Mostre-me um exemplo TRIBUNA DE URUGUAIANA: novembro 2018

23 de nov. de 2018

Que seja breve e nos leve... - crônica de Valéria del Cueto

Que seja breve e nos leve...

Texto e foto de Valéria del Cueto

Existem lugares por onde passo que preciso (d)escrever logo para não deixar escapar as sensações que provocam. Outros que sei, mesmo que demore a trazê-los para o papel, o farei de forma absolutamente fiel, já que a passagem por eles é inesquecível. O interessante é que esses últimos, costumam surgir quando a gente menos espera. A região da Colonia Nueva Independencia, no município de Zanja-Pyta, departamento de Amambay, fronteira do Paraguay com o Brasil, é um deles.

O ponto de partida dessa aventura de descobrimento de novas paragens foi Ponta Porã, em Mato Grosso do Sul. Os companheiros de estrada a Kiki, amiga de infância que reencontrei nessa viagem, e Gilson, nosso guia e personagem de destaque dessa crônica. “Partimos pela MS 165, a estrada margeia a fronteira”, explicou Gilson. Criado palmilhando aquelas bandas nas antigas comitivas de gado, ele apontava os postes de energia  que seguiam paralelos, indicado a ruta sem asfalto do país vizinho. A paisagem, um tédio só, na região de Aral Moreira, é soja e só soja. Estávamos no alto de um planalto e a cultura sustenta o município, distrito de Ponta Porã até 1976.

Por mais que olhasse o entorno, confesso, não via grandes expectativas em relação as possibilidades de alcançarmos em pouco tempo as paisagens que ele mencionou quando lhe disse que procurava lugares especiais e desconhecidos da fronteira, na conversa numa tarde gelada na Jacarecanga, o lugar mágico em que Kiki mora, uma chácara próxima a Ponta Porã.

Em um pouco mais de uma hora chegamos a Aral Moreira e, dobrando numa rótula, mudamos de rumo em direção ao país vizinho. O posto aduaneiro paraguaio parecia cenário de um filme de Roberto Rodriguez, tipo “Desperado”, com Antonio Banderas. A construção era ladeada por uma cancela de madeira. Sentado na frente da guarita um policial acenou respondendo ao nosso cumprimento liberando a passagem sob o olhar sonolento do vira-latas deitado a seus pés. Certamente, por ali, todo mundo se conhecia.

Uma centena de metros percorridos serviu para comprovar que a promessa de Gilson de nos apresentar a um paraíso seria paga e com sobras. A estrada de terra seguia pelo topo de uma cordilheira de onde se descortinavam paisagens belíssimas. Quando pedi uma parada para fotografar ele avisou que era apenas o começo da festa e ficaria ainda mais sensacional quando avistássemos o Cerro 21. Sábias palavras! Insuficientes para descrever o que nos esperava na descida em direção as terras de Seo Orlando, seu pai.

No caminho que serpenteava a cordilheira mais fotos, inclusive da capelinha que sua avó, uma das primeiras moradoras das antigas terras devolutas paraguaias, mandou construir em pagamento a uma promessa feita para São Silvestre. Já no pé da capelinha, projetada no meio do contraforte, o próximo desafio foi mais complicado, porém altamente compensador. Gilson perguntou como andava nossa “forma física” e, dando um “changüí”, carregou a mochila do equipamento fotográfico na subida por uma suposta trilha na encosta em direção a pequena construção de pedras.

Valeu a pena, apesar de algumas paradas para recuperar o fôlego abraçando as árvores centenárias para disfarçar o cansaço em meio ao “não” caminho. Que vista, que paz! Do platô onde a capela foi construída se descortinam 300 graus de grandiosa beleza natural comparável, talvez, ao visual do Morro do Paxixi, na Serra de Maracaju, em Mato Grosso do Sul.

De lá descemos para a fazenda onde Seo Orlando e Bernadete, sua mulher, nos esperavam com um tereré e um chimarrão caprichados. Cada um preferia um tipo de preparo para a mesma erva-mate, típica da região.

E, se o visual do fim de tarde entre os potreiros e os recortes dos desenhos que se formavam nos paredões não fossem suficientes, a prosa de Seo Orlando fechou com chave de ouro esse dia inesquecível. Ele havia sido garimpeiro e, em busca de riqueza, palmilhado o Centro Oeste esquadrinhando Mato Grosso com as levas de garimpeiros nas corridas do ouro entre as décadas de 1970 e 1990. Entramos proseando noite adentro enquanto Gilson preparava um carreteiro daqueles que a gente come de joelhos.

A conversa ia longe! Nossa “viagem” nas lembranças nos fez recordar os caminhos do ouro, tanto pela região oeste de Mato Grosso, quanto subindo a BR 163 em direção ao garimpo Castelo dos Sonhos, no Pará. Suas aventuras aconteceram no período em que vagueei pelo  estado como repórter acompanhando algumas histórias da formação e desenvolvimento estadual. Uma daquelas coincidências que atiçam a prosa e fazem brotar recordações de muitas vidas e caminhos.

