Mostre-me um exemplo TRIBUNA DE URUGUAIANA: 2019

19 de dez. de 2019

Tinha que ser? - crônica de Valéria del Cueto

Tinha que ser?

Texto  e foto de Valéria del Cueto

Saindo mais uma. Da ponta dos dedos ávidos para riscarem o caderninho com a BIC dourada que ainda guarda resquícios de seu sotaque francês.

Foi de lá que ela veio e se pergunta como, com tantos assuntos em pauta, a autora do Sem Fim tem tempo para ficar fazendo a árvore genealógica de uma simples e humilde (dourada, tudo bem) caneta.
Me apresso a explicar que sou fiel aos meus apegos e valorizo quem me acompanha e não me deixa na mão. Cultivo amizades com quem escreve, a BIC dourada, e com quem recebe e acolhe as palavras, os caderninhos. Desses, diga-se de passagem, falo sempre. Especialmente ao me despedir amorosamente dos que, preenchidos, estão a caminho da estante das memórias.  Narradas nas crônicas que, confesso, já perdi a conta.

Gosto de coisas novas. Mas me apego a cangas, tênis, óculos e biquinis. Alguns objetos com que, por força do uso, adquiro intimidade. Tento honrar meus companheiros de jornada nos dias bons e nos não tão felizes.

Quer saber? Melhor falar deles do que tentar analisar os acontecimentos.

Queria começar a semana sem precisar registar quem, do alto de sua sabedoria e especialização na realidade pedagógica e educacional do Brasil (sim, o país daquela educação que está na lanterna dos indicadores de excelência... do mundo!), promove o fim da TV Escola e chama Paulo Freire de “energúmeno”.

Com essa bola passando rente a rede só resta enterrar, sem direito a bloqueio, levando ao ponto inquestionável. Que exemplo nos dá com os resultados alcançados por sua prole erudita?

Também adoraria deixar passar o papelão da comitiva ambiental oficial na COP 25. Vergonha perde só para o “êxito” da estratégia do ministro que bagunça o coreto, atrapalha a cúpula, pede dinheiro sem dar garantias e sai do encontro sem um centavo furado. Não foi pior porque o país se fez representar por lideranças e instituições historicamente reconhecidas por atuações relevantes no contexto mundial das mudanças climáticas.

De protagonistas do processo passamos a lanterninhas mequetrefes e mentirosos no quesito ambiental enquanto quase batemos as mil praias atingidas pelo óleo que avança rumo ao sul pelo litoral brasileiro. Apresentamos ao mundo a liberação para a plantação de cana e produção de etanol no pantanal na bacia do alto Paraguai e... na Amazônia! Entre outras proezas.

Enquanto isso, representantes de Mato Grosso acompanham a agonia política de um fenômeno eleitoral encurralado por seus comprovados crimes eleitorais.

E tinha que ser, para nos matar de vergonha, mulher!

Demora tanto para que uma representante do sexo frágil consiga despontar no cenário federal político mato-grossense... Quando aparece já faz logo um strike de burradas (para ser boazinha e maternal é que classifico os crimes da juíza aposentada de forma tão amena). Afinal, os sinais eram claros já ao primeiro ato: jogar a responsabilidade de sua inabilidade política nas costas de uma sequência de marqueteiros que passaram por sua meteórica e atribulada ascensão eleitoral.

Tenho sérias restrições a quem não assume e se responsabiliza por seus atos. Sabe aquele tipo de gente que sempre acha que a culpa é dos outros, capaz de encontrar as justificativas mais estapafúrdias para seus erros e defeitos?

Isso depois de arvorar para si um codinome “de saias”. Foi tanto tempo disparando regras e preconceitos e sendo aplaudida pela plateia deslumbrada que faltou o essencial: estudar e cumprir a lei!

Condenada por unanimidade em Mato Grosso, no upgrade para o STF achou que virar sua metralhadora giratória para a corte e pedir carona na capa do Super Homem poderia poupa-la do cadafalso. Não deu. Tomou um vareio incontestável e perdeu o mandato. Depois, para ficar mais feio e fechar com chave de ouro o conjunto patético da obra, o baú foi fechado com um “áudio juramento” com direito a palavras de baixo calão. E por que não?

Quer saber? Tem o que merece quanto a punição criminal no âmbito da justiça eleitoral. Mas ainda falta. E se a justiça existe, será obrigada a ressarcir os cofres públicos do meu, do seu, dos nossos impostos, pela eleição invalidada.

O próximo passo é coloca-la no panteão inglório como única senadora eleita por Mato Grosso caçada por justíssimas causas.

Tinha que ser uma mulher?

*Valéria del Cueto é jornalista, fotógrafa e gestora de carnaval. Da série “Arpoador”, do SEM   FIM…  delcueto.wordpress.com

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10 de dez. de 2019

Mais dia, menos dias - crônica de Valéria del Cueto

Mais dia, menos dias

Texto e foto de Valéria del Cueto

Já que (re)começaram as crônicas fico na função de tentar manter o embalo. Aproveito as frestas de dias de sol que surgem entre as nuvens pesadas das chuvas que, volta e meia, despencam por aqui.

