Mostre-me um exemplo TRIBUNA DE URUGUAIANA: 09/01/09

1 de set. de 2009

Sperb transfere posto em setembro

O tenente-coronel Paulo Henrique Gonçalves Sperb será transferido para o Comando Regional de Policiamento de Área de Fronteira, em Santana do Livramento. Conforme Sperb, a transmissão de cargo, ao major Arlindo Filadelfo Alves de Araújo Rego, acontecerá na última semana de setembro. Sperb alerta, que a população deve semear e cultivar a instalação do Comando Regional de Batalhões de Área de Fronteira em Uruguaiana, esquecendo da dependência com Santana do Livramento. A autonomia administrativa e funcional proporcionará nova etapa da segurança pública no município.

Primeiro a desistir foi o segundo grupo

As Escolas de Samba do Segundo Grupo (filiadas a LIESU), por meio de seus presidentes, informaram a Comissão de Carnaval, nomeada pela Prefeitura, no Decreto 137/2009, que após verificação da planilha de distribuição dos valores para o Carnaval 2010, R$ 33 mil (trinta e três mil reais), considerados irrisórios para colocar a escola na avenida e, após reunião com a Liga das Escolas, decidiram não desfilar em 2010. Firmaram o documento a Toca do Lobo, União da Vila, Império Zona Sul, Acadêmico do Negrão, Unidos da Mangueira, Apoteose do Samba e Mocidade Independente da Vila Júlia.
O presidente da LIESU, empresário Jair Rodrigues, insiste que a planta a ser utilizada no Carnaval do próximo ano deverá ser a mesma de 2009. Segundo Rodrigues, apenas 1/3 da ocupação do “arquibancadão”, com 1,5 mil lugares, foi comercializado e, agora, querem três módulos na Avenida em 2010, um contrasenso.
Alerta, o presidente Jair, que além de todas as escolas de samba do Grupo II desistirem, há também entidades do Grupo Especial que aguardam por um acordo entre a Liga e a Prefeitura, fórmula que vem dando certo há duas décadas, para definir se desfilarão ou não, concluiu.

Dudu - lustra o futuro entre graxa e mandados

Uruguaiana, muitas vezes, se alimenta ao reviver ou recordar o passado.

O jovem Eduardo Soares, 29 anos, engraxate desde 1980, está seguindo o mesmo caminho. Nos últimos dias, “Dudu”, instalou uma cadeira de engraxate – na avenida Duque de Caxias, em frente a Farmácia São João, coração da cidade.

Empolgado, o embelezador de sapatos, como os amigos o denominam, diz que engraxa, em média, 20 pares por dia. Além, dos chamados pelo tele-graxa. A receita que ronda os R$ 40,00 sustenta a esposa e as duas filhas de Dudu que tem dois sonhos: em curto prazo comprar o material de acabamento para a casa que construiu no bairro São Miguel e, em médio prazo, montar uma engraxataria ao melhor estilo “A Borboleta”, que pertenceu e fez história com Sadi Gomes. Porém, Dudu não é um engraxate comum, de gravata, entre um cliente e outro, é free-lancer de contínuo – pagando contas, trocando cheques e realizando entregas. A atividade, que começou a desempenhar aos 10 anos, complementa o rendimento mensal da família.

Coluna Contos dos Cantos da Gente, por Valéria Surreaux.

