Mostre-me um exemplo TRIBUNA DE URUGUAIANA: 08/15/15

15 de ago. de 2015

A torre (ou quem “bejô”, “bejô”)

Aterro 150714 032 fitas delirio finas

 A torre (ou quem “bejô”, “bejô”)

Ela me encarava e eu olhava pra ela. Me desafiava. Meio de banda. Esbarramo-nos cada uma das muitas vezes que cruzava a avenida. Depois do segundo recuo de bateria antes da Apoteose estava encravada do lado esquerdo e se projetava sobre a pista nove metros, setenta e cinco centímetros abaixo.
Desfile vem, desfile vai, ensaios técnicos também. Um dia, depois de alguns carnavais, comecei a engendrar uma estratégia para escalar a estrutura abusada. Foi engraçado porque o problema nunca foi o eu encontraria lá em cima. Tinha certeza que a proteção seria segura. Quem colocaria em risco a vida de fotógrafos e câmeras que passavam os carnavais empoleirados no alto da passarela suspensa?
Para subir tinha que ter fôlego.
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E3- ILUSTRADO - SABADO 15-08-2015
Edição Enock Cavalcanti
Diagramação Nei Ferraz Melo

Pixuleco, por Gabriel Novis Neves

Pixuleco
Engraçado que o nome pixuleco não faz jus à gravidade da investigação em curso na Petrobras.
Talvez, por lembrar pixote, adquira uma leveza que só a nossa variedade gramatical pode conseguir.
No entanto, pixulecos não são para pixotes, e sim, para gênios da arte de roubar.
Quem diria que uma brincadeira entre amigos sindicalistas, cujo esporte favorito era afanar milhões de reais dos cofres públicos para manter o poder conquistado através do voto, pudesse levar para a cadeia o capitão do time.
Graças à dedicação de jovens promotores da Procuradoria Federal do Paraná, com o apoio da Polícia Federal, em um trabalho discreto e de grande competência, o juiz Sérgio Moro tem demonstrado que este país mudou.
A lei tem de ser para todos. A impunidade passou a ser coisa do passado.
Do jeito que as investigações prosseguem não está distante o dia em que o grande feiticeiro irá conhecer as instalações do centro de ressocialização de Curitiba. 
O processo de exame dos delitos cometidos não tem retorno.
Todos nós imaginamos, ainda faltando muitos capítulos para o final dessa novela de horror, como será o desfecho da história - que está revelando crimes nunca antes desvendados neste país.
O mês de agosto tem uma tradição de fatalidade política, e esperamos que agora tenhamos um final esclarecedor, em que o estado democrático e de direito será preservado com a prisão dos principais responsáveis pela história do maior assalto aos cofres públicos da história.
O império da verdade e da justiça prevalecerá, recolocando este país no caminho do qual jamais deveria ter saído.
O pixuleco passará a ser mais uma curiosidade gramatical - tempos amargos. E, nunca mais, sinônimo de propina.
Essa é a esperança de todo o povo brasileiro.