Andamos assim nesse início de dezembro e quem disser que está estranhando é por mero desconhecimento básico de causa. Dezembro sempre começa com chuvas e trovoadas.

É Iansã para uns, Santa Bárbara para outros, dizendo a que veio. Dia 4 foi dia do orixá dos raios e trovoadas. Logo amenizadas pela vinda de Oxum, ou Nossa Senhora da Conceição no Rio de Janeiro (Iemanjá em alguns lugares do nordeste) saudadas e reverenciadas no 8 de dezembro.

As diferenças do sincretismo afro-brasileiro, Oxum e/ou Iemanjá, são fáceis de explicar. Assim como lá São Jorge é Oxóssi e aqui é Ogum. No Rio Oxóssi é São Sebastião, padroeiro da nossa sofrida cidade maravilhosa. Pelo sim, pelo não, sejam quais orixás correspondam aos santos da igreja católica, os ventos, chuvas, raios, trovões e tempestades correspondem ao fim da primavera e início de verão.

No momento, os ecos no entorno são dos felizes alunos que chegam ao fim de mais um ano letivo ou conseguem passar nos exames escolares. Uma deliciosa comemoração ainda em princípio de ciclo. Por isso, pouco notada nos espaços que frequento.

A minha praia ainda está viável nesses dias de muitos planos e expectativas de final de ano. Ainda é possível circular tranquilamente pelas areias do Arpoador e Ipanema.

O que mais se ouve por aqui são conversas em espanhol. Mais de duplas ou grupos de amigos do que de famílias. As férias ainda não chegaram. Lembra? O que mais se vê por aqui são as garrafas térmicas, cuias e bombas. O básico do preparo necessário para os adeptos do chimarrão e do tereré.

Essa é uma das melhores épocas para circular pelo Rio e eles descobriram isso...

Aquele momento em que a cidade se anima e se prepara para receber os visitantes. Antes de ficar entupida na semana do Réveillon.

Até o Natal a gente sobrevive, é mais festa local, em família. Sentida especialmente pelos engarrafamentos na Lagoa Rodrigo de Freitas provocados pela “Árvore de Natal” esse ano com a tag #brilhario.

Mas daí pra frente é um Deus nos acuda! Depois vem as crônicas da perplexidade. Quando parece que não caberá tanta gente assim em nosso cobiçado paraíso do caos urbano.

Paraíso até por ali, diga-se de passagem. Porque, lamentavelmente, o Rio não está nos seus melhores dias. Não dá pra ignorar esse fato e só falar maravilhas de um lugar que não anda tão maravilhoso como poderia e deveria.

Ao menos para quem olha a cidade de dentro. Do asfalto e do morro e não da roda gigante climatizada, a “novidade” que engana os trouxas e desavisados mas, como boa peneira que é, não dá para tapar o sol dos desmontes de nossos equipamentos culturais, a ameaça de fechamento do Museus de Arte do Rio, o MAR, a demissão dos responsáveis pela Cidade das Artes, o fim melancólico e gradativo das Lonas Culturais espalhadas pelos subúrbios cariocas, do Imperator...

O enfraquecimento de nossa rede cultural é tanto que o réveillon da Orla de Copacabana (onde rodas míticas dos terreiros de umbanda e candomblé deram origem a festa da virada, conhecida no mundo inteiro), apresentará ao mundo nessa virada de ano um palco de música gospel. Algo está mudando. Para pior.

Mas, como diz o samba da Mangueira, atual campeã do Grupo Especial do Carnaval do Rio de Janeiro, “A ESPERANÇA BRILHA MAIS NA ESCURIDÃO”. E, se nossa voz se fizer ouvida, “A verdade vos fará (mais uma vez) livres”. Mais dia, menos dias...

*Valéria del Cueto é jornalista, fotógrafa e gestora de carnaval. Da série “Arpoador”, do SEM   FIM…  delcueto.wordpress.com


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7 de dez. de 2019

Mangueira 2020 Alcione batiza a Velha Guarda


Mangueira 2020 Alcione batiza a Velha Guarda

Mangueira se prepara para o carnaval 2020 em meio a atividades que revitalizam e reforçam os laços da escola de samba com a comunidade e suas raízes.

Entre outras atrações a noite de sábado, 30 de novembro de 2019, teve a cantora Alcione batizando a Velha Guarda da escola, eliminatória do concurso de sambas de terreiro e a visita de Juliette Binoche, a atriz francesa que passeava pelo Rio. Tudo, claro, na batida da Bateria da Mangueira.

Clique AQUI  para acessar o álbum fotográfico Mangueira carnaval 2020 ensaio de quadra
Mang EnVG 191130 002 Bateria bolo José Campos 70 anos

Samba de terreiro

No Palácio do Samba, a quadra da Mangueira, a noite foi aberta com a primeira eliminatória do concurso de sambas de terreiro. Ela antecedeu o ensaio tradicional da verde e rosa. 15 sambas concorreram e 5 foram selecionados para prosseguirem na competição que terá mais duas eliminatórias nos próximos ensaios.