O livro

Carlinhos andava há tempos meio que se engraçando pra os lado da Catarina e ela, se dando conta, quando via o cavalo apontar na porteira corria para fora do rancho, com as pernas amorenadas expostas nos panos de chita do vestido. Ele apeava, tirando o chapéu com os olhos de raposa:
- Bons dias!
- Bons dias, ela respondia mordendo o canto da boca.
- Seu Juventino anda por aí?
- Paiêêê!!! Gritava, sem tirar o olho do olho dele.
Quando Juventino chegava, Carlinhos puxava uma prosa sem pé nem cabeça, entregava uns recados inventados e voltava uns dias depois pra beira da barragem onde ficava a volante do aguador.
- Que tanto tu andas pra os lados da barragem do lindeiro, Carlinhos?
- É pena seu Marcos, pena mesmo, ando com dó da filha do Juventino , tá passando até fome a bichinha! Andam atacando até nos quero-quero, que já chegou essa prosa aqui pelo galpão. Diz que o lindeiro não libera nada. Manda que eles se virem que água tem a vontade e cochila as traíras. Mas o senhor sabe como é que é: Comer sempre a mesma coisa revolta um cristão!
- Se sei, se sei....
E lá ia Carlinhos de novo, dessa vez disposto a puxar algum assunto com a guria e presenteá-la com um saco de bolacha. Apeou, tirou o chapéu e ficou ali, parado, olhando pra cara safada de Catarina.
- Não vai perguntar pelo pai?
- Não, quero perguntar uma coisa pra ti mesmo.
- Pergunta então.
- Tu é casada ou é mulher assim no más?
- Sou mulher. Assim... no más.
- Virge Santa, sorte a minha então.
- Então... disse ela.
E assim começou o romance. Pediu a mão da moça para o Juventino, mas disse que casamento só pro ano que era pra se amasiar mesmo e o pai, diante da situação, despachou a guria carregando uma trouxa de trapos, um rádio de pilha, um espelho e uma panela de ferro. Mas isso foi há muitos anos. Catarina agora andava de carne frouxa com as ganachas caindo, o côgo soltando e furiosa como o diabo. Ameaçou várias vezes a separação, mas dessa vez parecia que era pra sempre.
- Seu Marcos, to me pondo meio nervoso, acho que dessa vez a louca se vai, pega o brete mesmo. Levantou com as tralhas: os avios de mate, a televisão de plasta que me obrigou a comprar e que tô pagando até hoje, o desmanchador.
- Desmanchador?
- É, aquele aparelho barulhento que nunca consegui dizer o nome que se bota fruta dentro e desmancha tudo.
- Ah.
- Vou ficar só com as bombachas, patrão. Mulherzita mal agradecida e ladrona, filha duma égua, com seu perdão, seu Marcos.
- Carlinhoooooooo!!
- Que foi Catarina?
- Cadê o livro que eu vou levar também?
- Vê só seu Marcos, a louca nem sabe ler e quer levantar com meu único livro.
- E que livro é esse? Tu mal sabe acolherar as letras do teu próprio nome e nem sabia que tu eras de te interessar por essas frescuras.
- Não me interesso mesmo. Tô brabo só pelo desaforo. O livro é velho e louco de chato, nunca comecei a ler, mas já vi por cima que tem muito povo e quase nenhuma história.
- Que nome tem esse livro?
- Se não me engano é Listra Tenefrônica Estradal.

Novos Tempos, por Jussara Aymone.

Lembro da alegria que ficava na minha infância quando meus pais anunciavam a viagem para Porto Alegre.
Hospedávamo-nos no Hotel La Porta, na esquina da rua da Praia com Uruguai. Ainda sinto na boca o sabor gostoso do café com leite e pão com manteiga, servidos de manhã pela camareira no quarto.
Depois me debruçava na sacada para ver o movimento da rua da Praia e sua magia. Mulheres bem vestidas e homens de terno caminhavam, olhavam as vitrines e muitos compravam. As lojas mais “chics” da cidade ali estavam como Sloper, Lyra, Krae, Louro, Americanas, Relojoaria Masson, Livraria do Globo, Alfaiataria Aliança, Pernambucanas, Bazar Bromberg e Galeria Chaves.
Em frente ao Hotel tinha as Americanas, cheia de novidades que encantavam quem era do interior. Esperava ansiosa pela hora de andar nas escadas rolantes e ainda lembro o brilho de meus olhos na banana “split” servida em sua sorveteria.
Era a rua onde faziam o “footing”, encontros, passeios na saída da escola. Havia também a esquina dos politizados que discutiam na rua da Praia com Borges de Medeiros, e ali erguiam um palco para manifestações e levantavam sua bandeira. Até hoje é chamada de “Esquina Democrática”.
Mais adiante, encontrávamos a Livraria do Globo que era também uma editora e os livros eram distribuídos em vários andares, por categoria, onde visitávamos de elevador. No final, a Livraria ficou reduzida ao térreo com entrada pela rua da Praia onde tinha sofás com muita gente escolhendo e lendo livros. E se estendia até a Praça XV com papelarias especiais para estudantes e escritórios.
A Galeria Chaves, com sua imponência, lembra os palácios renascentistas e tinha lojas de roupas de marca, de música erudita e instrumentos musicais. Havia um fotógrafo que tinha seu laboratório na Galeria que costumava bater fotos dos que passavam ali na frente.
A Relojoaria Masson vendia o que havia de melhor em jóias, ótica, relógios, prataria, cristais e objetos de decoração e seu grande relógio exterior era a marca de hora certa.
O Bazar Bromberg tinha louças, enfeites, prataria, cristais e muita novidade para presentear e enfeitar o lar num prédio lindo com estilo “art nouveaux”.
Lembro também de um restaurante moderno perto da Praça da Alfândega, com o nome Ryan e se comia sentado em banquinhos altos e não era servido por garçons e meu pai não gostava e preferia ir ao Espaquetelândia da Borges.
Agora tudo foi substituído, a rua continua importante, pois é o centro de muitos escritórios e consultórios, as lojas se tornaram mais práticas, voltadas para o consumo atual como lojas de R$ 1,99, de eletrodomésticos e roupas baratas. Os camelôs invadem as calçadas no fim de tarde tentando vender seus produtos e bijuterias artesanais.
As Americanas continuam ali, mas atualizada com produtos de fácil venda e loja na internet também.
Senti um choque quando me dirigi a Livraria do Globo e encontrei uma sapataria fazendo ofertas de estação. Onde antes tinha A Masson tem agora uma loja de departamentos chamada Casas Bahia, a antiga Bromberg foi dividida em várias lojas,restaurantes e cafés.
Encontrei a cidade toda gradeada com sinais de temor pela violência e cuidados com os novos tempos.