Nos despedimos com a certeza de um reencontro na próxima vez que voltar à fronteira onde passei minha infância. Ainda há muitos capítulos dessas verdadeiras sagas e experiências a serem lembradas e registradas! Que seja em breve...

* Changüí – Vantagem que se concede a uma pessoa ou a um grupo, especialmente no jogo ou no esporte.

** Valéria del Cueto é jornalista, fotógrafa e gestora de carnaval. Crônica da série “Fronteira Oeste do Sul” do SEM FIM... delcueto.wordpress.com

Studio na Colab55

9 de nov. de 2018

O vai da valsa na Flotropi - crônica de Valéria del Cueto

O vai da valsa na Flotropi

Texto e foto de Valéria del Cueto

A floresta que nos resta está um reboliço! Nada que o tempo não resolva. Depois de uma anta e de um morcegão, vem aí mais uma mudança na chefia do reino. Mas e a catreva? Continua a mesma.

Tudo com a torcida batendo palminhas e fazendo um estardalhaço, como se a troca significasse a redenção e solução de todas as mazelas e o fim da influência dos maus espíritos. Não os de porco e javali que esses continuam ali, juntinho com os chacais e as hienas, garantindo o entorno e mantendo a distância a patuleia.

Ora, senão vejamos: o papagaio de pirata aparece em todas as fotos e registros jurando que o filho é dele. Agora lhe cabe o papel de pregador mor tocando clarim e orando para que o Deus do ódio e do preconceito proteja uns e castigue os que, por um ou vários motivos, discordem do tom da zoeira que ensurdece a bicharada e impede o diálogo. A sintonia da Flotropi agora, querem eles, que tenha uma nota só!

O escolhido pela maior parte da bicharada que não é a maioria (parte da fauna se absteve de dar seu pitaco na escolha), impõe suas ideias através das redes de comunicação florestal. É uma barulheira infernal que acaba deixando todo mundo animal endoidecido com seus conceitos pré-estabelecidos e obtusos, já que ele não voa, não nada e não é lá essas coisas quando o assunto é uma boa corrida.

Pelo sim e pelo não, passou o período de campanha recolhido depois de ter sofrido um providencial e oportuno chega pra lá. Quase um sossega leão. Mostrando sua valentia se encolheu e, contrariando as regras do jogo, se limitou a brincar de telefone sem fio teleguiado por conselheiros ocultos que, como pingo no espelho d´água, expandiam e ampliavam mensagens de preconceito, ódio e... medo.

A floresta regride e se auto agride enquanto segue a bateção de cabeça institucionalizada. O que um conselheiro diz o futuro rei não assina e desdiz. Os candidatos a “assistontos” são justamente aqueles que em reinados passados rapinaram as matas e estão mais decorados do que pau de galinheiro.

A dura realidade é que o rei realmente está acreditando na roupa que seus costureiros venderam à bicharada para que ele fosse escolhido o maioral do pedaço. Pensa que é mito, o mico. Se julga ungido pelo Deus da floresta e bota fé na sua missão redentora. Nem que, para isso, tenha que mandar pro paredão ou pro xilindró da selva espécies inteiras.

Mas alto lá!!! Isso só depois da sua coroação oficial ano que vem. Até a posse se dedica a aparar seu topete na lua minguante (duas vezes em dois dias), excluir representantes de suas reuniões para passar seus informes e, na falta de mobiliário adequado, apoiar seu sistema de comunicação nos adereços marítimos da prole esportiva.

Também capricha na escolha dos asseclas. Na vice, um exemplar da mesma espécie, só que mais categorizado. Esse, diga-se de passagem, já avisou que vai colar no titular e pretende ser positivo, operante e, claro, não largar o cipó.

Para garantir a crença que não crê e a moral que nunca praticou convidou o representante mor da limpeza florestal. O mesmo que enquadrou os que praticavam mal feitos no reinado que caiu, mas não puniu nin-guém do mandato do regente. Aquele conhecido morcegão em vias de ser deslocado da clareira real e que, claro, por uma questão midiática seria o próximo defenestrado.  Caso não arvorasse para si a missão de adiantar o trabalho sujo do reinado em troca de um confortável esquecimento nos dias so(m)brios que virão. Como isso será possível? Simples. A intenção é continuar batendo no cachorro morto que, todos sabem, é o alvo principal do imaginário da bicharada.

Como a Flotropi sobreviverá a um tamanho sacode? Só o tempo dirá. Já que, entre outras preciosidades, em nome do enxugamento das mamatas o rei, agarrado no cipó, pende para um lado e para o outro na intenção de misturar o correntão com a defesa da flora e fauna do matagal.

No vai pra lá, volta pra cá, já tem bicho arrependido da escolha. Afinal, macaquice tem limite, apesar da claque continuar levando fé e acompanhando com entusiasmo as promessas do milagre florestal...

* Valéria del Cueto é jornalista, fotógrafa e gestora de carnaval. Da série “Fábulas fabulosas” do SEM FIM...  http://delcueto.wordpress.com

Studio na Colab55

2 de nov. de 2018

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