Esquenta

As apresentações da noite mangueirense foram abertas com o esquenta da Bateria em meio as comemorações dos 70 anos do diretor e mestre dos instrumentos, José Campos.

Batismo

Alcione protagonizou um dos momentos emocionantes da noite participando do batismo da Velha Guarda da Mangueira durante as apresentações dos segmentos da comunidade. A cantora foi escolhida madrinha da tradicional ala verde e rosa.

Como não poderia deixar de ser, a animação continuou com as apresentações das passistas, baianas e alas da comunidade e do 2 casal de mestre-sala e porta-bandeira Débora de Almeida e Renan Oliveira.


Bateria encerra a festa verde e rosa


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4 de dez. de 2019

Ser e estar, crônica de Valéria del Cueto

Ser e estar

Texto, foto e vídeos de Valéria del Cueto
Faz um tempo que não passo por aqui.
Andei cansada de correr atrás do que contar e, para quebrar a escrita, dei uma pausa na escrevinhação...
Não foi a falta de assunto que causou a lacuna. Foi o excesso.
A capacidade de filtrar os acontecimentos se exauriu, aliada a rapidez com que o fato realmente importa e deixar se interessar, atropelado por novos acontecimentos.
Os poucos dias, ou horas, entre escrever e publicar viraram séculos na atualidade e no interesse sobre qualquer coisa.
Quando estava indo, (após estabelecer um raciocínio, construir um argumento e desenrolá-lo num texto), o assunto já tinha voltado, não sem antes desandar mexido no panelão que afogou o Don Ratão das cruéis e devastadoras redes sociais.
Assim ninguém vai casar com a Dona Baratinha...


Para retomar o fio do exercício literário semanal é necessário agarrar a ponta da corda que ancora as crônicas do “Sem Fim” que desenrolo há tanto tempo.
É hora de firmar para encarar ao caderninho, mesmo que pouco usado e ainda estranho às voltas que minha imaginação costuma dar. Cada troca de volume é um amigo que não se perde, que vai para a prateleira das lembranças e memórias. Leva um tempo para se acostumar, mais um pouco para se acomodar e, aí, já é quase hora de partir para outro companheiro.
E não adianta fazer como agora, mudando o rumo da prosa. Tem que ser objetivo para manter o prumo!
Recuperar o espaço físico ajuda. O horizonte infinito do mar que circunda as minhas pontas do Leme e do Arpoador, quase ilhas, que me acolhem, aconchegam e dão asas para voar.
Firmar no tempo, a tarde lânguida de uma sexta-feira de primavera. Como no princípio, meio e fim de uma quase aventura.
Depois de fazer um dos exercícios prediletos, caminhar pela areia fofa, até a parte de trás das batatas das pernas parecerem queimar, procurar um lugar. O lugar.
Tentar, sem sucesso, uma aproximação para o mergulho que garantiria o tom lindo o bronzeado, porque a água está estupidamente gelada. Naquela temperatura que chega a dar câimbras.
Me instalei no alto de uma “falésia” provocada pela força e o capricho do humor das marés do Oceano Atlântico.
Num ponto em que a paisagem se derrama em 300 graus de visibilidade.
É só mar do Arpoador até ponta do Morro do Vidigal, com direito a um dia clássico, incluindo os perfis das ilhas do Clube Costa Brava e das Tijucas.
Bem em frente, as Ilhas Cagarras recebem o sol que desenha uma meia sombra. É o “lado oscuro de las islas” a esquerda e a luz solar incidindo a direita realçando os contornos de pedra e paisagens naturais.
Tudo é poesia com filtro polarizador das saudades que me castigaram no período de abstinência literária.
Incomum, mas essencial na busca do olhar amoroso que derramo sobre meus domínios visuais e sensoriais.
Em cima da cadeia de montanhas, composta pelo Vidigal, Dois irmãos, Pedra da Gávea, uma formação de nuvens se arma, o que não garante o dia clássico de amanhã. Tudo pode acontecer, dependendo do lado para onde soprarão os ventos da noite carioca.
Que diferença faz? Nenhuma. O que vale é o agora. O vento fresco que bate na praia temperando a sexta-feira.
Estou e sou. Em paz.
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30 de nov. de 2019

Mangueira 2020 ensaio de canto

Mangueira 2020 ensaio de canto

Ensaio de canto no Palácio do Samba, a quadra da Mangueira, na quinta-feira, 28 de novembro de 2019.  Nesse dia também foram distribuídas as vagas nas alas da comunidade.

Clique AQUI para acessar o álbum fotográfico Mangueira comemora a vitória do Flamengo, campeão da Libertadores


Primeiro foi a distribuição dos componentes entre as diversas alas. Seguida pela organização em filas e o início do ensaio comandado pela diretoria. Nos trechos específicos, Elmo dos Santos interrompia o canto para dar orientações. Na sequência o grupo foi dividido e os segmentos se movimentaram pela quadra. A noite se encerrou com a assinatura das listas de presença.
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28 de nov. de 2019

Na Mangueira a conquista da Libertadores pelo Flamengo

Na Mangueira a conquista da Libertadores pelo Flamengo

Mangueira comemora a vitória do Flamengo sobre o River Plate no ensaio de sábado, dia 23 de novembro de 2019. Com o resultado o Mengão se sagrou campeão da Libertadores de 2019.

