Mostre-me um exemplo TRIBUNA DE URUGUAIANA: janeiro 2016

31 de jan. de 2016

Frear, por Gabriel Novis Neves

Frear 
Estou pensando seriamente em frear um pouco as minhas atividades diárias, iniciando pelo ato de escrever. 
Um período de reflexão eu creio que seria útil para repensar sobre as misérias do nosso dia a dia. 
A política está cada vez pior com a deterioração das suas principais instituições. 
É tanta injustiça e desigualdade social, que a nossa população vive em estado permanente de perplexidade. 
A falta de pudor dos nossos governantes com a coisa pública está retirando da nossa gente a ilusão de dias melhores, assim como a autoestima e autoconfiança. 
As castas ainda existem em pleno século XXI em um país dito democrático e socialista. 
A insatisfação e a ausência de perspectivas estão afastando os jovens  dos estudos, fazendo-os procurar meios não éticos  para sobreviverem. 
Não é por acaso que o Brasil possui o maior contingente de população carcerária do mundo! O pior é que os nossos agentes públicos se orgulham de possuir uma polícia eficiente para conseguir esse recorde. 
O correto seria comemorar o esvaziamento dessas universidades do crime através de um grande esforço na área educacional, o melhor antídoto para a barbárie. 
Triste é notar que esses depósitos de gente são compostos, em sua maioria, por negros e pobres. 
Sendo o país da corrupção, nada mais estranho que esses dados para demonstrar que também somos o país da falta de oportunidades e da injustiça social. 
Escrever sobre esses assuntos que são notícias só mesmo para profissionais. 
Espero que, afastado por algum tempo, consiga fazer outra leitura da nossa sociedade e retornar oxigenado ao saudável e prazeroso hábito de socializar minhas preocupações com relação, especialmente, à ética, à educação, à saúde, às inovações tecnológicas, ao respeito às crianças e aos idosos. 
Vou tentar essas férias após a publicação diária de mais de dois mil artigos. 
Espero encontrar mais ética e menos demagogia por parte dos nossos governantes no trato das nossas necessidades básicas após esse período de descanso. 
Aos que me honraram com suas leituras, meu muito obrigado e até breve.

30 de jan. de 2016

Salgueiro 2016, fotos do ensaio técnico

Fotos do ensaio técnico no Sambódromo, Rio de Janeiro, Brasil, domingo, 24 de janeiro de 2016.
A escola é a segunda  agremiação a desfilar na noite de segunda-feira, dia 08 de fevereiro, no Grupo Especial do carnaval carioca de 2016
Informações sobre a  Gres Acadêmico do Salgueiro
ensaio fotográfico  é de Valéria del CuetoSalgueiro 2016, ensaio técnico
Agradecimentos à Riotur e Liesa
Para mais informações curta nossa página no facebook Carnevale di Rio

29 de jan. de 2016

Viradouro 2016, fotos do ensaio técnico por Valéria del Cueto

Viradouro 160124 094 Bateria Zé Paulo Sierra Apoteose

Viradouro 2016

Fotos do ensaio técnico no Sambódromo, Marques de Sapucaí,  Rio de Janeiro, Brasil, domingo, 24 de janeiro de 2016.

A escola é a quinta a desfilar na noite de sexta-feira, dia 05 de fevereiro, no Grupo de Acesso, no carnaval carioca de 2016
Informações sobre a  Gres Unidos do Viradouro
ensaio fotográfico  é de Valéria del Cueto
Viradouro 2016, ensaio técnico
Agradecimentos à Riotur e Liesa
Para mais informações curta nossa página no facebook Carnevale di Rio

Até Marina, por Gabriel Novis Neves

Até Marina
Finalmente Marina Silva saiu de cima do muro! Em entrevista à Rádio Gaúcha, a ex-senadora, ex-ministra e ex-candidata à Presidência da República, afirmou que Dilma “não tem mais liderança política no país nem maioria no Congresso”.
Não aprova o processo de impeachment que tramita na Câmara dos Deputados.
Diz que a responsabilidade pelas crises econômica e política cabe à Dilma e a Michel Temer, e defendeu o processo de cassação da chapa vitoriosa das eleições de 2014 via Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
“No meu entendimento, o melhor caminho para o Brasil é o processo de cassação da chapa vitoriosa das eleições com a comprovação que o dinheiro da corrupção foi usado para a campanha do vice e da presidente”, afirmou Marina Silva.
“Impeachment não é golpe, está previsto na Constituição, foi feito contra o Collor, foi pedido pelo PT várias vezes, e eles achavam que não era golpe”, comparou.
Marina disse que Dilma, na eleição presidencial de 2014, “não disse a verdade” sobre a nossa economia.
A fundadora da Rede falou que o discurso de Dilma em campanha agravou a situação do Brasil em 2015, no primeiro do mandato da petista.
“Se Dilma tivesse trabalhado com a verdade, assumiria que corríamos grandes riscos em relação aos inúmeros problemas que tivemos desde 2008”.
É engraçado porque, enquanto países do mundo correram atrás para resolver a crise, disseram aqui na terrinha que “era apenas uma marolinha, e chegaram a dar lição de moral até à Alemanha”.
“Diziam que, se eu ganhasse o governo não teria maioria no Congresso, e hoje a presidente não tem maioria”.
“Diziam que se eu ganhasse, eu iria tirar alimentos das pessoas pobres, e isso ocorre com a inflação que atinge a mesa dos trabalhadores”.
“Diziam que, se eu ganhasse, iria acabar com Pronatec e Prouni, e isso o governo está fazendo. As pessoas projetam em você o que vão fazer”, concluiu Marina Silva. 
Este artigo foi elaborado também com o Estadão.
Seu conteúdo mostra a situação grave que vivemos.

