Mostre-me um exemplo TRIBUNA DE URUGUAIANA: 11/08/15

8 de nov. de 2015

A estética das ruas, por Gabriel Novis Neves

A estética das ruas  
Estudos sociológicos mostram que os moradores de rua acabam formando uma estética própria, cada vez mais mimetizada com os espaços por eles frequentados. 
Alguns - acobertados por transeuntes frequentes - até desenvolvem laços sociais com essas pessoas e são por elas agraciados com alimentação e outros pequenos mimos, para eles absolutamente fascinantes. 
Em uma entrevista na TV vi um morador de rua em S. Paulo usando roupa de boa qualidade e um elegante cachecol. Mostrava o acessório com muito orgulho, presente de um dos seus protetores. 
As razões que levam essas pessoas a morarem nas ruas nem sempre estão ligadas apenas à pobreza. 
Pelo total distanciamento da sociedade vão ficando cada vez mais vítimas de uso de drogas e perspectiva de doenças mentais. 
Muitos deles, por desajustes familiares, se habituam a uma liberdade nunca antes experimentada, sem os ditames estabelecidos pelas leis sociais. 
Na cidade do Rio de Janeiro estão sendo desenvolvidas políticas públicas em parceria com voluntários: assistentes sociais, médicos, psicólogos e antropólogos. Eles trabalham no sentido de oferecer ao morador de rua um vínculo, uma possibilidade futura de cidadania. 
Isso é mais importante que fazer caridade. 
Sessenta por cento deles não possui sequer documento de identidade, o que tem sido providenciado sem qualquer tipo de ônus.  
É tirar do progressivo suicídio pessoas que perderam totalmente a visibilidade. 
A experiência parece que vem dando certo, pois alguns líderes desse movimento são ex-moradores de rua. 
O processo, que começou no Rio, vem sendo copiado por outras cidades do Brasil com relativo sucesso. 
É necessário que a sociedade civil se organize, já que o poder público tem se mostrado, como em todos os outros setores, absolutamente omisso. 

É possível, por Gabriel Novis Neves



É possível? 

Hoje vivemos uma incerteza angustiante. Saber quem vai perder o cargo primeiro - se a Presidente da República, se o Presidente da Câmara dos Deputados ou se o Ministro da Fazenda. 
Esta dúvida acarreta um desânimo muito grande em todos aqueles que trabalham e pagam impostos exorbitantes. 
Políticos profissionais palpiteiros, mas com um bom cacife, só pensam em tirar do governo o ministro de uma pasta iminentemente técnica, que é a Fazenda, e colocar em seu lugar um irresponsável comprometido com políticas públicas, que visam, unicamente, o poder, e não, a solução da grave crise financeira que nos atinge. 
O grandalhão do Bradesco vive na corda bamba assistindo seus planos de reajuste fiscal e contenção de despesas inúteis irem por água abaixo. 
A palavra da presidente, garantindo a permanência do seu ministro da Fazenda, não vale nada, pois, de há muito terceirizou o poder para não ser cassada, e a política está comandando a economia, e não, o contrário. 
Com isso, o país vive um desânimo que, segundo estudiosos no assunto, se deve mais à ausência de perspectiva política que econômica. 
Como consequência, os hotéis estão com leitos ociosos, os restaurantes vazios, sendo que muitos estão pedindo concordata ou fechando mais cedo por falta de frequentadores. 
Parece que ninguém mais está saindo à noite para se encontrar ou comemorar. 
A falta de dinheiro é um fator importante, mas o desânimo da população é maior.
Só os ricos e milionários ainda não foram acometidos desse mal, não tendo sido necessário mudar os seus hábitos – por enquanto. 
É indiscutível a crise da falta de ânimo que tomou conta deste país da corrupção, do desemprego e da violência. 
Não é mais possível viver nessa gangorra!   
Enquanto isso, a nação está arrecadando menos impostos devido a recessão, produzindo menos riquezas, seu povo sofrendo e perdendo sua autoestima. 
Vamos reagir minha gente! 
Não deixe para amanhã, o que você pode fazer hoje - diz o sábio e antigo ditado popular. 
Tem de ser encontrada uma solução para ressuscitar este gigante adormecido! 
Continuar assim? Não é possível!