O Palácio do Samba e a festa rubro-negra. A roda puxada pelos segmentos tradicionais da verde e rosa, as apresentações dos passistas e do segundo casal de mestre-sala e porta-bandeira, Renan Oliveira e Débora de Almeida, tudo como sempre num sábado na quadra da Mangueira. A diferença foi a alegria dos flamenguistas que comemoravam o título de campeão da Libertadores.

Clique AQUI para acessar o álbum fotográfico Mangueira comemora a vitória do Flamengo, campeão da Libertadores


A alegria geral deixou mais leve o astral da bateria. Mestre Wesley, descontraído, se divertiu no repique. Squel Jorgea e Renan Oliveira também passaram pelo palanque.

Não poderia deixar de faltar o hino do Flamengo, puxado pelos cantores e os ritmistas da Bateria da Mangueira.

Tem mais sobre a vitória do Flamengo na crônica “É tengo, é dengo. É Mengo duplamente campeão“.

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27 de nov. de 2019

É tengo, é dengo. É o Mengo duplamente campeão.


Gabigolzinho, objeto de desejo dos rubro-negros, aguardem a onda dos cabelos descoloridos no verão…

É tengo, é dengo. É o Mengo duplamente campeão.

Texto foto e vídeo de Valéria del Cueto
Pulsar carioca
O vento batia forte na orla carioca na manhã de sábado, dia da decisão da Libertadores da América. Parecia fazer força para levar nossas vibrações para Lima, no Peru, onde o Flamengo enfrentou o River Plate. Se a força da mentalização existe, sem dúvida, ela ajudou a levar o time à final do campeonato.
Pelas ruas da cidade as cores do time passeavam democraticamente entre os mais abastados do asfalto, moradores dos morros do Pavão, Pavãozinho, Cantagalo e quantas outras comunidades estivessem representadas nas areias da praia, frequentada por todos.
Nas esquinas, os botequins eram pontos de onde escoavam gritos de incentivo ao Flamengo. Parecia que o tempo não passava, tal era a expectativa no Rio de Janeiro. A vida carioca estava paralisada. E Deus e todo mundo comemorando.
Em Lima
No início do jogo a pressão dos times traz o silêncio depois da animação inicial. Aos 14 minutos o gol do River Plate nos pés de Borré. E lá fomos nós, torcedores, mergulhando na saga dos jogadores em campo. No intervalo a certeza do realinhamento do esquema do Flamengo, afinal essa é uma característica de Jesus, o treinador português que chegou e “catequizou” a nação rubro-negra.
O tempo foi passando e nada acontecia. Até que Gabigol, nos minutos finais, fez o primeiro empatando, meteu o segundo virando o jogo (sob o olhar estarrecido da torcida do River) e deu o campeonato ao time carioca, literalmente sacudindo a galera.
Às cenas inesquecíveis da vitória, se junta a patética performance do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, que foi solenemente ignorado ao se ajoelhar aos pés do herói da partida.
O amor dessa bandeira não cabe no sorriso do torcedor campeão!

No Rio

As comemorações se estenderam pelas ruas da cidade, e os gritos dos torcedores ecoavam a cada gol do Flamengo. A audiência do jogo superou as finais de Copa do Mundo transmitidas pela Globo.
Pelas redes sociais explodiram as comemorações da torcida e dos “especialistas”. Como explicar o imponderável e a disposição do time de chegar a vitória?
A rainha de bateria Evelyn Bastos cercada por seus amores: Mangueira e Flamengo

Festa na favela

Enquanto a equipe voava para o Rio de Janeiro na quadra da Mangueira os ritmistas da bateria chegavam para o ensaio de sábado. Vazio, a princípio, o espaço começou a encher pela meia noite. E a festa tomou conta do Palácio do Samba.
Era grande a quantidade de camisas do time campeão. Miniaturas de Gabigol passeavam entre os instrumentos. Mestre Wesley solava no repique. A ordem era ser feliz.
O clima era de desconcentração e alegria sob a imensa bandeira que passeia pela quadra cobrindo os visitantes na apresentação do intérprete oficial da verde e rosa, Marquinhos Art´Samba. O entusiasmo e a animação atingiram o auge tanto nas apresentações do samba enredo de 2020, quanto nos momentos em que o hino do Flamengo foi puxado pelos cantores da escola.

A Nação encontra os campeões

Na manhã de domingo a massa rubro-negra lotou a Avenida Presidente Vargas para recepcionar os heróis da conquista. Jovens, idosos e crianças marcaram presença no Centro do Rio para saudar os campeões.
Mais uma vez Witzel esteve presente. A festa da favela sendo comemorada pelo governador que incentiva a violência da PM contra as comunidades. No final do trajeto houve muita confusão, com a polícia jogando gás lacrimogênio nos flamenguistas e depredação do mobiliário urbano.