28 de jan. de 2016

Verdade, por Gabriel Novis Neves

Verdade
A nossa educação vai de mal a pior. Múltiplos fatores compõem esses ingredientes de atraso nacional. Seria estafante enumerá-los, sendo a maioria do conhecimento público.
Talvez, esse processo “maligno” tenha o seu início logo nos primeiros dias da vida extrauterina.
Embora, nessa idade a criança não possua ainda capacidade de entender, a falta da verdade nas relações pais e filhos, seja o início de toda essa tragédia humana.
Educadores modernos e mais esclarecidos recomendam que mesmo nesses primeiros dias, há necessidade dos pais conversarem com os seus filhos transmitindo todo seu amor, usando sempre a verdade. De tanto ouvir o certo, essa criança ao adquirir o seu poder cognitivo, dificilmente se surpreenderá ou traumatizará com aquilo que desde cedo se acostumou a ouvir. Como exemplo, poderei citar o caso das crianças adotadas. Seus pais não biológicos, apesar, de todo o amor dedicado a elas têm dificuldades em saber se dizem a verdade sobre a sua origem genética ou não.
Em que fase da vida dessa criança seria o momento ideal para a revelação?
Pesquisas apontam que muitos pais preferem esconder dos seus verdadeiros filhos não biológicos a sua correta identidade. Quando a criança fica sabendo sobre a sua verdade, o trauma é muito intenso. Outros deixam para o tal momento oportuno, que é inoportuníssimo quando adulto seu filho descobre que seus pais são mentirosos, numa hipócrita situação de protegê-los.
A criança tem que ouvir desde o seu nascimento que ela não saiu da barriga da mamãe, mas, é tão querida e amada como se fosse igual a maioria dos bebes.
A mania de esconder a verdade das crianças parece que faz parte da nossa cultura.
Em uma educação onde é descoberta pelos filhos a mentira, seus resultados são os mais desastrosos possíveis, criando a desconfiança e falta de amizade no relacionamento pais e filhos.
Quando as novelas de televisão em horário nobre há anos vêm martelando sobre adoção de crianças, onde fica nítido o preconceito que jamais deveria existir sobre o filho não biológico, já passou o momento de uma reflexão sobre esse assunto.
Os pais deveriam aprender a dizer sempre o sim aos seus filhos como início do diálogo.
A educação necessita urgentemente melhorar preparando a criança para a vida.
O início tem que ser em casa sem artifício da mentira incompatível com a educação. Só a verdade salvará as nossas crianças.

27 de jan. de 2016

31 de dezembro, por Gabriel Novis Neves

31 de dezembro 
De todos os dias do ano este é o mais envolvido em crenças, superstições e tradições. 
Para cumprir com todos os rituais que a nossa cultura nos impõe teríamos de seguir uma liturgia quase impossível de ser executada. 
A começar pelo vestuário: qual a cor da roupa a ser usada nesta noite para nos trazer saúde, paz, amor, dinheiro e muita felicidade no ano que está alvorecendo? Parece que o branco da paz e o amarelo da fortuna são os preferidos. 
E o tipo de comida para a ceia do Réveillon? Comer carne de animais que ciscam para trás, como a galinha, estão vetadas para os supersticiosos, pois atrasam a vida das pessoas.  
A carne de suínos, que é um animal que fuça pra frente, é a preferência nacional.  
Comer peixe na virada do ano também se tornou uma tradição, pois faz bem para a saúde e deixa o organismo mais leve – principalmente depois da comilança do Natal. O bacalhau emplaca o topo desta lista. Ostra e camarão têm os seus simbolismos: as ostras atraem coisas boas e camarão simboliza o riso fácil. 
Sementes de romã e de uva, em número de sete, têm de ser chupadas e seus caroços guardados na carteira de dinheiro até o próximo dia 31 de dezembro. A uva simboliza boa sorte e a romã dinheiro e bênçãos. 
Outro prato tradicional são as lentilhas, pois abrem caminho para a fortuna.  
As frutas são muito bem vindas como sobremesa. Uma grande bandeja com frutas frescas variadas, principalmente as amarelas e alaranjadas – segundo reza a crença elas lembram moedas de ouro e atrai dinheiro e sorte. E, de acordo com as tradições orientais, não podem faltar as tangerinas, que representam o sol, o grande doador da vida e da luz.  

