigo seus passos como se os meus já não mais existissem. Talvez, lá no fundo eu seja mesmo parecido com ele, carregando seus piores defeitos, também. As escolhas são suas, sempre. Ao seu alcance, você tem riquezas infinitas. Abra seus olhos e veja tudo o que há em você. Irão aparecer coisas boas que nem lembra mais, Alguns defeitos aparecerão, também. Aprenda com eles. Muitas pessoas vivem totalmente fechadas para um potencial tangível, existente dentro de cada um. Uma peça de ferro, quando imantada, levanta inúmeras vezes mais seu próprio peso. Porém, sem a magnetização, não erguerá uma agulha sequer. Assim somos. A menos que os motivos sejam as “broncas” do passado, é o péssimo hábito que temos, o de deixar que o julgamento superficial das coisas sirva de guia para o nosso “hoje”. Trate melhor, com mais amor e dignidade a sua própria vida. É o seu motivo maior. Um forte abraço.

Especial coluna O Estradeiro, por Waldir Bengivenga.

Reinstalada a Subcomissão dos caminhoneiros
A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa Gaúcha, atendendo requerimento do deputado Francisco Appio (PP), aprovou por unanimidade, dia 26/08, a reinstalação da Subcomissão dos Caminhoneiros que teve importante atuação nos anos 90 no combate ao crime organizado. Segundo Appio, o aumento nos casos de roubo de cargas, reforça a necessidade de atuação mais rigorosa do estado. O presidente da Comissão, deputado Dionísio Marcon, considerou uma vitória dos caminhoneiros o retorno dos trabalhos dessa Subcomissão. O deputado Marquinho Lang afirma que o caminhoneiro não pode ficar sem a proteção do Estado para poder realizar o seu trabalho. A primeira reunião da Subcomissão acontecerá na próxima semana. Fazem parte da mesma os deputados Alexandre Postal (PMDB), Marisa Formolo (PT) e Marquinho Lang (DEM).

Especial Coluna O Estradeiro, por Waldir Bengivenga.

Direitos à exploração de serviço de táxi
Atualmente,quando do falecimento de um taxista, o direito à exploração de serviço de táxi que ele detinha não pode ser transmitido aos seus herdeiros, o que muitas vezes deixa a família em situação difícil principalmente quando este profissional é o arrimo. Para resolver essa questão, o senador Expedito Júnior apresentou projeto de lei, cujo substitutivo da senadora Rosalba Ciarlini foi aprovado, dia 20/08, na Comissão de Serviços de Infra-estrutura. A matéria regulamenta a exploração de serviços de táxis, autorizando a transmissão da titularidade da permissão, e também sua locação, prevendo que, na hipótese do falecimento do titular, a titularidade fica para os herdeiros o que vem de certa forma trazer um pouco de tranquilidade. De acordo com o texto alternativo elaborado pela relatora, a exploração de serviço de táxi depende de autorização do poder público local, que será outorgada a qualquer interessado que satisfaça os requisitos legais, e lembra também, em seu relatório, que o serviço de táxi é regulado pelos municípios e pelo Distrito Federal.