Dupla conquista

Para quem pensava que apesar do papelão da PM, o dia estava ganho, mais uma alegria. Com o resultado do jogo entre o Grêmio e o Palmeiras, de 2 X 1 para o time gaúcho, ainda havia muito a comemorar.
O Flamengo tornou-se campeão Brasileiro por antecipação. Quatro rodadas antes do final do campeonato!
Agora, é se preparar para a final do Mundial Interclubes em Dubai. O céu não é o limite para Jesus e os jogadores do Mengão!
Gratidão de filha para pai. Orgulho de pai para filha,  sangue rubro-negro tem poder!
*Valéria del Cueto é jornalista, fotógrafa e gestora de
carnaval. Da série “Arpoador”,
do SEM   FIM…  delcueto.wordpress.com

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19 de out. de 2019

Mangueira 2020 final da escolha do samba, por Valéria del Cueto

Mangueira 2020 final da escolha do samba

Por  para carnevalerio.com

A final da escolha do samba enredo para o carnaval 2020 da Mangueira, a escola campeã do Grupo Especial de 2019, lotou o Palácio do Samba. Os segmentos da verde e rosa compareceram em peso, assim como visitantes que vieram prestigiar a disputa.

Clique AQUI  para acessar o álbum fotográfico Mangueira carnaval 2020 final da escolha do samba

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Festa Mangueirense

A noite começou com o show do grupo de passistas, seguido pelas meninas do projeto da Rainha de Bateria, Evelyn Bastos.
Logo depois do suingue do “esquenta” da Bateria, comandada por Mestre Wesley e seus diretores, na roda formada no centro da quadra, a Ala das Baianas, “puxada por sua Presidente de Honra, Tia Suluca, iniciou a festa, com a apresentação dos segmentos embalados por sambas antológicos da escola, até a performance do segundo casal de mestre-sala e porta- bandeira, Renal Oliveira e Débora de Almeida.

O sábado, 12 de outubro, marcou a despedida do samba campeão de 2019 , interpretado do cantor oficial da verde e rosa, Marquinhos Art’Samba com a apresentação do bailado do casal Xangô, o mestre-sala Matheus Olivério e a porta-bandeira Squel Jorgea.


A disputa

A partir desse momento começou a disputa final para a escolha do novo hino inspirado no enredo do carnavalesco Leandro Vieira: “A verdade vos fará livre“, na seguinte ordem e com os cantores do carro de som previamente sorteados:
  1. Samba 16 de Manu da Cuíca e Luiz Carlos Máximo – intérprete Bico Doce.
  2. Samba 08 de Beto Savana, Índio da Mangueira, Luiz Paulo Jr. e Sandra Portella – interpretado por Douglas Diniz.
  3. Samba 13 de Rodrigo Pinho, Pedro Terra, Bruno Souza e Leandro Almeida – intérprete Psé Diminuta
O anuncio do samba-enredo de 2020 foi feito após a fala do presidente da Mangueira, Elias Riche, pelo cantor oficial da verde e rosa, Marquinhos Art’Samba. A escolhida foi a composição de Manu da Cuíca e Luiz Carlos Máximo.



Os vídeos

O esquenta da Bateria da Mangueira abre o playlist do Canal del Cueto no Youtube, registra a apresentação dos sambas concorrentes, o anúncio do vencedor e o momento em que os pavilhões da Mangueira chegam a frente do Palácio do Samba, assim como o bailado do casal do mestre-sala, Matheus Olivério e da porta-bandeira Squel Oliveira, na Visconde de Niterói. Veja abaixo:


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12 de out. de 2019

Mangueira carnaval 2020 audição dos sambas finalistas


A audição das composições que estão concorrendo a final da escolha do samba da Mangueira para o carnaval 2020, com interpretação do cantor oficial da verde e rosa, Marquinhos Art’Samba, aconteceu na terça-feira, 08 de outubro de 2019, no ensaio da bateria da Mangueira sob o comando de Mestre Wesley, no Palácio do Samba.

O enredo da verde e rosa, campeã do Grupo Especial em 2019, será “A verdade vos fará livre“, do carnavalesco Leandro Vieira.

O ensaio reuniu os ritmistas, componentes do carro de som e a diretoria verde e rosa. Ele foi aberto com esquenta da Bateria da Mangueira, no centro da quadra do Palácio do Samba.

Marquinhos Art’Samba, interpretou pela primeira vez os sambas, puxados nas eliminatórias pelos demais cantores do carro de som. A primeira composição foi o Samba 16, interrompido com a falta de energia na quadra. Veja como a bateria reagiu a interrupção:



Com a volta da luz a audição recomeçou com os três finalistas apresentados na seguinte ordem: Samba 16, Samba 08 e Samba 13. Acompanhe abaixo:
Mangueira 2020 audição SAMBA 16 Manu da Cuíca e Luiz Carlos Máximo


Mangueira 2020 audição SAMBA 08 Beto Savana, Índio da Mangueira, Luiz Paulo Jr e Sandra Portella

Mangueira 2020 audição SAMBA 13 Rodrigo Pinho, Pedro Terra, Bruno Souza, Leandro Almeida
Como não poderia deixar de ser, antes da audiência, no esquenta da Bateria da Mangueira, registrei aquele desenho…

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11 de out. de 2019

Mangueira 2020 semifinal da escolha do samba


A semifinal da escolha do samba enredo da Mangueira, no sábado, 05 de outubro de 2019, levou ao Palácio do Samba representantes de quatro composições apresentadas ao público pelos cantores do carro de som escolhidos por sorteio no início da disputa.