As frutas secas ou cristalizadas, como figo, pêssego, ameixa, damasco e maçã, por exemplo, significam sorte e fartura para o próximo ano. 
A bebida, lógico, é o vinho espumante, ou champagne. O vinho é considerado sabedoria e vida. E, de preferência, servido em taças de cristal para purificar as energias espirituais. 
Lançar ao mar flores, sabonetes, perfumes ou qualquer outro presente para Iemanjá na virada do ano faz com que os nossos problemas sejam levados para o fundo do mar. 
E por que devemos pular sete ondas? Segundo os gregos, o mar tem poder espiritual para renovar nossas energias. Sete é um numero espiritual. Pulando sete ondas você invoca iemanjá, e ela que dará forças para vencer as dificuldades do ano que se inicia. 
Passar o ano em ambiente fechado ou aberto? Orando ou dançando? Em casa, clube ou molhando os pés nas águas salgadas ou tomando banho de cachoeira? 
Entrar o ano pisando com pé direito ou não? Brindar com champanhe ou água natural? Com música, fogos, abraços e beijos, ou simplesmente dormindo? 
Essa crueldade cultural que herdamos dos nossos antepassados nos traz, muitas vezes, preocupações desnecessárias.  
Seria tão mais simples crermos somente que o primeiro dia de janeiro é dia de esperança.   
Neste dia celebramos o Dia Mundial da Paz e a festa da Santa Mãe de Deus. E, nada além dos cumprimentos e desejos de felicidades aos amigos e parentes, deveria ser o ritual a seguir.  
Crenças, superstições e tradições. Por eles o primeiro de janeiro de cada ano é marcado. Tudo voltado para a busca da riqueza, prosperidade e paz. 
Confesso que cumpro alguns desses rituais. Mas, não para buscar riqueza ou prosperidade. Faço minhas mandingas em busca da paz.  
A paz que devemos buscar insistentemente, todos os dias do ano. Principalmente a paz conosco mesmo. Entendo que nenhum ser possa ser feliz se estiver mal consigo mesmo.  
No entanto, nada conseguimos sozinhos. É necessário que estejamos receptivos para podermos receber toda a ajuda possível. Ajuda, principalmente, do Alto. 

26 de jan. de 2016

Traseira de caminhão, por Gabriel Novis Neves

Traseira de caminhão
Navegando dia desses pela Internet abri um site que relacionava várias frases de para-choque de caminhão.
A maioria delas é puro humor, mas têm também as religiosas, as reflexivas e as românticas. Dizem que elas representam a filosofia e maneira de ser do brasileiro – que leva na brincadeira todas as suas desventuras.
Três delas me chamaram a atenção: “Dinheiro não traz felicidade: manda buscar”, “A felicidade não é um destino aonde chegamos, mas sim, uma maneira de viajar.” “Alguns causam felicidade em todo lugar que vão, outros em toda hora que partem”.
A palavra felicidade está no topo da cabeça de todo nós. A filosofia, desde sempre, investiga e se propõe a achar uma fórmula para o alcance da felicidade.
Tales de Mileto - que viveu entre 7 a.C. e 6 a.C. - nos traz a mais antiga referência sobre a felicidade. Para este filósofo “ser feliz é ter corpo forte e são, boa sorte e alma formada”.
No mundo contemporâneo a investigação sobre o que nos traz felicidade ainda permanece.
O filósofo paranaense Sérgio Cortella aborda em suas conferências, de forma simples e educativa, este tema.
Assisti a um curto vídeo do seu pensamento sobre felicidade partindo de conceitos antigos que demonstra que a felicidade não é uma simples fórmula onde a felicidade é igual realidade menos expectativa.
Há pessoas que acham que a felicidade é a posse contínua de bens materiais. A verdade é que ela vem do essencial, como a amizade, lealdade, amor, dedicação, carinho e tantos outros valores imateriais.
Procuramos, prossegue o mestre, achar a felicidade no secundário, quando precisamos de autenticidade. A posse de bens não é essencial para encontrá-la. Nunca confundir com dinheiro, que é fundamental, e não, essencial.
Precisamos de coisas simples para ser feliz, que é um ato transitório, momentâneo - não é um estado permanente.
Aquela felicidade artificial adquirida por meio de fármacos ou outras drogas é ilusória e só faz mal à saúde das pessoas.
Temos de ter esperanças e procurar a felicidade diariamente. Ela não cai em nosso colo.
Como é difícil explicar o que é a felicidade!
“Quem busca a felicidade fora de si é como um caracol que caminha em busca da sua casa”. Constâncio C. Vigil, escritor uruguaio.


25 de jan. de 2016

Estupro, por Gabriel Novis Neves

Estupro 
A violência contra a mulher é um problema cultural e vem afligindo a humanidade através dos séculos.
A grande repressão sexual, exacerbada a partir do século V até o século XV, reafirmou no inconsciente coletivo a mulher como coisa, nunca levando em conta os seus próprios desejos. Isso porque, desde a pré-história, e depois passando pelos gregos e romanos, as sociedades eram predominantemente hedonistas, colocando o prazer como mote prioritário de vida.
Com a queda do império romano e o advento do cristianismo, inicia-se um ciclo de ausência absoluta de individualidade e luta contra as tentações.
Amar, só a Deus. A teoria do pecado original foi maciçamente difundida.
A partir do século XII, com o renascimento, aparece o amor cortês, sempre exaltando os prazeres do espírito em detrimento aos prazeres da carne. A verdadeira mulher amada deveria ser inatingível ao toque e apenas venerada como uma deusa. Apenas aí, o amor já se cogita como recíproco.
Os últimos três séculos foram impregnados por todos esses conceitos arcaicos, que faziam do sexo algo abominável. Até os dias de hoje, homens e mulheres ainda sofrem muito com seus medos, culpas e frustrações.
Até 1950, a virgindade ainda era um valor. Apenas entre 1960 e 1980, a verdadeira revolução sexual foi exercida, já que a pílula anticoncepcional estava presente e ainda não havia o HIV.
A partir do século XX, com o aparecimento dos grandes movimentos feministas e as grandes mudanças econômicas mundiais, a mulher consegue entrar definitivamente no mercado de trabalho em todos os setores e inicia assim o seu processo de “descoisificação”.
Entretanto, os estigmas de tantos séculos de opressão, não são assim removidos tão facilmente quanto gostaríamos.
Por outro lado, a mulher, despreparada para essa nova situação, começou a confundir liberdade com libertinagem, extrapolando comportamentos agressivos, tidos como masculinos, nunca antes exercidos e, principalmente, para os quais os homens não estavam programados.
Paralelamente, o mercado de consumo, ávido de novos lucros, jogou na sociedade a propaganda de um erotismo exagerado e a tudo vinculado. Nem as crianças escaparam desse projeto, sendo desde muito cedo estimuladas por suas mães a se tornarem miniadultas, através de roupas e comportamentos inadequados para a idade.
Agregado a tudo isso, a divulgação maciça de músicas com letras e coreografias sempre um forte apelo sexual.
Seios e bundas siliconadas, graças a esse grande mercado erótico, são oferecidos abertamente a preços módicos e suaves prestações mensais, servindo de desejo a mentes mais desavisadas, principalmente as jovens.
A indústria pornográfica já é a terceira maior em crescimento no mundo.
A violência familiar, exacerbada pelas drogas, legais e ilegais, só faz crescer. Campanhas de descriminalização progressivas e sérias, como as que vêm sendo feitas pelos países mais desenvolvidos, não conseguem se sobrepor aos interesses de pequenas minorias que obtém grandes lucros com esse mercado.
Diante de todo esse quadro, no mínimo propício, não é de se admirar que os instintos animalescos, escamoteados pelas leis sociais, estejam recrudescendo com tanta intensidade e frequência. A violência e os casos de estupro, em todas as partes do mundo, têm aumentado, e muito. Países superdesenvolvidos como, por exemplo, a Inglaterra, já mostram níveis assustadores desses casos, apesar das altas penas infringidas aos infratores.
Aprendemos desde muito cedo que onças não devem ser cutucadas com vara curta e sempre que a sociedade se torna muito permissiva, a barbárie começa a imperar.
Já vimos isso inúmeras vezes na história e sabemos os resultados desastrosos que daí advém.
Os conceitos de amor não são imutáveis e o histórico da humanidade está aí para nos comprovar isso.
A nossa vida sexual afetiva está sempre condicionada a atuações do inconsciente cultural e social. 

