Mostre-me um exemplo TRIBUNA DE URUGUAIANA: 01/11/16

11 de jan. de 2016

Satisfação garantida, por Valéria del Cueto

Iemanjá 151229 065.jpg pomba branca cabeça brinco brasilSatisfação garantida

Texto e fotos de Valéria del Cueto
Escrever? Se superar a cada texto simplesmente para agradar a sorumbática cronista encarcerada do outro lado do túnel? São questionamentos de rebordosa de Pluct, Plact, o extra terrestre gente boa.
Pedir, ela não pediu. Não está interessada nos últimos acontecimentos nem para serem elementos de enredo de novela mexicana. Mexicana não. Russa. Daquelas em que não há páginas suficientes para descrever o ambiente em que as peripécias da estória se desencadearão.
Se for pra começar por aí... 
Leia a continuação da crônica AQUI
Valéria del Cueto é jornalista, fotógrafa e gestora de carnaval. Crônica da série “Fábulas fabulosas” do Sem Fim...

Valores, por Gabriel Novis Neves

Valores
 Importantíssimo que todos os responsáveis pela educação infantil saibam diferenciar os valores apregoados pela sociedade, dos verdadeiros valores éticos. Estarão assim contribuindo para que a criança exerça a sua cidadania com atitudes íntegras e solidárias.
Como diz um velho adágio, “um indivíduo não nasce moral, torna-se moral”.
Os valores éticos, atualmente bastante desprezados, são os mais importantes para a formação de um adulto saudável, tanto na sua individualidade quanto na sociedade em que vive.
No mundo moderno, em que os pais cumprem tarefas rígidas de trabalho, o que tem se observado é a terceirização na educação dos filhos. Isso tem contribuído, e muito, para um total descompasso de ideias e comportamentos na fase adulta.
Pais e filhos se veem de repente como estranhos que coabitam num clima de total indiferença, movidos por valores absolutamente desencontrados.
Até os seis anos de idade, fase em que toda a personalidade é formada, todos os responsáveis pela orientação dos pequenos aprendizes, deveriam estar, tão somente, preocupados com o legado ético moral que querem deixar para eles.
No entanto, o que vemos são crianças assoberbadas por atividades como natação, cursos de inglês, de mandarim, de judô, de computação, tudo focado no seu sucesso financeiro futuro.
Dessa maneira, delas é roubado o melhor tempo da vida, o da infância, em que o ócio criativo é o grande responsável pelas nossas mais belas memórias.
O incentivo aos jogos eletrônicos é maciço e, inúmeros pais se vangloriam da facilidade com que seus filhos manuseiam precocemente máquinas digitais sofisticadas.
Ocorre que nessa fase deveriam estar sendo absorvidas, ou não, as noções de integridade, de solidariedade e de respeitabilidade com o próximo e consigo mesmo.
Inversamente, com o aumento da atividade produtiva da sociedade, pais, pouco ou nada presentes, procuram preencher os espaços de tempo de seus filhos cada vez mais, imaginando assim estarem contribuindo para uma boa educação.
Um papel que deveria ser cumprido pelas escolas, infelizmente não ocorre dado às más condições da educação em nosso país.
O resultado é o aumento de adolescentes desrespeitosos com os colegas, com os pais, com os professores, com os idosos, enfim, com a sociedade em que vivem.
Não há que se culpar os jovens por comportamentos com os quais não concordamos, mas, tão simplesmente, corrigir os erros de formação através de uma cultura educacional mais moderna e mais eficiente, dissociada do que nos impõem as diversas mídias que, logicamente, se mostram comprometidas com um sistema desumano que prioriza o ter e não o ser.

Comer bem, por Gabriel Novis Neves

Comer bem 
Dia desses fui jantar na casa de um jovem casal. Além da novidade, uma grande expectativa tomava conta do ambiente-surpresa. Esta ficou por conta do chefe da cozinha, um profissional liberal. 
Ele revelou-se um grande cozinheiro. Especializado em comida portuguesa. O bacalhau que nos foi servido foi de dar inveja a muitos experts da arte de comer bem. 
Nada de excessos. O suficiente para saber como cultivar o hábito de uma boa mesa para manter uma perfeita saúde. 
A gastronomia é arte e cultura, aliada ao prazer de uma higiênica e saudável refeição. 
Para completar o cenário, um belo ambiente com música “digestiva”, quase imperceptível aos ouvidos, como manda o bom tom, e uma conversa quase em sussurros. 
Pequenas porções de guloseimas eram substituídas por novas iguarias, impossível controlar a gula, mesmo de um bem comportado e discreto apreciador de “quitutes saborosos”. 
Duas taças de vinho acompanhadas do mesmo número de copos de água completavam a mesa do “pecado”. 
Sorvete de chocolate feito em casa e o infalível cafezinho com as duas gotinhas do “regime” encerraram o jantar, menos a conversa que continuou num ritmo sem fim. 
Sendo a primeira visita de encontro de gerações tão distantes, segui o protocolo do século XIX de conhecer a pequena casa com detalhes, ouvindo explicações feitas com orgulho pela jovem dona da casa. 
Gostei do que vi e escutei. Bom gosto e discrição em todos os ambientes. Tudo foi planejado para o lazer após um dia de trabalho. 
Mas, o principal, foi ter constatado que aquele ambiente familiar é dos mais propícios para uma boa educação para os filhos, pois as crianças adquirem os primeiros valores da vida em casa. 
Lá, todos trabalham, podendo fazer o que gostam sem importunar ou depender de ninguém para usufruírem das alegrias que o fruto do trabalho oferece. 
Como é bom ser independente e, com bom nível educacional e cultural, viver a vida que escolheu! Muitos acham, erroneamente, que só a riqueza produz a felicidade. 
A sensação de independência financeira para compromissos domésticos, principalmente, faz bem à nossa saúde e a do ambiente em que estamos inseridos, desde que possuamos esses mínimos pré-requisitos para uma vida honrada. 
Sou um forte candidato habilitado a ser bisavô. Espero que a educação para o trabalho e para o lazer continue para sempre regando os meus descendentes. 
É o caminho mais ético e digno para se acompanhar o ciclo vital. O mundo é redondo e dá voltas. Por isso mesmo, nos nossos bons momentos, não podemos nunca nos esquecer do dia de amanhã. 
Nosso lema é viver uma vida com dignidade, sem humilhação. Entenda-se humilhação uma subsistência dependente de outrem, por não terem sabido ou querido aproveitar todas as oportunidades que a vida  oferece. 
O pior é pensar que as pessoas escolhidas para essa “ajuda” têm essa obrigação. 
Retornei do jantar satisfeito e com a  impressão de que nem tudo está perdido nos nossos jovens. 
Está provada que a alavanca da ascensão social é a educação recebida em casa e aprimorada pelas instruções adquiridas na escola. 


Nada acontece por acaso. O talento é essencial, mas sem o trabalho ele se anula.