O enredo da verde e rosa, campeã do Grupo Especial em 2019, que inspirou as composições será “A verdade vos fará livre“, do carnavalesco Leandro Vieira.

A Bateria da Mangueira, fez seu esquenta conduzida por Alexandre Marrom. Já a disputa do samba foi dirigida por Mestre Wesley. A noite começou com homenagem da Ala das Baianas à aniversariante Célia Domingues.

Na sequência os segmentos da escola, liderados pela Ala das Baiana e sua Presidente de Honra, Tia Suluca, formaram a roda no centro da quadra. Ao som de sambas consagrados da verde e rosa. Entre eles, a Velha Guarda, o Departamento Feminino, a Ala de Passistas e as Musas. Do palanque da Bateria, a Rainha Evelyn Bastos saudou os mangueirenses.



O segundo casal de Mestre Sala e Porta Bandeira, Renan Oliveira e Débora de Almeida, fez as honras da casa recebendo os pavilhões da Viradouro e do Paraíso de Tuiuti. Eles conduziram o pavilhão campeão e se apresentaram para o público presente.

A disputa

A parte mais esperada da noite foi a apresentação dos quatro semifinalistas.
A disputa foi aberta pelo samba 13, interpretado por Psé Diminuta


SAMBA 13 RODRIGO PINHO, PEDRO TERRA, BRUNO SOUZA, LEANDRO ALMEIDA
A segunda composição a se apresentar foi o o Samba 08, puxado por Bico Doce


SAMBA 08 DE BETO SAVANA, ÍNDIO DA MANGUEIRA, LUIZ PAULO JR e SANDRA PORTELLA
O penúltimo samba da semifinal foi o Samba 01. Sua interpretação coube a Leandro Santos


SAMBA 01 HÉLIO TURCO, SÉRGIO GIL ,TONY MANEIRO
A noite foi encerrada pelo quarto semifinalista, o Samba 16, interpretado por Douglas Diniz



SAMBA 16 MANU DA CUÍCA, LUIZ CARLOS MÁXIMO
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#quemsambasabe
Ensaio fotográfico  de (C)2019 Valéria del Cueto, all rights reserved
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@delcueto para CarnevaleRio.com

FINAL

A final da escolha do samba enredo será no sábado, 12 de outubro de 2019, no Palácio do Samba. Eis a lista das composições classificadas e seus respectivos cantores. A ordem e os cantores foram sorteados na semifinal:
  1. Samba 16 de Manu da Cuíca e Luiz Carlos Máximo – intérprete Bico Doce.
  2. Samba 08 de Beto Savana, Índio da Mangueira, Luiz Paulo Jr. e Sandra Portella – interpretado por Douglas Diniz.
  3. Samba 13 de Rodrigo Pinho, Pedro Terra, Bruno Souza e Leandro Almeida – intérprete Psé Diminuta
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17 de set. de 2019

Caminho de volta, crônica de Valéria del Cueto

Caminho de volta

Texto foto e vídeo de Valéria del Cueto
Querida cronista.  A que voluntariamente enclausurada garantiu sua passagem permanente à maior liberdade que um ser humano pode ter: a interior.

Este seu amigo extraterrestre visitante nas noites de lua cheia pela fresta da abertura de sua cela do outro lado do túnel, reconhece a inutilidade do fato e vem mui respeitosamente pedir desculpas por todas as vãs tentativas de insistir em criar uma conexão a este mundo (ir)real.

É daqui, de uma das suas praias, que informo a decisão muito pensada e avaliada de mantê-la alheia aos últimos acontecimentos.

Hoje é um dia lindo, uma segunda-feira de setembro solar. De praia cheia no fim de tarde.
Daquelas que deixam a impressão (pelo efeito fotográfico do contraste explícito na direção do Leblon e do Morro Dois Irmãos) que o mar azul está emoldurado por reflexos rosa/alaranjados nas espumas das ondas e marolas brincalhonas.

Com os movimentos da maré que está subindo se desenham curvas e laguinhos. Imagens efêmeras no vai e vem do mar.  Incessantes e hipnóticas.

Nesse espaço semiaquático se veem os contornos dos corpos de quem passa caminhando na linha do mar ou em direção a um mergulho. Foi um desses banhistas que que informou, gritando para o grupo de amigos da barraca na areia, que a água está gelada.

No mesmo contraluz dá para apreciar crianças brincando nas poças que começam a encher aproveitando enquanto o sol não cai por trás das montanhas.

Ainda estamos em setembro e, como você me ensinou, sabemos que somente em dezembro ele cairá no mar, rasgando as águas com seus raios refletidos na superfície oceânica.