24 de jan. de 2016

Brigas de casal, por Gabriel Novis Neves

Brigas de casal 
Certamente, muito mais relativas à instituição do casamento do que propriamente aos cônjuges, acontecem, com tanta frequência, as brigas de casais. 
Pessoas oriundas de culturas diferentes, com diferentes condicionamentos de vida e de valores são, de repente, jogadas numa convivência diária e promíscua. 
O que anteriormente justificava a razão para esse entrosamento, conhecida romanticamente como amor, logo se transforma num pesado fardo para ambos que, imediatamente, tratam de  viver em função de um bem maior, a organização e manutenção da família. Isso nos é ensinado desde sempre, e se torna um dos pilares da sociedade em que vivemos. 
Jamais fomos consultados se este é o estilo de vida que mais nos agrada. Assim as nossas escolhas afetivas vão sendo sufocadas pela vida afora, sem mais nem por que. 
Não é de se estranhar que essa verdadeira prisão emocional, na maioria das vezes emoldurada por comportamentos hipócritas de ambas as partes, traga inúmeros problemas de convivência, inclusive para a prole formada nesse núcleo familiar. 
A tendência é sempre culpar as pessoas, esquecendo-se assim de que o grande vilão é o tipo de organização que impõe a anulação  de um dos cônjuges, ou de ambos, quando se instala  o estado de anestesia familiar. 
Assim são empurrados inúmeros casamentos, algumas vezes até considerados muito felizes pela moral vigente. 
Mecanismos de prosperidade econômica, na grande maioria das vezes,  ajudam, e muito, na manutenção da muleta mútua. 
Nas classes mais abastadas os jovens andam conseguindo soluções criativas - quer vivendo em casas separadas, quer conseguindo manter a  relativa privacidade de cada um, ainda que num mesmo apartamento. 
Como as pessoas são absolutamente únicas, fica muito difícil que, pelo menos, nos primeiros anos de convivência, que são os mais complicados, não surjam as chamadas incompatibilidades. 
Fundamental, a meu ver, seria que cada  um pudesse manter ao máximo a sua individualidade e os seus gostos, desfrutando juntos apenas os momentos prazerosos   verdadeiros. 
Aquela repetida frase “só vou se você for”, logo se transforma numa grande causa de angústias e dissabores.
A independência, em todos os seus aspectos, talvez seja  uma das grandes aliadas dos raros casamentos felizes. 
A natureza, com a sua premência de perpetuação da espécie, impede que uniões fossem muito mais tranquilas se já feitas na maturidade. 
Ao que tudo indica, na juventude, as grandes causas de discordância são a financeira, a diferente visão na criação dos filhos e a terrível sensação de posse que gera o grande destruidor, o ciúme. 
Com o passar dos anos a liberdade afetiva, que tanto  aflige a humanidade, já não tem tanta importância, uma vez que experiências  várias foram vividas na sua plenitude. 
Impressionante como a segurança é diretamente proporcional ao número de anos vividos. Somos agraciados com um processo  de doação mais fácil e nos tornamos menos exigentes e menos possessivos. 
Aprendemos a amar no outro, não só as suas qualidades, mas também os seus defeitos. 
Dialogar sempre é o melhor remédio, e vem ajudando, e muito, as relações entre os casais, fato inusitado  nas gerações passadas. 
Como dizia o nosso querido sociólogo Betinho: “As modificações no mundo não correm, andam”. 