Uruguaiana tem Barriga Verde

Hoje, dia 1º. de setembro, às 9h, os proprietários da Loja Barriga Verde, Paulo Ricardo e Rutiane Saavedra inauguraram a filial de Uruguaiana, localizado no Passeio Público Luiz Campana, o popular Calçadão. A loja é destinada ao público infantil, masculino e feminino. A Barriga Verde tem 61 lojas em 10 estados brasileiros.

Uruguaiana, sem Administração e sem Direito

A direção da PUCRS, por meio de Ana Baseggio, anunciou que a partir de 2010 não haverá mais vestibular aos Cursos de Direito e Administração de Empresas em Uru-guaiana. Segundo a assessoria de imprensa, estudos demonstraram a inviabilidade da manutenção das duas carreiras no Campus local. Os 290 estudantes de Direito e 180 de Administração serão diplomados com o padrão PUCRS - para o posterior fechamento. Estima-se que haja em Uruguaiana dois mil advogados e bacharéis.
* O Tribuna, em primeira mão, noticiou a venda do Campus na edição 16 de 26/09/08 e a venda oficial na edição 20, de 24/10/08.

Seleção – apenas um contratado para cada grupo de 45 entrevistados

Os uruguaianenses, como a maioria dos brasileiros, contam com a melhor mão de obra não qualificada do mundo, e o esforço nunca é proporcional ao preparo. A conclusão é da gestora de recursos humanos, Simone Araújo, da empresa paulista da região de Santa Cruz do Rio Pardo, Personal RH, que há nove anos garimpa, no Brasil, funcionários para os mais diversos segmentos profissionais. Segundo Simone, em Uruguaiana, durante dois turnos de oito horas, foram entrevistadas 320 pessoas, que formaram filas em frente ao Hotel em que ficou hospedada, na avenida Presidente Vargas chamando a atenção de curiosos e demais interessados em uma colocação no mercado. O banco de currículos foi formado, porém, pelas condições dos candidatos, não mais de 3% dos ouvidos serão empregados, salienta a especialista em RH. Um terço do continente buscava, sem experiência alguma, o primeiro emprego, não importando muito a área de atuação que deveria ou poderia assumir. A maior parte dos desempregados era composta por pessoas sem especialização e que gostariam de atuar nos “serviços gerais”, ou os considerados serviços braçais, mercado em visível retração em Uru-guaiana, salienta Simone. As vagas existentes são para empresas ligadas ao benefício do arroz (cerealistas) que mantém matriz em SP e unidades na fronteira, incluindo Uruguaiana. Como a instalação prevê cozinha industrial, setor de limpeza, manutenção e operação de máquinas, alguns deverão ser aproveitados e a maioria seguindo a rotina de buscar fora do município chances de ocupação como a recente colheita de maças em Vacaria ou atividades semelhantes em Caxias do Sul ou na Grande Porto Alegre.