Em algumas rodas improvisadas as bolas sobem, descem e, quando podem, fogem dos pés dos atletas de fim de tarde estimulando os malabarismos corporais dos jogadores de altinho.
Vai durar pouco o espetáculo. Com a subida da maré a faixa de areia ficará estreita e íngreme dificultando a prática de um dos esportes preferidos por aqui.

Não pense que estou fazendo essa narrativa somente para você. Espero que esteja gostando. Faço também para mim, pobre Pluct Plact, o viajante interplanetário. Este ser estranho aprisionado nesse mundo. Sem a força propulsora necessária tomar um rumo espacial ou o privilégio de uma cela libertadora como você, amiga e mentora.

Preciso purificar meu olhar, depurar meus sentimentos. É, tipo limpar o HD da minha recém adquirida inteligência emocional. Ocupar meus slots com singeleza. Reprogramar a rotina com gentileza. Exercer a prática sem contra indicações da bondade inerente.

Coisas raras por aqui onde somos bombardeados por torpezas, vilanias, violência e obscurantismo. Não há mais limites para a barbárie. Apenas alvos, disparos, robôs e intolerância destrutiva. Muita.
Por isso, agora quem precisa de você sou eu. Para dar uma guinada no fio que sustenta a pipa que, hoje reconheço, somos cada um de nós vindos de qualquer lugar da terra ou, no meu caso, de fora dela.

Preciso de mais linha, ou que ela seja bruscamente recolhida no carretel, para que possa olhar e ver com outros olhos, captar as sensações de maneira diferente. Estes olhos que já viram muitos mundos e galáxias estão cansados de tanto desamor concentrados num só planeta.

Estou à procura nessas linhas do caminho de volta para a inocência e à pureza. Elas, as que deveriam manter a esperança de harmonia no universo...
 
*Valéria del Cueto é jornalista, fotógrafa e gestora de carnaval. Da série “Fábulas Fabulosas”, do SEM   FIM…  delcueto.wordpress.com

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4 de set. de 2019

Havia uma pedra, crônica de Valéria del Cueto

Havia uma pedra

Texto e fotos de Valéria del Cueto

Incêndio na Flotropi. E não é pouco fogo não. A bicharada está em pânico e entre uma tossida e outra, uma ajuda a um irmão encurralado e as tentativas de fugir das chamas que engolem a floresta se pergunta: “como chegamos a esse ponto?”

A formigas trabalhadoras já haviam sentido em suas caminhadas no leva e traz de folhas e galhinhos para os formigueiros que algo não estava bem. A começar pela falta de chuvas e o descuido com os preparativos para o período da seca, ao menos para proteger a clareira real. As cigarras estavam mais roucas por causa da fumaça!

O eleito da vez, com mania de dinastia e império, não só deixou de fazer o beabásico, como incentivou a desobediência às regras de queimadas na área florestal. Seu assessor, encarregado das ações preventivas visando proteger o habitat, já dava sinais que estava mais para coração de pedra que coração de leão. E que de protetor e mantenedor do meio ambiente da Flotropi e seus habitantes, animais, vegetais e, por que não, minerais, não tinha nada!

Começou sua obra transferindo o responsável pela proteção dos golfinhos para o lado mais seco do país, alocando-o numa parte semiárida do território.

Nessa época do ano, qualquer animal de boa cepa sabe, em vez de gastar os recursos do tesouro florestal com a medida que, logo depois, foi derrubada no tribunal dos bichos, ele deveria estar estruturando a fiscalização e punindo os infratores que, já no início do inverno e do tempo seco, se preparavam para tocar fogo nas matas. E o que o animal fez? Nada!

Se limita a desqualificar os guardiões e, devidamente motorizado nas redes sociais, agradecer os aplausos dos demais membros do conselho florestal do atual governante, todos interessados em enfraquecer e dizimar os valores primordiais do meio ambiente da Flotropi: o ar, as matas e seus habitantes.

Nem o aparecimento de imagens terríveis de animais carbonizados, da vegetação sendo engolida pelo fogo, nem os gemidos da floresta serviram para sensibilizar os cruéis e gananciosos governantes de Flotropi. Quem imaginaria que as coisas chegariam a esse ponto?

Quando os representantes de outros ecossistemas começaram a se movimentar para impedirem a destruição em massa as hienas e os chacais do conselho continuaram fazendo cara de paisagem (variadas, conforme o setor de atuação) até que o presidente da Flotrofran botou a boca no trombone e levou o caso ao conselho mundial dos mais poderosos sistemas ecológicos do planeta.

E deu no que deu. Ou seja, o eleito (bem feito!) e já não tão amado assim, como bom mico bateu boca com o líder que expôs suas mazelas, partiu para a baixaria pessoal marital, recusou ajuda para conter as queimadas e, vestindo a roupa nova de seus asseclas costureiros, achou que estava tudo dominado.

E não teve manifestação nem passeata da bicharada indignada que amolecesse a moleira e abrisse a “caixola” dos donos da clareira.