23 de jan. de 2016

Sedução explícita, por Gabriel Novis Neves

Sedução explícita
O sexo feminino é condicionado a se utilizar da arte da sedução dos oito aos oitenta anos, ao contrário do que acontece com os animais, onde o macho é sempre o grande sedutor, inclusive, mais bem dotado de apetrechos para essa finalidade, tais como a beleza e habilidades para o canto e para a dança.
Observar na natureza esses rituais que precedem a conquista da fêmea é um espetáculo de rara beleza, principalmente para moradores de cidades do interior que podem se dar a esse luxo em virtude da convivência mais próxima com os bichos, coisa dificilmente vivenciada pelos habitantes de grandes cidades.
Desde a mais tenra idade, meninas já se comportam num clima constante de exibição, quer no colégio quer no ambiente familiar, e isso é enaltecido pela sociedade. Todos sabem como elas são sempre muito mais glamorosas com os pais do que com as mães. Isso é absolutamente normal, desde que bem conduzido pelos progenitores, responsáveis pelos devidos distanciamentos visando uma boa educação afetiva sexual futura.
Na adolescência, com o desencadear do tsunami hormonal, a sexualidade passa a ser vivida de uma maneira que possa ser eleitos os verdadeiros objetos de desejo de uma maneira intensa e saudável.
Daí em diante, pela vida afora, serão colhidos os frutos de uma vida sexual afetiva prazerosa e, que mesmo com altos e baixos, cumprirá o seu papel no psiquismo de cada um.
Com o passar dos anos a indústria da beleza e da estética resolveu investir pesado também no sexo masculino, e já percebemos, com força, o comportamento de grande parte dos homens do nosso século, comumente chamados de metrossexuais.
São homens extremamente preocupados com a sua estética, totalmente submissos à ditadura da beleza, exatamente como a maior parte das mulheres.
Tudo isso foi se firmando graças a um excelente trabalho de marketing que vem sendo desenvolvido pela poderosa indústria da estética desde os finais do século passado e, principalmente, nos dias atuais.
A grande gama de novos cremes ditos miraculosos, xampus, perfumes e toda sorte de adereços apregoados pela indústria da moda como sedutores, vêm fascinando homens e mulheres e, portanto, cumprindo a sua finalidade precípua, que é gerar altos lucros.
Lá se foi o tempo em que as pessoas eram avaliadas mais em função do seu caráter, da sua inteligência, da sua integridade do que pelo seu aspecto de beleza e elegância.
Tal como as mulheres, os homens se pavoneiam e competem entre si na busca de corpos esculturais, a qualquer preço. As academias estão aí para que isso seja constatado.
As mulheres, já acostumadas através dos séculos às mais diversas formas de dominação, pouco se ressentiram dessa nova ditadura da beleza e da magreza. Lamentável que isso tenha acontecido justo no momento em que elas tinham acabado de fazer a maior revolução do século, a sexual e, portanto, tinham se livrado dos grilhões que as mantiveram submissas por tantos séculos.
O fato é que nesse jogo hedonista todos perdem. Hipertrofiados que ficam em função de uma sedução que sempre se mostra pequena em função das metas a serem alcançadas.
Nessa perspectiva, crescem o narcisismo e o desinteresse por valores reais, únicos responsáveis  por uma vida vazia  e caldo favorável  para o aparecimento dos estados depressivos.
A prática narcísica é sempre incompatível com as trocas afetivas, uma vez que quem não sai de si não consegue se entregar ao outro de uma maneira saudável.
Sedução é entrega, e essa só acontece quando nos despojamos do artificial e mergulhamos nos nossos instintos.
Com a chegada da menopausa e da andropausa, inúmeras pessoas começam a apresentar quadros de depressão profunda, geralmente motivadas pela possibilidade de perda da sedução.
Entretanto, estudos modernos vêm provando que o cérebro é o grande desencadeador de uma sexualidade duradoura, e o seu bom funcionamento vem propiciando cada vez mais velhices alegres e prazerosas. 

22 de jan. de 2016

Jogos de azar, por Gabriel Novis Neves

Jogos de azar 
Sou totalmente favorável ao projeto do senador por Mato Grosso Blairo Maggi que autoriza a abertura de até trinta e cinco cassinos no país. 
Irei reproduzir parcialmente o que disse o senador ao Jornal O Globo do Rio de Janeiro. 
“Por mais proibidos que eles sejam, os jogos acontecem hoje. Têm cassinos clandestinos, e acaba sempre tendo, por mais que haja fiscalização”. Blairo Maggi, relator do projeto de legislação de jogos no Senado. 
Segundo Maggi, o Brasil é um dos poucos países que não têm essa atividade liberada. 
Para ele, as pessoas são “esclarecidas” e a autorização da exploração não vai gerar uma “corrida” da população às casas de jogos. 
“É mais uma atividade”, disse. 
“O governo não tem restrição a esse projeto. E tem interesse nessa arrecadação de vinte bilhões de reais”, diz o líder do governo no Senado. 
O projeto é bastante minucioso com relação a sua localização e estrutura como hotel, local para reuniões e eventos, restaurantes, bares e centros de compras. 
Segundo a proposta, o cassino poderá ocupar até dez por cento da área construída do complexo. 
O credenciamento para explorar cassinos se dará pelo período de trinta anos, de acordo com o texto do Blairo Maggi. 
Há rígidos critérios para selecionar o empreendimento.  O governo deve usar como requisitos principais de seleção o valor do investimento para a implantação de lazer, da mão de obra local, o número de empregos a serem criados, entre outros fatores. 
O projeto cria uma Contribuição Social, cuja arrecadação deve ser integralmente destinada à Seguridade Social. 
Entre aumentar impostos e criar novas fontes de recursos, em minha opinião, o projeto é válido, disse Blairo Maggi à imprensa.