Prefeitura e ACIU firmaram convênio, dando adeus a Liesu

Segunda-feira, dia 31/08, às 11h, no Salão Nobre do Palácio Rio Branco, o prefeito de Uruguaiana, José Francisco Sanchotene Felice, e o engenheiro Luiz Carlos Beheregaray, representando a ACIU - Associação Comercial e Industrial de Uruguaiana, firmaram acordo de recíproca colaboração, que entre si firmam o Município de Uruguaiana e a ACIU, a fim de comercializar os ingressos do carnaval que ocorrerá nos dias 3,4 e 5 de março de 2010 e outras providências correlatas. Assinaram como testemunhas os senhores Luiz Augusto Schneider e Vinícius Dela Pace. Eis a íntegra do acordo firmado:

O MUNICÍPIO DE URUGUAIANA, pessoa jurídica de direito público interno, CNPJ nº 88.131.164/0001-07, com sede na Rua XV de Novembro, nº 1.882, Bairro Centro, Uruguaiana, neste ato representado pelo Prefeito Municipal JOSÉ FRANCISCO SANCHOTENE FELICE, brasileiro, casado, doravante denominado MUNICÍPIO e, de outro lado, ASSOCIAÇÃO COMERCIAL E INDUSTRIAL DE URUGUAIANA – ACIU – pessoa jurídica de direito privado, CNPJ nº 89384895/0001-19, com sede na Rua XV de Novembro, nº 2.167, Bairro Centro, Uruguaiana/RS, neste ato representada pelo Secretário Executivo Senhor LUIZ CARLOS BEHEREGARAY, brasileiro, casado, doravante denominada ASSOCIAÇÃO, por meio deste firmam acordo, nos termos do art. 96, inciso XXV da Lei Orgânica Municipal, conforme cláusulas que seguem:

CLÁUSULA 1ª. O acordo tem por objeto o credenciamento da ASSOCIAÇÃO para, com exclusividade, comercializar os ingressos do carnaval 2010 e atividades correlatas, o que fará em caráter solidário à Comunidade, sem qualquer tipo de compensação pecuniária.

§1º A ASSOCIAÇÃO deverá abrir conta corrente em banco público na cidade de Uruguaiana;

§2º O valor auferido com a venda dos ingressos serão repassados integralmente às Escolas de Samba credenciadas para o carnaval 2010, que também abrirão conta corrente no mesmo banco na cidade de Uruguaiana, na qual serão creditados os valores estabelecidos pela comissão de carnaval e seu conselho consultivo, conforme Decreto Municipal nº 139/2009;
§3º Os ingressos serão comercializados em sala do Prédio Central da prefeitura Municipal de Uruguaiana, local público onde ficarão disponíveis o mapa da avenida, informações complementares e mecanismos de controle, que possibilitarão as reservas dos lugares em camarotes e arquibancadas;

§4º O MUNICÍPIO, mensalmente, a partir da assinatura do presente, fará publicar em jornal de circulação municipal balancete dos valores auferidos e dos valores repassados às escolas de samba credenciadas para o carnaval 2010;

§5º A ASSOCIAÇÃO entregará prestação de contas parciais ao MUNICÍPIO nos dias 01/10/2009, 01/11/2009; 01/12/2009; 02/01/2010; 01/02/2010 e 25/02/2010, as quais serão publicadas na imprensa local;

§6º A ASSOCIAÇÃO fará prestação de contas final ao MUNICÍPIO, no prazo de até 60 (sessenta) dias após o término do carnaval 2010.

CLAUSULA 2ª A ASSOCIAÇÃO poderá fazer a comercialização do uso de imagem, bem como receber patrocínios e doações para o carnaval 2010.

§1º Os valores auferidos nos termos do caput deste artigo deverão ser repassados as escolas de samba credenciadas para o carnaval 2010, bem como poderão ser utilizados, no limite de até 30% do total, para pagamento de despesas de organização do carnaval 2010.

CLÁUSULA 3ª O presente acordo poderá ser rescindido pelas partes, a qualquer momento, bastando apenas a prévia notificação formal com prazo mínimo de 30 (trinta) dias.

CLAUSULA 4ª A não apresentação da prestação de contas, ou a sua desaprovação, ensejará penalidade de multa e ressarcimento e impedirá a ASSOCIAÇÃO manter relações institucionais com o Executivo Municipal.

CLÁUSULA 5ª O Acordo terá prazo de vigência até 31 de junho do ano de 2010, momento em que expirará de pleno direito.

CLAUSULA 6ª O MUNICÍPIO providenciará a publicação do presente acordo em sua íntegra.

E por estarem de acordo subscrevem este instrumento, em 04 (duas) vias de igual teor e forma.

Uruguaiana, em 31 de agosto de 2009.

Verão temporão provoca incêndio em Libres

Desde o início da noite, os bombeiros voluntários de Paso de los Libres - AR - lutam para debelar incêndio que inrrompeu nos campos nativos periféricos à vizinha cidade correntina. As chamas podem ser vistas de Uruguaiana. A fumaça ofusca a visibilidade de motoristas que transitam em rutas e rodovias próximas a área que arde.