Não contaram com a reação que levou o coração de pedra para a lona. A informação de que os produtos da Flotropi estavam fora da pauta de importação de grandes consumidores dos produtos flotropicais.

Deu xabu, deu piti e terminou com uma passagem pela CTI. O que era pedra não furou (ainda), mas começou a propagar, quem nem gota n’água, as consequências de sua inconsequência. O rastilho alcançou vários setores e está fazendo a bicharada ficar de antenas e orelhas em pé.

Rapidamente começaram a operação enxuga gelo para apagar o fogo. Jogando mais lenha em outras “fofogueiras”, baboseiras e besteiras.

Mais ou menos, porque agora a floresta palpitante e o mundo vigilante não vão deixar de cuidar da natureza. Ela não tem dono. É de todos os habitantes. Pelo menos aqui, na Flotropi, onde quem manda sou eu.

*Valéria del Cueto é jornalista, fotógrafa e gestora de carnaval. Da série “Fábulas Fabulosas”, do SEM   FIM…  delcueto.wordpress.com


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19 de ago. de 2019

Se correr, se ficar. É o bicho! - crônica de Valéria del Cueto

Se correr, se ficar. É o bicho!

Texto e fotos de Valéria del Cueto

É a última, a derradeira escrevinhação nesse caderninho. A letra está pequenininha, bem apertada pro texto caber todinho nas últimas páginas.

Subi a Bulhões no sol de sábado quase tirando no unidunitê se falaria diretamente da Flotropi, a floresta incendiada, ou deixaria a cargo do extraterrestre Pluct Plact finalizar mais um volume de estórias e histórias.

Mudei de ideia logo na saída do prédio ao avaliar o engarrafamento que parava o trânsito da Bulhões da Carvalho. Lembra que expliquei na crônica “Nepotismo Natural” que a rua me levava direto do pé do morro ao Arpoador? Pois é.

“Ladeira” acima descobri o motivo da lentidão quase parando dos carros. Do outro lado da rua, entre a Souza Lima e a quina da Piragibe Frota Aguiar, Gomes Carneiro e Francisco Sá, começando por uma ambulância do Samu havia uma grande quantidade de variados veículos do Corpo de Bombeiros!



No meio da quadra um porteiro antenado que testemunhou os fatos me passou o relato do incêndio da loja de material de construção do entroncamento. Horas antes havia escutado lá de casa as sirenes que pareciam paradas, o que chamou a atenção, mas logo sumiram. Pensei que haviam passado, não que foram desligadas por já terem cumprido a função de abrir caminho até o sinistro. Como não ouvi mais, não tive a curiosidade de ligar na portaria e me inteirar dos acontecimentos. Perdi o fato, mas o relato de minha fonte supriu a deficiência.



Segundo ele a loja havia fechado depois do meio dia. O fogo começou por volta da uma hora da tarde. Os bombeiros acionados tiveram dificuldade para acessar o local porque, além da grade externa e um portão de ferro na entrada, havia a porta corrediça. Nessa tiveram que usar motosserra, o que teria gastado um tempo precioso. Demoraram a debelar o fogo.

Junto a loja há o depósito repleto de materiais inflamáveis, tintas, solventes e madeiras, etc. Meu observador explicou que os heroicos bombeiros entraram rastejando por uma fresta da porta corrediça com todo o equipamento que tinham direito. Roupas a prova de fogo, máscaras e oxigênio. A fumaça era altamente tóxica, razão de todas as precauções cabíveis.



E demorou para debelarem o fogo, ele calculou. “Imagina o calor no piso do primeiro andar, em cima da loja? Era muita fumaça e ela subia pelas aberturas internas do prédio. Dava para ver lá no alto do edifício a fumaça preta”, me contou.

Agradeci as informações e passando pela calçada oposta fui registrando a cena. Na quina, o carro com a escada Magirus estava a postos e, numa área cercada, os homens da corporação retiravam os equipamentos sob o olhar desolado dos funcionários e proprietário da loja. Não me aproximei porque quando a gente não tem como ajudar é melhor não atrapalhar.



Subi a rua pensando com meus panos e botões sobre essa cilada do se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. Afinal, as portas, portões e grades que protegiam a loja funcionaram bem demais e cumpriram seu propósito. Só que testados pelo motivo errado acabaram impedindo que o prejuízo fosse menor e quase provocaram uma tragédia pior caso o fogo tivesse se expandido pelo prédio.

Segui pra praia com o cheiro da fumaça diminuindo aos poucos, já pensando que esse poderia ser o tema do texto. Bem assim sem especular muito.  Mas deixando uma pulga atrás da orelha, leitor, sobre o dilema da rota de fuga em locais altamente protegidos.

Sabe como é quando você cria uma rede de proteção e depois não consegue se livrar da sua própria teia? Nesse caso havia o Corpo de Bombeiro para ajudar, correndo riscos calculados e seguindo protocolos para resolver o problema.

Mas...E quando não há rede embaixo para pular, faz o que?



*Valéria del Cueto é jornalista, fotógrafa e gestora de carnaval. Da série “Arpoador”, do SEM   FIM…  delcueto.wordpress.com

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