21 de jan. de 2016

Sociopatas? por Gabriel Novis Neves

Sociopatas?
Curioso saber através das mídias como estão se comportando no sistema penal essas figuras ricas e famosas presas na Operação Lava Jato. 
Realmente, a capacidade de adaptação do ser humano é algo digno de estudo. 
Sim, porque não estamos falando de bandidos comuns que passam a vida nesse entra e sai do submundo. 
Estamos falando de pessoas cultas, sofisticadas e que, dado o grande poder aquisitivo, jamais poderiam imaginar tamanha rebordosa em suas vidas.  
Nosso país até então era conhecido como o paraíso da impunidade. 
Como explicar comportamentos de superação em que essas pessoas, mesmo em celas mínimas, continuam com a sua rotina de exercícios matinais, dietas conservadas, bom equilíbrio emocional? 
Não esquecer que todas elas levavam vidas milionárias, cercadas de todos os requintes de luxo, com tudo que a sociedade de consumo tem a oferecer aos poderosos. 
O que me fascina é essa tremenda capacidade interna que todos temos e que só se manifesta em situações muito adversas. 
Segundo a imprensa, o maior empreiteiro brasileiro, dono de uma fortuna avantajada, preso há mais ou menos seis meses na Operação Lava Jato, apresenta excelente estado físico e mental, dividindo sua pequena cela com dois outros colegas de infortúnio.
Consta que trocam entre si informações, livros, alimentação trazida diariamente pelos advogados dos mesmos, material para a rotina fitness do dia e, quem sabe, principalmente, o consolo mútuo pela falta de liberdade, a meu ver, o maior entrave para a continuidade do funcionamento de um bom sistema nervoso. 
Com todo esse mar de lama que assola a política, e literalmente o país, seria interessante fazer um estudo neurocientífico desses personagens que, distantes de todos os seus privilégios, ainda encontram forças para seguimento de suas rotinas, mesmo com ameaça de longos anos de reclusão. 
Confesso ser desmedida a minha curiosidade quanto a esses “novos bandidos tão corajosos, não só para infringir as leis, mas também no enfrentamento das consequências daí advindas”. 
Serão eles todos sociopatas ou apenas pessoas que se julgavam acima do bem e do mal na terrinha das impunidades? 
A psiquiatria está perdendo nesse momento um farto material para estudo.

20 de jan. de 2016

Eles tinham razão, por Valéria del Cueto

Ipanema 160113 029 Ipanema Dois Irmãos VidigalEles tinham razão

Texto e fotos de Valéria del Cueto
Ziggy Stardust partiu e eu, Pluct Plact, o extraterrestre desavisado, fiquei!
Como assim perdi o bonde? Estou pedindo, implorando, firmando, desejando, almejando uma via de escape desse vasto e incompreensível mundo e quem vai dessa pra uma muito melhor é o disfarce perfeito de David Bowie do parceiro e conhecido de outras empreitadas intergalácticas?
Aqui, como lá, vão-se os melhores e a naba, como eu, permanece.
A mão que um dia enxugou uma lágrima é a mesma que poderá ser afagada num momento de carência. Não fosse por isso ia dar uma olhadela no roteiro desenvolvido pelo Camaleão para preparar sua partida.
Valéria del Cueto é jornalista, fotógrafa e gestora de carnaval. Crônica da série “Fábulas Fabulosas” do Sem Fim...

O ato de sofrer, por Gabriel Novis Neves


O ato de sofrer 
Somos condicionados por inumeráveis regras sociais e religiosas a acreditar que o ato de sofrer é uma consequência imediata do ato de viver. 
Muitas vezes, os sofrimentos físicos e os emocionais se confundem, impedindo a sua separação. 
Estudos médicos recentes vêm cada dia mais atribuindo doenças ao efeito deletério de algumas enzimas produzidas pelo nosso organismo durante estados de ansiedade, de crises depressivas e de períodos de estresse prolongados. 
Nessas circunstâncias fabricamos as chamadas catecolaminas, além do cortisol fabricado pelas glândulas suprarrenais, ambos extremamente prejudiciais ao nosso viver. 
Ao contrário, pessoas otimistas, possuidoras de uma atitude positiva diante da vida, liberam as chamadas endorfinas, que funcionam com verdadeiras pílulas do prazer. 
Sempre que nos desmotivamos da vida, temos uma queda do tônus cortical, e, dessa forma, ficamos mais suscetíveis a todos os tipos de enfermidade. 
Vírus e bactérias com as quais convivemos normalmente tornam-se agressivas quando isso acontece. 
Atualmente, doenças degenerativas, inclusive o câncer e as doenças autoimunes, já são, na maioria das vezes, consideradas decorrências de distúrbios emocionais graves. 
Pessoas mais saudáveis são sempre portadoras de um bom sistema nervoso que não seja submetido a grandes ambivalências. 
Desde muito cedo somos condicionados, paulatinamente, a responder a todos os reflexos que nos são impostos, sejam eles patológicos ou não. 
Como as sociedades, de um modo geral, são regidas por regras incompatíveis com os nossos instintos básicos animais, com o tempo vamos tornando-nos mais ou menos reprimidos e doentes, tudo dependendo do caldo cultural repressor onde fomos criados. 
Isso se reflete mais tarde, já na fase adulta, em dificuldades orgânicas básicas, seja na ingestão abusiva de alimentos, seja nos distúrbios da evacuação, da micção e, principalmente, nas graves disfunções sexuais, tão comuns na prática médica. 
Crianças são submetidas desde muito cedo a tarefas para as quais elas não estão preparadas impedindo, dessa forma, o ócio criativo, fundamental ao seu pleno desenvolvimento. 
Não são respeitadas as leis da natureza que permitem que os filhotes se desenvolvam lentamente sem o acúmulo de tarefas que lhe são impostas sucessivamente, tais como: aulas de natação, de música, de judô, idiomas, enfim, a total castração da criança em termos fisiológicos. 
Impedimos dessa maneira que as nossas crianças vivam a idade do descompromisso que, na maioria das vezes, nem na velhice é conseguida. 
Quando se percebe, desponta aquele adolescente revoltado, agressivo, subvertendo todos os conceitos arcaicos que lhe foram impostos pela hipocrisia social. 
Resultado: incompreensão dos pais que, ingenuamente se julgam injustiçados, pois tentaram “fazer o melhor”. 
Isso vai sendo passado de geração a geração, já que papos honestos e verdadeiros sobre todos os temas nunca são discutidos nos meios familiares e, muito menos, nos escolares. 
O sistema sinaliza para que todos os bens sucedidos devam ser preparados para “o ter”, e não, para “o ser”. 
Nessa armadilha se esvai a felicidade, pelo simples fato de se formarem adultos hipócritas e reprimidos e que não conseguem compactuar emoções. 
De tudo isso, só se conclui que “o sofrer” está muito ligado ao aprendizado de cada um. Quanto mais reprimido o indivíduo, maior a qualidade e a intensidade do seu sofrimento. 
Reconheço que para nós médicos, é bem mais fácil lidar com essas filigranas emocionais, razão pela qual, até bem pouco tempo, antes da sociedade de consumo, médicos, e terapeutas eram bem mais valorizados. 
Com a pressa do mundo atual, trocamos todos esses valores pelo imediatismo das relações em todos os níveis, infelizmente. 
Triste imaginar que tantas pessoas que conviveram toda uma vida são meros desconhecidos, sem a real intimidade que deve ser fundamental ao amor. 
Na mentira e na hipocrisia não se chega a lugar algum. Transformamos-nos num bando de almas penadas, cada dia mais solitário, ainda que acompanhadas... 

18 de jan. de 2016

Dinheiro pouco - cinismo muito, por Gabriel Novis Neves

Dinheiro pouco – cinismo muito 
Não sei o que mais tem afligido a população brasileira: se a escassez do dinheiro e dos negócios ou o cinismo político reinante. 
Todo o poder se comporta como se estivéssemos na Ilha da Fantasia. 
A simples troca de cadeiras entre os ministros é comemorada com se tivesse sido descoberto o salvador da pátria. 
O governo se coloca numa linha de conforto quando suas convicções, mesmo que tidas como inapropriadas para o momento atual, são compartilhadas por todos os seus subordinados. 
Ideias de outras correntes de pensamento não são bem-vindas e geram conflitos ainda mais insolúveis. 
Esqueceram apenas de comunicar à classe dirigente que a desconfiança política instalou-se para ficar, já que a mentira e a omissão dos fatos tem sido a tônica da forma de governo. 
As máximas democráticas falam que todo poder emana do povo e em seu nome deverá ser exercido. 
Os governos estaduais, já em absoluta falência, começam a não honrar os seus compromissos básicos, tais como, pagamento de funcionalismo e manutenção básica dos serviços de saúde, como está acontecendo no Estado do Rio de Janeiro. 
Penso que a vaidade dos nossos governantes está pondo em risco a estabilidade social, já que não consegue se declarar incompetente para gerir um país da dimensão do Brasil. 
Seria prudente não confiar muito nessa fama de povo ordeiro e despertar para esse verdadeiro caldo de cultura de terror que, tal qual uma panela de pressão, só faz crescer. 
Ainda é tempo de fazer as reformas profundas em todo esse sistema político partidário obsoleto vigente, antes que essa população deprimida, porém revoltada e esfomeada, resolva fazer justiça com as próprias mãos. 
Quem avisa, amigo é.

17 de jan. de 2016

Tratado, por Gabriel Novis Neves

Tratado
Logo que foi divulgado o Tratado Transpacífico fiquei indignado com relação à posição do Brasil, optando por não pertencer ao grupo  do qual fazem parte Canadá, Estados Unidos, México, Peru e Chile, no continente americano.  
Como a moeda tem duas caras, estou lendo que “esse acordo regulará, por exemplo, o comércio de remédios, permitindo a expansão dos monopólios de medicamentos patenteados, o que acabaria com os genéricos”. 
Aquilo que parecia ser o maior acordo de comércio e investimento regional da história, não é o que parece. 
Esse tratado para o “livre comércio”, na verdade,  é um acordo para administrar as relações comerciais e os investimentos dos seus membros em nome dos grupos de pressão empresariais mais poderosos de cada país. Tática, aliás, muito usadas pelo sistema. 
É evidente que o Tratado Transpacífico não tem nada a ver com o “livre comércio”. 
Ainda fazem parte desse tratado, o Japão, Vietnam, Brunei, Nova Zelândia, Singapura, Malásia e Austrália. 
A Nova Zelândia ameaçou se retirar do acordo pela maneira como o Canadá e os Estados Unidos querem controlar o comércio de produtos lácteos. 
A Austrália não está contente com a forma que os Estados Unidos e o México pretendem regular o comércio de açúcar. 
Por sua vez os Estados Unidos não concordam com a forma estabelecida para o comércio de arroz com o Japão.
Esses desencontros comerciais são apenas a ponta do iceberg de um problema muito mais profundo que com um simples tratado poderá ser resolvido. 
Na verdade, o que parece estar ocorrendo é a imposição de uma agenda contra o “livre comércio”, ampliando assim os direitos da propriedade intelectual das grandes companhias farmacêuticas. 
Ao que tudo indica essas companhias, às vezes, por tempo indefinido, teriam a expansão dos seus monopólios sobre os medicamentos patenteados.  
“A exclusão de medicamentos genéricos mais baratos ainda proíbe que os concorrentes “biossimilares” lancem novos medicamentos durante anos”. 
Devido ao sigilo que envolve as negociações do Tratado, não deve surpreender a ninguém que os acordos internacionais dos Estados Unidos regulem o comércio em vez de liberá-lo. 
Isto costuma acontecer quando o processo de decisão sobre políticas públicas se torna exclusivo aos interesses empresariais e restritos aos representantes eleitos pelo povo no congresso dos países de economia preponderante. 
Olho vivo pessoal! Como dizia um falecido cronista social brasileiro, "cavalo não desce escada”.

Cartão de Natal, por Gabriel Novis Neves

Cartão de Natal 
Há poucos anos o Cartão de Natal impresso era um dos símbolos mais fortes do Natal e Ano Novo.
Com a evolução acelerada da tecnologia, principalmente da informática, o velho e querido cartão de papel está com seus dias contados.
Hoje as redes sociais estão tomando tranquilamente seu lugar. Dentre elas: Facebook, Instagram, WhatsApp, Linkedin, YouTube e Twitter.
Os brasileiros, assim como o resto da população mundial, participam ativamente dessa imensa comunidade social virtual.
Elas são as responsáveis pela mudança de comportamento das pessoas, e nem poderia deixar de ser. É o progresso.
No nosso dia a dia as redes sociais estão presentes com toda força, isto é fato. E com isso surgiu a nova maneira de se cumprimentar os amigos e parentes pelo Natal e Ano Novo. Vai-se embora o velho e entra o novo.
Mas, como era gostoso receber de amigos distantes cartões de natal com a sua mensagem escrita de próprio punho! Até mesmo de vizinhos recebíamos o pequeno e singelo brinde!
Com a globalização estamos todos conectados, e de todas as partes do planeta Terra, e em linguagem própria, recebemos os afagos. 
Recebi poucos cartões tradicionais este ano, sendo que o primeiro sempre vem dos meus queridos compadres Noemi e Sávinho. Ela é uma competente professora universitária em Brasília. Ele é escritor e cronista.
Ideologicamente se recusaram a ficar escravo da máquina, e são superantenados sem o uso dessa ferramenta.
Em compensação, o meu celular não para de fazer aquele barulhinho indicando novas mensagens de final do ano.
Tenho receio de que em breve teremos pouca coisa impressa para ler. Até livros famosos da literatura nacional e internacional estão à disposição na Internet. Filme também se assiste em casa, assim como ouvir música.
Muitos acham a Internet invasiva, lesionando a intimidade das pessoas e sua tranquilidade.
Porém, o mundo moderno caminha a passos apressados. As novas conquistas, muitas vezes, são inimagináveis para os idosos.
Para quem trouxe para Cuiabá o primeiro computador e o implantou na nossa UFMT, tudo que acontece é um sonho.
Era uma máquina IBM 11.30 da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro, doação do equipamento ainda em pleno uso acadêmico.
Tivemos de construir um prédio especial para alojar aquela relíquia de equipamento.
Jamais pensei que passados mais de trinta anos um pequeno computador, com muito mais resolução e eficiência, pudesse ser transportado no bolso de uma camisa.
Vitória da tecnologia e recordações de uma linda história da UFMT!

15 de jan. de 2016

Natal das crianças, por Gabriel Novis Neves

Natal das crianças 
Fui a um Natal de crianças e durante o meu tempo de permanência na festa fiquei observando a alegria dos pequenos. 
Um pirulito embrulhado com papel transparente foi o sucesso da noite. 
Transformaram-no em carrinhos, enquanto envelopados, desfilando pelo chão do salão, demonstrando uma felicidade transmitida pelos seus brilhantes olhinhos. 
Os presentes caríssimos e sofisticados em caixas volumosas, mais para agradar aos seus pais, não lhes interessavam. 
As idades desses pequerruchos variavam de um a quatro anos de idade. Dançavam, um tentando imitar o outro, numa demonstração de alegria sem fim, pouco importando a presença de adultos. 
Muitos não sabiam ainda se comunicar com a fala, mas se entendiam perfeitamente por mímica, sem o mínimo de inibição. 
Deitavam e rolavam pelo chão do salão sorrindo e falando e, em nenhum momento presenciei tédio ou cansaço.  
Briga ou discussão entre eles, nem pensar. Os mais novinhos atentos para aprender as brincadeiras. 
Como são felizes as crianças inocentes! Para elas tudo se resume a diversão e lazer, onde as barreiras sociais não existem. 
Fazem o que lhes dão satisfação. 
Tão diferente dos adultos que, na sua imensa maioria, mesmo em festa natalina, não deixaram de utilizar o seu celular para enviar mensagens. 
Teclaram a noite toda! Tão distantes das brincadeiras não programadas e ensaiadas das crianças que acabaram de se conhecer. 
Como era bom ser criança, em que os valores do consumismo ainda não tinham nos contaminado! 
O adulto incorpora valores materiais, achando ser este o caminho da felicidade. Quando percebem o erro, o tempo já passou e só resta o sofrimento. 
Alguns suportáveis, outros necessários a ajuda médica especializada. 
“Nunca ninguém conseguirá ir ao fundo de um riso de uma criança”. Victor Hugo, escritor francês.